PIRANHAS:
A MORTE DO LOBISOMEM
Clerisvaldo B.
Chagas, 11 de janeiro de 2019
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.037
Sobre o traidor de
Lampião, Pedro de Cândido:
23.08.1941.
Piranhas (AL). Após a hecatombe de Angicos, quando houve festas e
promoções policiais em Alagoas, o coronel Lucena lembrou-se de Pedro de Cândido
e o indicou ao comando para incluí-lo no efetivo da Força. Assim, como
recompensa, Pedro passou a fazer parte da polícia no posto de cabo destacando
em Piranhas mesmo onde estavam seus familiares.
Em
agosto de 1941, portanto, três anos após a morte de Lampião, corria em Piranhas
a no tícia que um lobisomem estava percorrendo a área da periferia, chamada
Piranhas de Baixo. Na noite do dia 23 de agosto de 1941, o jovem carregador
Sabino José Vieira, entrou no bar de Pedro Chico, lugar muito frequentado,
quando a conversa girava em torno do tal lobisomem. As luzes da cidade eram
apagadas às 23 horas. Morando muito afastado do centro e tendo que passar por
Piranhas de Baixo, Sabino colocou a peixeira
na mão e partiu resoluto para a sua moradia.
Em
uma daquelas curvas, notou um tropel logo seguido por uma espécie de ronco.
Sabino que estava prevenido plantou a faca no peito do bicho, ouvindo o gemido
e baque do corpo no chão. O rapaz saiu correndo e gritando “Eu matei o lobisomem! Eu matei o lobisomem!” E assim foi cair
desmaiado na calçada de uma pessoa responsável.
Vieram
pessoas ali de perto, cuidaram dele que ainda ficou repetindo a frase inicial.
Após se acalmar contou como se deu o caso. O povo foi lá no local e deu com o
cabo Pedro de Cândido embrulhado num capote, estendido numa enorme poça de
sangue. Uma das pessoas abaixou-se com uma candeia, pôs a mão na faca do peito
da vítima e disse : “Já está frio...
Acabou-se o homem!” (3).
Valdemar
de Souza Lima chama de “A 13a Cabeça”. AA.
Cândido
tinha um caso amoroso com tal Madalena e, para esconder sua identidade,
percorria o trecho de capote. O rapazola de nome Sabino seria um retardado
mental, que ficara assustado com a investida de Pedro, reagindo com uma quicé
acertando o coração de Pedro de Cândido. (4).
Extraído de
CHAGAS, Clerisvaldo
B. & FAUSTO, Marcello. Lampião em
Alagoas. Maceió, Grafmarques, 2012. Págs. 450-451.
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