O REI DO BAIÃO
Clerisvaldo
B. Chagas, 23 de junho de 2012.
Crônica Nº 802
Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu na cidade pernambucana de Exu em 13 de
dezembro de 1912 e faleceu em 2 de agosto de 1989. Ao se tornar sanfoneiro e
cantor, era acompanhado de sanfona, zabumba e triângulo e passou a cantar todos
os aspectos do Nordeste, ficando famoso com o apelido de “Rei do Baião”. Os
pais de Luiz Gonzaga eram trabalhadores rurais, Januário José dos Santos e Ana
Batista de Jesus, conhecida por “Santana”. Januário trabalhava na roça alheia,
tocava e consertava acordeon. Foi ele quem ensinou Gonzaga a tocar.
Adolescente, Gonzaga apaixonou-se pela filha de um coronel que não queria esse
namoro. Ficou namorando escondido. Seu pai, Januário, deu-lhe uma surra por
causa desse negócio e Gonzaga fugiu de casa, alistou-se no exército no estado
do Ceará e passou nove anos sem dar notícias em casa. Andando pelos estados, Gonzaga
conheceu em Minas, um soldado que tocava acordeon e começou a se interessar
pela música. Em 1939, deu baixa do exército no Rio de Janeiro e passou a tocar
nas feiras e nas casas de prostituição. Tocava músicas estrangeiras. Em 1941,
cantou uma música nordestina da sua autoria e foi aplaudido. Logo fez um
contrato com a gravadora Victor, gravou “Vira e Mexe”, seu primeiro disco e
mais cinquenta depois. Passou uns tempos vivendo com uma cantora chamada Odaléa
Guedes dos Santos que teve um filho de outro, mas Luiz assumiu a paternidade e
deu-lhe o nome de Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior que depois se tornou o
cantor Gonzaguinha. Em 1946 foi visitar os pais, desde a surra que levara, em
Exu. Em 1948 casou-se com a professora Helena Cavalcanti. Odaléa morreu de
tuberculose nesse mesmo ano deixando Gonzaguinha órfão, mas Helena não queria
saber de criar o menino. Houve muitas páginas de sofrimento entre Luiz Gonzaga
e Gonzaguinha, rejeitado pela família da esposa de Luiz. O garoto chegou a ser
internado. Muitas brigas houve entre Luiz e a esposa por causa de Gonzaguinha.
Depois o menino cresceu e ficou viciado em bebida, aumentando os problemas da
família. Somente muito mais tarde, Gonzaguinha resolveu se curar e tornou-se
compositor e cantor e fez as pazes com o suposto pai.
Luiz Gonzaga sofria de osteoporose e morreu vítima de uma parada cardiorespiratória
no Hospital Santa Joana, no Recife. Seu corpo foi velado em Juazeiro do Norte e
sepultado em Exu.
Luiz Gonzaga gravou centenas e centenas de músicas e cantou o Nordeste inteiro.
Juntamente o que Frei Damião e padre Cícero representam para os católicos
nordestinos, Luiz Gonzaga representa para a música dessa imensa região. Outro Luiz Gonzaga só agora daqui a cem anos.
O maior ídolo musical do Nordeste ainda é O REI DO BAIÃO.
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