CADÊ
O FEIJÃO?
Clerisvaldo
B. Chagas, 16 de junho de 2021
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.555
Para homenagear o homem
do campo, o produtor rural, foi criada a Festa do Feijão, em Santana do
Ipanema. Tinha a participação de todos os municípios sertanejos produtores
daquela leguminosa. A ideia partiu do saudoso Dr. Adelson isaac de Miranda
rotariano, clube ao qual a festa passou a pertencer. A I Festa do Feijão,
aconteceu em 1971, com a iniciativa do Rotary Clube em convênio com a
prefeitura local e apoio do grupo Gazeta de Alagoas. Pode-se dizer que a festa
foi um sucesso retumbante que abalou o Brasil inteiro. É de se notar que o ano
de 1970, representou um dos mais seco da história santanense. Na época
produzíamos muito feijão, Santana do Ipanema e Senador Rui Palmeira,
notadamente. Contamos com 18 municípios participantes no evento.
Carros alegóricos saiam
em desfile mostrando cenas diárias do campo, muitos discursos no palanque
oficial sobre a Sorveteria Pinguim, no Bairro Monumento, políticos do estado
todo, governador, autoridades diversas no miolo da agitação festiva. Houve
bailes, concursos de misses e uma euforia nunca vista na cidade. Atraídas pela
propaganda no país inteiro, quase todos os estados estavam aqui representados.
A Festa do Feijão chegou a ser comparada com a Festa da Uva, no Rio Grande do
Sul, sendo considerada a segunda festa do gênero.
Contudo, ninguém
pensaria que a Festa do Feijão pudesse chegar ao pedestal em que chegou. Salvo
engano, apenas três edições foram realizadas, pois devido a grandeza atingida,
não havia condições de suportar tanta gente. Parecia até que o Brasil inteiro estava
em nossa cidade. Isso em um tempo em que não havia tantos hotéis assim! As
casas de morada enchiam-se de hóspedes e até se falava em organizar
acampamentos. Temos a impressão de que ninguém foi culpado pela extinção da
festa. Mas fica a lição de que é possível a realização de um sonho. Ninguém
esperava tanto êxito apenas em três edições da festa. Foi assim que o anúncio
do seu final foi um baque surdo que fez emudecer o Sertão.
Ainda bem que nunca
faltou no prato o feijão nosso de cada dia.
UM DOS ASPECTOS DA FESTA DO FEIJÃO (FOTOS:
SANTANA CONTA A SUA HISTÓRIA, LIVRO).
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