EUCALIPTO: INÍCIO DE
PRINCIPADO
Clerisvaldo
B. Chagas, 17 de maio de 2018
Escritor Símbolo do
Sertão Alagoano
Crônica 1.903
Com as sucessivas
crises canavieiras, desde o início da sua história em Alagoas, aos poucos vai
mudando a paisagem na antiga Zona da Mata. Os algodoais sertanejos que
concorreram com a cana-de-açúcar e venceu, entrou em crise e sumiu levando
consigo as indústrias fabris do estado. A cana vem sofrendo queda na produção,
fechamento de usinas e perdas territoriais de plantio. É nesse cenário que –
entre outras alternativas para os canaviais – surgiu e se expande o Eucalyptus globulus labill, simplesmente
eucalipto. São produtores pequenos, médios e grandes que estão produzindo
madeira em lugar da cana. Inicialmente indicado para lugares altos e difíceis,
o eucalipto disparou na aceitação. O próprio viajante já pode constatar a
mudança do panorama quando o asfalto é ladeado pela Eucaliptocultura.
Há aproximadamente 8
oitos teve início essa alternativa e que nos últimos tempos saltou de 900
hectares para 15 mil hectares e continua em expansão. A necessidade crescente
de madeira no mundo mostra boa perspectiva no negócio. Madeira boa, legalizada
que atende o comércio de móveis, lenha, artesanato, medicinal e tantos outros,
pois do eucalipto tudo se aproveita. Isso vem aliviar a derrubada clandestina
da floresta tropical, da caatinga, manguezais e mesmo de alguma reserva da
vegetação agreste.
Dizem que são 730
espécies de eucaliptos no mundo, sendo 20 delas comerciais. Seu cheiro e
propriedades são usados como desinfetantes e remédios contra gripe e sinusite.
Importantes e famosas
fábricas nacionais estão se instalando em Alagoas tendo em vista a
matéria-prima ao alcance da mão. Estão surgindo inúmeros negócios por causa da
madeira e, já se vende clones para plantio do auspicioso cultivo. Nessa
velocidade e aceitação, só o tempo dirá se Alagoas deixará de ser conhecida
pelos seus verdes canaviais e será a terra dos eucaliptos, cujos detalhes
técnicos e derrubadas de mitos, deixamos de apresentar.
E se a cana-de-açúcar
era rainha em Alagoas, chegou o príncipe eucalipto na Terrinha.
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