TIPOS
POPULARES DO MENDES
Clerisvaldo B.
Chagas, 2 de janeiro de 2013.
Crônica Nº 939
Mossoró (Imagem Wikipédia). |
Lendo o artigo de José Mendes Pereira no seu blog no qual
participo (com muita honra) e o acompanho, deparei-me com Pedro Leão. Pedro Leão
era um personagem popular, comerciante com suas manias, com seu modo de vida
diferenciado que, esquecido, caiu no resgate da perspicácia do Mendes no seu
blog (blogdomendesemendes.blogspot.com.br). Primeiro, é feita uma reflexão
sobre os registros da história elaborada mais para elite, enquanto os atores
secundários da vida vão passando e ficando esquecidos. Aqui, acolá surgem
escritores, jornalistas, colunistas, preocupados com o cotidiano das ruas e passam
a observar tipos curiosos da cidade que irão posteriormente para anotações. Na
minha terra têm pessoas que resgatam esses tipos populares inusitados, o
bêbado, o doido, a prostituta, o estudante, o comerciário que chamam a atenção
pelo modo diferente de ser. José Mendes, lá para as bandas de Mossoró, teve sua
atenção despertada para o comerciante de ferragens Pedro Leão e seu hábito de
beber cerveja após o meio expediente. O modo de contar as cervejas bebidas e os
tira-gostos trazidos para o lápis do garçom tinha mesmo que ser registrado por
alguém. Como contabilizar os tira-gostos contando por apenas uma perna de cada
rolinha digerida e, as cervejas, pelas tampas, ao invés de garrafas vazias?
Somente lendo o Mendes no seu artigo “Pedro Leão”, de 17 de julho de 2011, o
prezado leitor ficará sabendo.
Todo o Nordeste é rico em historietas de personagens locais
interessantes. Aqui em nossa terra, amigo José Pereira, certo comerciante não
conseguia receber os fiados anotados em um caderno. Chamou, então, um sujeito,
muito engraçado, músico e que gostava de contar passagens bonitas. Fez-lhe uma
proposta de 50% do pagamento recebido dos fiados, se o músico conseguisse
receber dos seus clientes. Fechado o negócio, o esperto, que se chamava Lourival
Amaral, não deu tréguas aos devedores do comerciante. Recebia as dívidas de
qualquer maneira: em dinheiro, em aves, bezerros, porcos, galinhas e assim por
diante, mas nada de aparecer perante o dono do comércio.
Cansado de esperar o resultado, o comerciante
procurou o músico e perguntou-lhe sobre o negócio. Este respondeu que tinha
conseguido receber apenas 50%. “E aí, como ficamos?” “Bem ─ respondeu o músico
─ recebi apenas a minha parte, os 50% combinado, o restante eu desisti”.
Amigo José Mendes Pereira continue registrando esses fatos
inéditos da terra que expulsou Lampião e enfeixe-os num livro de coisas
engraçadas. Mossoró há de reconhecer o seu trabalho. Eu mesmo quero ler mais
histórias dos TIPOS POPULARES DO MENDES.
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