sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

A FÉ QUE NÃO SE QUEBRA



A FÉ QUE NÃO SE QUEBRA
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de janeiro de 2015
Crônica Nº 1.351

PRAÇA E IGREJA PADRE CÍCERO, EM MARIBONDO. Foto: (Clerisvaldo).
Felizmente nessa conturbação mundial onde se grita tanto por Justiça, a fé permanece crescente nos corações de homens e mulheres. Não a fé maculada pelo fanatismo que distorce, renasce e continua infeliz. Mas a fé tranquila, cabocla e serena dos humildes que removem montanhas diante dos incrédulos.
Os templos, grandes e pequenos, erguidos nas montanhas, nos rochedos, no barro, puxam, mostram, clareiam uma jornada de vida bombardeada cotidianamente pelos percalços que atormentam o ser humano. O maior dele, o maior de todos, o mais esplendoroso de todos, é aquele erguido no cantinho mais puro do coração, livre das maldades, dos engodos, das tormentas que afligem os mortais.
Quanto prestígio tem o santo escolhido, apontado, testado nas adversidades...
E nas batalhas, particularmente nordestinas, lá vai à multidão atrás do santo do povo, o santo que entende a linguagem da região, que comanda e aplica o milagre no coração limpo cujo grito de socorro ecoa rápido pelos emaranhados do universo. Olhar as estrelas é fugir do meteorismo tresloucado das notícias que corroem a frágil estrutura dos que não têm raízes.
E a fé da noite vai fazendo a limpeza do dia, afastando os males pegajosos como faz a “vassourinha” (planta) da rezadeira, no cair da tarde. As bênçãos ainda se multiplicam nos que as procuram na humildade, no fervor divino, na crença juvenil.
Cavando masmorras aos vícios, erguendo templos à virtude, não importam os arredores minados de garras gigantescas. A fé é verde sempre, mesmo nos rigores dos verões mais tormentosos, resistente às enfermidades físicas e morais jamais desistentes dos cercos periódicos.
E entre tantos e tantos intermediários dos céus, vamos apontando templos que representam presentes aos que nos ajudam na terra. São diferente nomes do catolicismo no regional nordestino que nos elevam e nos faz viver.
Viver sem fé é desintegrar-se na primeira tempestade.
Viver com a fé é apenas envergar-se sem quebrar durante os vendavais, assim como os galhos mais finos do salgueiro.


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