ADEUS
JUNHO
Clerisvaldo
B. Chagas, 30 de junho de 2021
Escritor Símbolo do
Sertão Alagoano
Crônica: 2.565
Chegamos ao final do
mês tão querido de junho. Mês de um significado especial para os sertões
nordestinos. Podemos afirmar que foram dois meses seguidos de clima bastante
agradável para a zona rural detentora da nossa alimentação. Tanto maio, o mês
de Maria foi um presente para o campo, quanto junho que soube temperar bem a
parte de inverno que lhe cabia. Mesmo com os poucos festejos presenciais, eles
não morrem por aí porque o inverno prossegue e a produção do campo se
consolida. Tá certo que as comemorações foram acanhadas, porém, não poderia ter
sido de outra maneira. Milhares perderam seus entes queridos pela COVID,
deixando o respeito aos que partiram em primeiro lugar. Mas que a Natureza foi
generosa com o campo, foi. Bem, pelo menos aqui no sertão das Alagoas.
Na parte social houve
muitas realizações boas por parte do governo estadual, mas também inúmeras
coisas lamentáveis, cuja Pandemia não é desculpa consistente. Assassinatos
diversos em várias regiões do estado, assaltos sem conta na zona rural Sertaneja
e também Agrestina, intensificação de estupros, principalmente tendo padrastos
como protagonistas. Muitas dessas coisas péssimas têm a droga como causas,
porém a própria índole do indivíduo se sobrepõe a droga que atingiu a zona
rural com intensidade em todos os rincões. Infelizmente não existe mais aquele
famigerado sossego do campo como se falava antigamente. A praga da droga
antecedeu a praga da COVID 19. Vagar sozinho pelos campos é novo sinal de
heroísmo.
Porém, nada tira o
mérito tradicional de mês de junho, nada. Se você não comeu pamonha, canjica ou
milho assado, pode aguardar o mês de julho que ainda vem por aí bastante
produção da roça para as feiras da Agricultura Familiar e mesmo o despejo do
milho em pontos conhecidos da sua cidade. Difícil está a avaliação do preço
desses produtos, cremos, porém, que com a chegada de novas safras, o desejo de
todos os consumidores será saciado.
Ontem, apesar da
proibição, muitos fogos cruzaram os ares de Santana do Ipanema, principalmente
na periferia. Foguetes, busca-pés e bombas de pouco impacto, comemoraram os
últimos dias de junho, com São Pedro. Sentido Adeus Junho.
´
SÃO PEDRO (DIVULGAÇÃO GLOBO).
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