GRACILIANO
RAMOS E O PADRE BULHÕES
Clerisvaldo B. Chagas, 9 de maio de 2018
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.897
Busto do Pe. Bulhões. Foto: (B. Chagas). |
Apresentamos mais uma
vez segredo literário escondido, uma vez que livros importantes santanenses,
não são reeditados. Representam relíquias e poucos sabem da existência daquela
edição ou daquela outra que foi editado para gerações passadas. O texto abaixo
é comentário sobre o romance de Graciliano Ramos, “Caetés”, cuja identificação
completa, acha-se no final. Temos mais uma vez como público alvo, professores
de Português – Literatura, universitários e pesquisadores em geral.
A preguiça pela
leitura leva o jovem apenas a clicar na foto e, o texto que se dane! É a perpetuação
do analfabetismo pela cibernética Mesmo assim, vejamos:
“Se José Lins do Rêgo romanceava o mais
importante gênero de vida adotado na mata costeira nordestina, Graciliano Ramos
retratava, nos seus livros, a terra e o homem do agreste e sertão da nossa
região geográfica. O cenário de “Caetés” é a cidade de Palmeira dos Índios,
antes que lá chegassem os trilhos da “Great Western” e se multiplicassem os
caminhões, que hoje levam do Recife e Maceió a civilização e as doenças, o
progresso e a miséria. O escritor inspirou-se na vida municipal do sertão
alagoano, a fim de criar as suas personagens. Por isso mesmo é que o Pe. Atanásio,
tanto representa o Vigário Francisco Macedo, de Palmeira dos Índios, como o
Vigário José Bulhões, de Santana do Ipanema. Os políticos de “Caetés” são os
mesmos de Palmeira, Pão de Açúcar ou Água Branca. João Valério era
guarda-livros da firma Teixeira & Irmão, como poderia sê-lo de Tertuliano
Nepomuceno, em Santana, ou de Antônio Rodrigues, em Mata Grande. Aliás, foi um
guarda-livros de Santana do Ipanema, meu fraternal amigo o poeta Valdemar Lima,
quem primeiro me falou em “Caetés”, nas férias escolares de 1930 para 1931. O
romance foi escrito em Palmeira, retocado em Maceió e publicado no Rio. Para o
grande público o livro surgiu em 1933, mas fazia três anos que os seus
originais passavam de mão em mão, entre os jovens intelectuais da capital de
Alagoas”.
ROCHA,
Tadeu. Modernismo & Regionalismo. Oficial,
Maceió, 1964. 2a Ed. Págs. 84-85.
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