SERRA
DO CRISTO
Clerisvaldo B.
Chagas, 24 de janeiro de 2019
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.046
CHUVA NO SERROTE GONÇALINHO. (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230). |
Em
Santana do Ipanema, Alagoas, um dos montes que circundam a cidade é denominado
serrote do Gonçalinho, serra do Cristo e serra das Micro-ondas. Serrote do
Gon(Fçalinho é denominação antiga, registrada em crônica pelo escritor Oscar
Silva. Serra do Cristo porque ali foi colocada uma estátua de porte médio do
Cristo de braços abertos e, serra das micro-ondas, devido às instalações de
torres de telecomunicações no seu topo. Temos a impressão de que o serrote do
Gonçalinho há milhões de anos, fazia
parte de uma cadeia de montanhas que viria da serra da Lagoa, serra do Cabeça
Vermelha, serrote do Gonçalinho, Serrote do Cruzeiro, serrote Pintado, serra
Aguda e serra da Remetedeira. Com os
desgastes milenares a cadeia transformou-se em serras isoladas. Essa é nossa
teoria grosso modo.
Mas,
quem teria colocado a estátua do Cristo no serrote do Gonçalinho? Várias
sugestões foram discutidas em rodas de curiosos. Uma delas diz que o Cristo mal
feito teria sido colocado pelo cidadão Frederico Rocha que fora intendente em
Santana no início dos anos 30. No cemitério Santa Sofia, existe uma estátua
semelhante no túmulo da família Rocha que é destaque e parece ser de metal.
Inclusive, foi criticada em uma das visitas à cidade pelo escritor santanense
Oscar Silva que desconfiou que a estátua tivesse um braço maior do que o outro.
Até aí tudo combina. Dizem que a estátua do Gonçalinho foi colocada ali como
promessa de Frederico. A teoria estaria completamente fechada se o antigo
Interventor gostasse de promessas. Frederico tinha segmento kardecista e não
era chegado à piegas do catolicismo. Isso faz com que a polêmica continue.
Mesmo
assim, a tese de que foi ele mesmo, o interventor, fala mais alto pela
coincidência das duas estátuas semelhantes que parecem ter sido confeccionadas
pelo mesmo artesão, com os mesmos defeitos. Na gestão Nenoí Pinto, a estátua do
Cristo mereceu atenção e foi iluminada com destaque no serrote. O Cristo fica
um pouco abaixo do topo e passou muito tempo abandonado e desconhecido. É
visitado como curiosidade pelos que sobem a elevação como excelente mirante
para o lado leste da cidade e arredores. Mas quem vai registrar nos anais da
administração pública essas duas teorias, uma geográfica e outra social?
Sempre
fazendo a nossa parte.
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