TUDO É
ONÇA
Clerisvaldo B.
Chagas, 12 de junho de 2012.
No
momento
em que o nosso país vai sediar uma conferência ecológica, abre os seus
trabalhos atropelando uma onça parda ou suçuarana em suas rodovias. Fica agora
o maior felino brasileiro posando para a foto como astro da Internet e da
imprensa em geral, com as patas traseiras a reboque. Apesar de ter feito um
esforço extraordinário em favor do ambiente, muito ainda resta fazer para uma vida
de qualidade, tanto para o homem quanto para os bichos. No Brasil, sabemos que
se os defeitos de construções não forem feitos na hora, dificilmente ou quase
nunca são consertados. Temos como exemplos os erros propositais dos engenheiros
nas construções de estradas, deixando curvas perigosas unicamente para não
desagradar o proprietário poderoso das terras com seus apadrinhamentos
políticos. Esses aleijões de estradas que envergonham qualquer bom profissional
do ramo são apelidados pelo povo de “curvas da morte”. Ali o perigo vai
ceifando centenas de vítimas todos os anos entrando nas estatísticas sombrias
porque os consertos como já foi dito, jamais acontecem. No caso onde a fauna
ainda é bastante densa, raramente são construídos túneis simples de passagens
de um lado a outro das rodovias. Os estudos esbarram no emperramento de sempre,
fazendo com que motoristas matem dezenas e dezenas desses animais que transitam
pelas imediações, muitos até em extinção como a onça mesmo, o tamanduá, a anta
e outros de grande porte.
Quando se fala na proteção
da flora, as ações são dirigidas primeiramente para a floresta amazônica ou
floresta equatorial e só depois para mata atlântica ou floresta tropical, invadida
em muitos lugares pelo plantio da cana-de-açúcar. Os capões de mato não
conseguem com dignidade à vida animal. Corredores de mata de um capão a outro
são formados em alguns lugares, mas ainda são poucos assinalando apenas a morte
da fauna litorânea. Pior ainda ficam outros biomas brasileiros que permanecem esquecidos
ou com ações apenas no intencional que não leva a nada. Assim a caatinga vai se
extinguindo cada vez mais com a extração de lenha para fornos de carvão, padarias,
cercas e outros tipos de uso, num crime corriqueiro, esquecido e perdoado.
Muitos lugares do sertão nordestino só têm a oferecer insetos e nem sequer
cobras e passarinhos.
É nessa situação de acertos
e erros que o Brasil vai sediar esses importantíssimos debates com os países do
mundo. A “onçona” está em tratamento. Grande bonita e gorda, arrastando as
patas traseiras, representando a valentia dos sertões. E história de onça é o
que mais existe no Brasil. Se não é pintada, a suçuarana serve, TUDO É ONÇA.
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