POÇO DOS HOMENS
Clerisvaldo B. Chagas, 15 de junho de 2021
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.554
Devido a pandemia não
foi possível fazermos lançamentos relâmpagos do livro “Canoeiros do Ipanema”.
Aguardamos melhores dias para sairmos com os Canoeiros às ruas, às
aglomerações, palestrando juntos sobre essa fase da história santanense que
estava completamente esquecida. Entretanto, para se adquirir rapidamente um
exemplar os pontos de venda estão divididos em três lugares, em Santana do
Ipanema: Espaço Cultural, livraria à Rua Nova; Hiper Mercado Nobre e Salão Gil
Cabeleireira. A parte física da história é o poço do Juá, no rio Ipanema, onde
os canoeiros transportavam pessoas e mercadorias para ambas as margens do rio,
e escoavam a produção das inúmeras fabriquetas da época. Entretanto, a fama de outro poço parecia não
a acabar nunca. Trata-se do Poço dos Homens, localizado logo abaixo do poço do Juá.
Desde cedo ouvíamos
falar que a primeira pessoa que morrera no poço dos Homens, fora um cidadão
chamado Zé Belebebeu, também chamado Jabobeu. Assim o poço foi virando
assassino profissional e até as últimas notícias, há bastante tempo, contava
com cerca de vinte afogamentos mortais. Sempre se dizia por ali: “Cuidado que
Jabobeu puxa nas suas pernas, para o fundo do poço, rapaz!”. E de vez em quando
surgia a notícia de mais um afogamento no poço. Lembramos da notícia de um
homem de apelido estranho que morrera em suas águas, chamado pelo povo de
“Tinteiro”. Após o finado Tinteiro, os banhistas ficaram mais cautelosos,
principalmente em relação à bebida, que provoca um torpor e o cabra morre
dormindo nas águas.
A ponte sobre o
Ipanema, em 1969, foi o grande impacto que tornou o poço dos Homens inviável. A
ponte ficou a pouco metros do poço e o casario de ambas as margens se
aproximaram mais do rio. Do, praticamente, nada surgiram os Bairros Domingos
Acácio, Floresta e Rua Santa Quitéria que atualmente é chamada também de
Bairro. A estrutura atual da margem direita do rio Ipanema, corresponde
praticamente a um terço da cidade. Possui hospital, faculdades federais, hiper
mercado e um comércio não tão profundo mais bastante movimentado. O poço dos
Homens não tem mais volta, mas também continua lá, sem clientes. Existe a
necessidade de outra ponte que ligue à Rua São Paulo ao alto das antigas
olarias, rodagem Santana – Olho d’Água das Flores
O poço dos Homens não
mata mais, porém, vez em quando pula da ponte ali pertinho, um suicida! Ave!
POÇO DOS HOMENS, ENTRE
PEDRAS NA PARTE CENTRAL DA FOTO. (FOT. B. CHAGAS).
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