terça-feira, 30 de janeiro de 2018

UMA CRÔNICA DOMINGUEIRA



UMA CRÔNICA DOMINGUEIRA
Clerisvaldo B. Chagas, 31 de janeiro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.835
BARRAGEM A JUSANTE

BARRAGEM A MONTANTE
Acordei com os passarinhos, montei nos dois pés e fui andar pela periferia, como sempre faço. Conversar, inquirir, curiar... Desci até à barragem, pensando que a rua que margeia a BR-316 (DENIT à barragem, rua de antigos quebradores de pedra) estivesse calçada. Nem vou dizer o que ouvi. Difícil andar por ela. Tive que ir para o asfalto, encolhendo-se para não ser atropelado na pista muito movimentada. Foi assim que passou um maluco numa moto, com um doido na garupa, acelerando, gritando e perseguindo seus cavalos soltos no asfalto. Nunca tinha visto um negócio daquele e por pouco não sofri acidente grave. Os cavalos do bandido, aterrorizados e olhos fora de órbitas, entraram em estrada vicinal na cabeça da ponte, com uma velocidade das “mile” e uma peste!
O cabra da moto deu um cavalo-de-pau e retornou em direção ao centro. Passou dois motoqueiros com pessoas na garupa, pegando corrida (em dupla) por cima da ponte.
Cheguei à barragem apenas para bater algumas fotos e fazer contato com a Natureza. O assoreamento do antigo lago artificial no rio Ipanema, de mais de um quilômetro de espelho d’água, formou um bioma particular semi pantanoso naquele local. Fios d’água, poços, florezinhas multicores, areia grossa, vegetação rasteira, arbustos, arvoretas e árvores com até 20 metros de altura. Na parte inferior da barragem, também um panorama de encher os olhos, desde as pedras do rio, aos batentes da serra da Remetedeira, com sopé de barro vermelho no verde da paisagem. De repente perdi a coragem de encarar a estrada rumo ao riacho Salobinho ou a trilha que leva ao Poço Grande.
Nem irei falar do que estar acontecendo ali, sobre o meio ambiente nas areias do rio que já é de amplo conhecimento de todos. Apenas procurei gozar ao máximo o que a Natura poderia me oferecer. Respirei o mato verde, tomei o Sol da manhã, conversei com muita gente humilde, matei a saudade para não ser morto por ela e, ainda cedo da manhã do domingo (21), retornei ao lar, feliz como quem havia escalado o Pico da Neblina.


  


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