HISTOREANDO
Clerisvaldo
B. Chagas, 18 de junho de 2021
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.557
Foi o prefeito Hélio
Rocha Cabral de Vasconcelos, gestão 1966-99, que, entre outras coisas
importantes, construiu uma pracinha na entrada da cidade para quem vinha de
Maceió. Na época, era ali na vizinhança da atual Caixa Econômica o final ou o
início do Bairro Monumento. O prefeito fez erguer o logradouro elevado com
acesso em degraus, ajardinou o local com motivos da flora da caatinga, colocou
um mapa triangular de granito em pedestal onde estava escrito as Coordenadas
Geográficas de Santana do Ipanema. A praça era pequena, mas bem feita e
aconchegante e que recebeu o título de PRAÇA DAS COORDENADAS. Vizinho à praça,
havia o Posto Esso de gasolina, parece que na época, único da cidade,
pertencente ao senhor Everaldo Noya que chegou a vereador na urbe.
Foi nessa Praça das
Coordenadas onde o, então, prefeito Adeildo Nepomuceno Marques mandou erguer em
uma das suas gestões, a estátua em homenagem ao jumento e ao botador d’água. A
referida estátua foi encomendada ao escultor Lisboa da cidade de Pão de Açúcar.
Constava de jumento, cabresto, cangalha e as quatro ancoretas tradicionais. O
botador d’água, calça arregaçada, conduzia à mão um cipó de tanger o jumento. A
polêmica sobre a estátua dividiu a cidade e recebeu oposição ferrenha do
vereador Everaldo Noya. O monumento ao jegue chegou às páginas da maior revista
do Brasil, “O Cruzeiro”, pela reportagem do jornalista santanense Tobias Granja
e também foi polêmica no Brasil. Vale salientar que a praça foi demolida quase
no final do século XX e o jegue transferido para pedestal defronte à
Rodoviária, onde hoje se encontra.
O local da citada
pracinha, atualmente é somente um redondo de chão batido que facilita o
trânsito em vários sentidos na entrada da Avenida Arsênio Moreira. O monumento
ao jegue tem recebido a metade do mundo em turistas nas festas de Santana.
Quanto à Praça das Coordenadas, pesquisadores ainda não sabem onde foi parar o
pequeno mapa de granito de Alagoas, com as coordenadas de Santana do Ipanema. Pelo
menos, em nossa última visita ao Museu Darras Noya ela ali não se encontrava.
Quem tem àquelas
páginas da revista O Cruzeiro, tem um bom acervo da história do jegue
santanense. Quanto às praças, são esses logradouros públicos que ajudam a
democratizar o espaço. Castro Alves já dizia: “A praça é do povo como o céu é
do condor”.
PRAÇA DA COORDENADAS JÁ
NOS SEUS EXTERTORES. (FOTO: LIVRO 230/DOMÍNIO PÚBLICO).
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