sexta-feira, 15 de junho de 2012

PISÃO NA BOLA


PISÃO NA BOLA
Clerisvaldo B. Chagas, 15 de junho de 2012.

A decisão da Polícia Federal em não deixar o cidadão moçambicano jornalista Jeremias Vunjanhe, entrar plenamente em nosso país, chamou a atenção do Brasil inteiro após a divulgação do fato. Vunjanhe vinha participar da Cúpula dos Povos que é o movimento paralelo à Rio + 20. Acontece que o combativo jornalista de Moçambique não conseguiu ir além do aeroporto internacional de Guarulhos. A surpresa da notícia que a princípio não tem pé nem cabeça, desperta a todos para saber o que de fato está acontecendo com esse tranco levado pelo senhor Jeremias. Falam que o homem é um crítico de fama em sua terra contra a atuação da companhia Vale naquele país. Isso quer dizer que boa coisa a companhia não anda pintando no colorido do solo africano. Vunjanhe participaria de um evento chamado 3º Encontro Internacional dos Atingidos pela Vale. De onde teria partido a ordem à Polícia Federal para barrar o africano? Da Vale? Do governo brasileiro, precisamente do Planalto? Se fosse pelo menos um espanhol, poderíamos acreditar até num ranço entre povos e polícias, mas não era.
A instalação da tal mineradora brasileira em Moçambique não é uma coisa pacífica apenas porque o continente é africano. Tem gerado polêmica e conflitos entre direitos humanos locais e o governo daquele país. O ato da Polícia Federal talvez fosse para ser discreto, mas que discreto foi esse que uma boca grande logo alarmou para o Brasil todo e o mundo, até porque o próprio mundo todo já está no Brasil nessa Rio + 20. “Em nota, os organizadores da Cúpula dos Povos disseram que a embaixada do Brasil, em Moçambique, concedeu visto de entrada no país a Vunjanhe. De acordo com o documento, em nenhum momento foi feita qualquer restrição á sua vinda ao país”. Não foi ainda explicado porque o africano foi mandado de volta ao país de origem. A Polícia Federal, talvez surpreendida pela repercussão, passou a imitar os nazistas: confirmaram o impedimento e informaram que os motivos não serão divulgados. Sabemos que a Polícia Federal é poderosa e tem feito por ser respeitada nas lutas contra a corrupção no país, mas agora, nesse caso de Jeremias, o que tem a Polícia a esconder?
Esse negócio ainda vai ser bem mexido e muitas explicações também terão que ser dadas, tanto pela Vale que vem imitando imperialista americana, quantos pelos que jogaram um lajeiro na frente do senhor Vunjanhe. 1 x 0 contra os que barraram Jeremias, verdadeiro PISÃO NA BOLA.





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