REGISTRE
A PATENTE
Clerisvaldo B.
Chagas, 5 de janeiro de 2018
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.816
FOTO: (OPERA MUNDI). |
Estão completamente
defasadas as formas de governar dos prefeitos brasileiros, em maioria. A
ambição desmedida (vejam os jornais) perpetua o reinado dos coronéis que se
preocupam apenas em abastecer os seus próprios paióis. Não fazem absolutamente
nada pelo futuro dos seus municípios e, quando muito, calça uma rua, um beco e
logo corre a colocar o nome da rua de um parente. Muitos não querem mais educar
os filhos para as profissões diversas do mercado, mas apenas para o dinheiro fácil
que é a política. E na falta de filho, coloca a filha, na falta de filhos e
filhas, coloca a empregada, a rapariga, a peste, contanto que a minação do
dinheiro público mine no seu desgraçado bolso. Ainda bem que alguns se salvam e transformam o seu
município em grande competidor do porvir.
A eterna ambição de
cada qual deixa o município em situação caótica na Saúde, na Educação, na
limpeza urbana, na falta de planejamento. Ruas e mais ruas que mais parecem
latrinas com esgotos a céu aberto. O mato toma conta do calçamento que não
presta nem para cavalo. Não se encontra uma lixeira nas ruas, faltam placas de
sinalização, poda de árvores e pinturas, novos lugares de escoamento do
trânsito e tantas outras coisas que desanima qualquer filho da terra. Quando se
diz que o povo não sabe votar é apenas meia verdade. O rico honesto não quer
ser candidato. O pobre honesto não pode se candidatar porque bandidos não deixam.
O mais ou menos chega lá e se corrompe, vai carregar o andor do padroeiro,
naturalmente pensando que o santo compactua com sua desgraçada atitude.
Quando o eleitor olha
para um lado e para o outro, não encontra candidato do seu agrado e se ver
garroteado para votar em um dos viciados que ele mesmo conhece muito bem. E
esse ciclo do mal vai se perpetuando até não se sabe quando, pois se acusa, se
prende e se solta no outro dia. E depois de tal tornozeleira que o diabo
inventou, só fica na prisão o ladrão de bodega, o assaltante de beco, o larápio
de galinhas. Mesmo que viesse uma nova ditadura militar, seria para cometer os
mesmos erros, muito embora espanasse ratazanas para todos os lugares. Mas
quando voltassem à condição civil, novos ratos entrariam na competição pelo
queijo fácil do erário público, pelos séculos e séculos sem fim.
Quem tiver como
salvar o Brasil dos políticos ladrões, registre a patente.
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