sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

ASSIM NÃO!



ASSIM NÃO!
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de janeiro de 2013.
Crônica Nº 940

Quando Santana do Ipanema, Sertão de Alagoas, engatinhava no seu progresso, precisava muito de outros municípios a exemplo de Palmeira dos Índios. Palmeira, situada no agreste alagoano, também se limita com Pernambuco e possui famosa escarpa de planalto, denominada serra das Pias. Pois ali no sopé daquela serra a cidade se desenvolvia na sua tranquilidade de princesa, sede do bispado da região. Se os habitantes de Santana queriam um socorro médico, recorriam a Palmeira. Qualquer problema relativo ao INSS partia-se para o agreste. Caso alguém estivesse precisando de hospital, Palmeira dos Índios era a primeira opção, depois vinha Pão de Açúcar e depois a capital Maceió. Santana sempre foi uma cidade comercial, porém, como não tinha tudo, lá vai gente para Palmeira fazer compras, principalmente de roupas e peças de automóveis. Santana cresceu, desenvolveu seu comércio (que hoje é considerado o mais bonito do interior e o segundo mais pujante, perdendo somente para Arapiraca), fundou seu hospital e dispõe de inúmeros médicos atuando no município.
Vistas essas particularidades, mesmo assim tivemos que voltar aos velhos tempos agora, por causa de um simples oftalmologista do “DETRAN”. Como o de Santana adoeceu, essa repartição, exigindo exames de vistas dos condutores de veículos, empurra o povo para Palmeira dos Índios que fica a 62 quilômetros de distância, com toda a despesa paga pelo usuário. Tão poderosa e arrecadadora repartição, ao invés de trazer o médico para a cidade, faz o contrário, gerando aborrecimento e revolta daqueles que precisam dos seus serviços. Uma vergonha, que não se concebe mais. Bastam as altas taxas disso e daquilo que são pagas anualmente pelos usuários que nem sabem para onde vai tanto dinheiro. Em termos de progresso, ao invés de um passo adiante é um passo para trás. Uma só autoridade para consertar a coisa não aparece. Mas o badalo sobre política não para de encher os o... do povo santanense, nos órgãos de comunicações. O grito do usuário do “DETRAN” fica perdido, ecoando para dentro num estado cujo governo não para de ferroar médicos, professores e as classes mais humildes. É a administração “Dane-se o povo e viva os usineiros!”. E como disse o bêbado na porta do “DETRAN”, o único que protestou: ASSIM NÃO!

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