quinta-feira, 17 de junho de 2021

 

HISTOREANDO

Clerisvaldo B. Chagas, 18 de junho de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.557


Foi o prefeito Hélio Rocha Cabral de Vasconcelos, gestão 1966-99, que, entre outras coisas importantes, construiu uma pracinha na entrada da cidade para quem vinha de Maceió. Na época, era ali na vizinhança da atual Caixa Econômica o final ou o início do Bairro Monumento. O prefeito fez erguer o logradouro elevado com acesso em degraus, ajardinou o local com motivos da flora da caatinga, colocou um mapa triangular de granito em pedestal onde estava escrito as Coordenadas Geográficas de Santana do Ipanema. A praça era pequena, mas bem feita e aconchegante e que recebeu o título de PRAÇA DAS COORDENADAS. Vizinho à praça, havia o Posto Esso de gasolina, parece que na época, único da cidade, pertencente ao senhor Everaldo Noya que chegou a vereador na urbe.

Foi nessa Praça das Coordenadas onde o, então, prefeito Adeildo Nepomuceno Marques mandou erguer em uma das suas gestões, a estátua em homenagem ao jumento e ao botador d’água. A referida estátua foi encomendada ao escultor Lisboa da cidade de Pão de Açúcar. Constava de jumento, cabresto, cangalha e as quatro ancoretas tradicionais. O botador d’água, calça arregaçada, conduzia à mão um cipó de tanger o jumento. A polêmica sobre a estátua dividiu a cidade e recebeu oposição ferrenha do vereador Everaldo Noya. O monumento ao jegue chegou às páginas da maior revista do Brasil, “O Cruzeiro”, pela reportagem do jornalista santanense Tobias Granja e também foi polêmica no Brasil. Vale salientar que a praça foi demolida quase no final do século XX e o jegue transferido para pedestal defronte à Rodoviária, onde hoje se encontra.

O local da citada pracinha, atualmente é somente um redondo de chão batido que facilita o trânsito em vários sentidos na entrada da Avenida Arsênio Moreira. O monumento ao jegue tem recebido a metade do mundo em turistas nas festas de Santana. Quanto à Praça das Coordenadas, pesquisadores ainda não sabem onde foi parar o pequeno mapa de granito de Alagoas, com as coordenadas de Santana do Ipanema. Pelo menos, em nossa última visita ao Museu Darras Noya ela ali não se encontrava.

Quem tem àquelas páginas da revista O Cruzeiro, tem um bom acervo da história do jegue santanense. Quanto às praças, são esses logradouros públicos que ajudam a democratizar o espaço. Castro Alves já dizia: “A praça é do povo como o céu é do condor”.

PRAÇA DA COORDENADAS JÁ NOS SEUS EXTERTORES. (FOTO: LIVRO 230/DOMÍNIO PÚBLICO).


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