terça-feira, 15 de junho de 2021

 

CADÊ O FEIJÃO?

Clerisvaldo B. Chagas, 16 de junho de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.555

 

Para homenagear o homem do campo, o produtor rural, foi criada a Festa do Feijão, em Santana do Ipanema. Tinha a participação de todos os municípios sertanejos produtores daquela leguminosa. A ideia partiu do saudoso Dr. Adelson isaac de Miranda rotariano, clube ao qual a festa passou a pertencer. A I Festa do Feijão, aconteceu em 1971, com a iniciativa do Rotary Clube em convênio com a prefeitura local e apoio do grupo Gazeta de Alagoas. Pode-se dizer que a festa foi um sucesso retumbante que abalou o Brasil inteiro. É de se notar que o ano de 1970, representou um dos mais seco da história santanense. Na época produzíamos muito feijão, Santana do Ipanema e Senador Rui Palmeira, notadamente. Contamos com 18 municípios participantes no evento.

Carros alegóricos saiam em desfile mostrando cenas diárias do campo, muitos discursos no palanque oficial sobre a Sorveteria Pinguim, no Bairro Monumento, políticos do estado todo, governador, autoridades diversas no miolo da agitação festiva. Houve bailes, concursos de misses e uma euforia nunca vista na cidade. Atraídas pela propaganda no país inteiro, quase todos os estados estavam aqui representados. A Festa do Feijão chegou a ser comparada com a Festa da Uva, no Rio Grande do Sul, sendo considerada a segunda festa do gênero.

Contudo, ninguém pensaria que a Festa do Feijão pudesse chegar ao pedestal em que chegou. Salvo engano, apenas três edições foram realizadas, pois devido a grandeza atingida, não havia condições de suportar tanta gente. Parecia até que o Brasil inteiro estava em nossa cidade. Isso em um tempo em que não havia tantos hotéis assim! As casas de morada enchiam-se de hóspedes e até se falava em organizar acampamentos. Temos a impressão de que ninguém foi culpado pela extinção da festa. Mas fica a lição de que é possível a realização de um sonho. Ninguém esperava tanto êxito apenas em três edições da festa. Foi assim que o anúncio do seu final foi um baque surdo que fez emudecer o Sertão.

Ainda bem que nunca faltou no prato o feijão nosso de cada dia.

UM DOS ASPECTOS DA FESTA DO FEIJÃO (FOTOS: SANTANA CONTA A SUA HISTÓRIA, LIVRO).

 


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