RÁDIO
CORREIO DO SERTÃO
Clerisvaldo B. Chagas,
21 de janeiro de 2019
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.043
RÁDIO CORREIO DO SERTÃO. (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230). |
Mantendo
a tradição em Santana do Ipanema, Alagoas, ainda funciona plenamente a Rádio
Correio do Sertão. Surgiu depois dos movimentos sociais dos anos 60 em busca de
energia elétrica nos quais a cidade passou quatro anos no escuro. Com o
surgimento da rádio clandestina Candeeiro
à cabeça das ações para deixar as trevas o objetivo foi alcançado. Entretanto, tempos
depois, além da energia de Paulo Afonso, talvez o saudosismo da Rádio Candeeiro (que deveria estar no
museu) fez fundar a Rádio Correio do Sertão em 29 de janeiro de 1979. E se a clandestina Candeeiro demonstrou força
e trouxe a luz para Santana, imaginem a cidade com a bravura de uma rádio
oficial com sua potência dominando os sertões. Foi com sua importantíssima
cooperação que Santana do Ipanema fez clarear inúmeros órgãos públicos que
fizeram desenvolver o núcleo.
A
Rádio Correio do Sertão teve início à Praça Senador Enéas Araújo, penúltima
casa da esquina com a Rua Nilo Peçanha. Sendo a pioneira da região sertaneja,
muito contribuiu com o Sertão inteiro, diariamente informando, mandando recados
e divertindo a zona urbana e rural. Constavam programas de forró, repentistas,
aboios e tantas outras atrações que cativavam seus ouvintes. O cantor,
desenhista e radialista Adeilson Dantas (falecido em desastre automobilístico)
foi um dos primeiros da Rádio, criando seu nome regional. Outros locutores
também se tornaram famosos com a Rádio Correio do Sertão virando escola, pois,
dali saíram vários profissionais para emissoras de outras plagas.
Posteriormente a Rádio Correio do Sertão
passou a funcionar à Praça Alberto Nepomuceno Agra com a Avenida Coronel
Lucena, onde atua até os presentes dias. Venceu inúmeras crises internas, mas
vem resistindo, mesmo com suas concorrentes que se instalaram na mesma cidade.
O radialista Rânio Costa está à frente desses trabalhos, sendo um veterano
formado nessa escola desde a condição de auxiliar. A Rádio Correio do Sertão fez
história e é a própria história da terra de Senhora Sant’Ana.
Quanto
ao equipamento da Rádio Candeeiro (se ainda existir) poderia ser doado ao Museu
Darras Noya com amplo histórico de uma das páginas mais bonitas escritas pelo
povo santanense. A juventude tem que saber e se orgulhar da combatividade do
seu município.
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