ALAGOAS:TURISMO
REPETE COLONIZAÇÃO
Clerisvaldo B,
Chagas, 29 de janeiro de 2019
Escritor
Símbolo do Sertão
Alagoano
Crônica: 2.049
(SISTEMA CHESF/DIVULGAÇÃO) |
Notícias
sobre turismo em Alagoas, nessa época do ano, são sempre auspiciosas. É aquela
eterna citação de percentagem ocupacional dos hotéis da capital. Nas praias da cidade, principalmente em
Pajuçara, Jatiúca, Ponta Verde, é apresentada uma verdadeira babel de
visitantes, pelas origens das Cinco Grandes Regiões Geográficas. Os atrativos
principais para os viajantes são as praias mais bonitas do Brasil. Depois da
caprichada urbanização naquela área e a intensa divulgação das belezas da orla,
o fluxo turístico tem aumentado sensivelmente e no comércio praieiro é só
comemoração. Mas também são procuradas outras fontes como museus, gastronomia,
passeios lagunares e mesmo compras e visitas ao Comércio local. Atualmente o
Turismo faz parte da cabeça econômica do estado.
O
sertão alagoano foi conquistado através do rio São Francisco. As expedições
exploradoras e colonizadoras chegaram pela foz do Grande Rio, navegaram à
montante e ocuparam gradativamente toda a região sertaneja. Somente muito
depois foram surgindo com imenso sacrifício estradas para a capital.
Atualmente, após centenas de anos no marasmo, o turismo vai chegando também
seguindo as pegadas dos colonizadores, no sertão. Penedo, que sempre reinou só
na área turística do interior, vai dividindo espaço com outros municípios
ribeirinhos. Depois das filmagens da Globo em Piranhas, houve um despertar
gigantesco para a hidrelétrica de Xingó, cânions da região, e roteiro para a
fazenda Angicos onde foram assassinados Lampião, Maria Bonita e mais nove
cangaceiros em1938.
A
tendência é que a expansão turística de Piranhas continue através de Pão de
Açúcar, Delmiro Gouveia, Olho d’Água do Casado e Belo Monte, na área de
caatinga. Mas nada vem de graça e será preciso muito empenho de prefeitos
interessados em atrativos mínimos para os visitantes. Enquanto isso o Sertão
mais distante do rio não acena uma palha para essa atividade. Parece dormindo
em relação aos dólares e, ao que parece, está aguardando mais cem anos para que
o Turismo venha após a consolidação no São Francisco. Não se considera o turismo
religioso, de fazendas, de trilhas, de escaladas, religioso e gastronômico...
Nada, absolutamente nada. Esta visão medieval é irritante e só deságua no
umbigo dos coronéis
Arre! Quanto
egoísmo nos feudos!
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