quarta-feira, 27 de junho de 2012

NÃO HÁ POSSIBILIDADE

NÃO HÁ POSSIBILIDADE
Clerisvaldo B. Chagas, 27de junho de 2012.
Crônica Nº 805

Novamente sou obrigado a recordar conversas de adolescentes ao observar o quadro político na minha cidade. O saudoso companheiro José Lima, morando com a tia Maria Sabão no Hotel Central, descia as escadas de madeira do 1ª andar para a Esquina do Pecado. Entre suas anedotas, rápidas e inteligentes, o negrão falava sobre um gay que morava em Palmeira dos Índios. Muito educado e de frases elegantes, segundo o negrão, o gay de Palmeira não perdia o prumo. E depois de contar algumas passagens da criatura, Zé Lima quis provar que o danado era fino até na hora do ato sexual. Depois de chegar ao lugar adequado com um fulano, fizeram as preliminares, quando o gay tomou a posição de praxe. Naquele momento da felicidade, o gay lembrou-se de espiar para trás por cima dos ombros, ficando horrorizado com o que viu; mas o belo patricinho não perdeu a elegância uma fração de segundo. Simplesmente ergueu às vestes inferiores e afirmou, categoricamente, deixando o local do “crime”: “Estimadíssimo quadrúpede, não há possibilidade! Não há possibilidade!”.
A disputa política das eleições em Santana do Ipanema é igual à de qualquer outro lugar do interior. Existem os que detêm grandes condições e aqueles que desejam, mas são rejeitados pelo povo. Mesmo assim, sempre se registra a insistência robusta de querer entrar no céu a pulso. “Nós não o queremos” diz o povo. Mas o personagem faz ouvidos de mercador e aparece de chofre com a maior autoridade do estado para avalizar a sua vontade tresloucada de atropelar e ser prefeito. O resultado é a grande decepção, coleções de piadas e risos sem fim da parte popular. É certo que a maioria da população é analfabeta e não sabe o que quer, porém, sabe muito bem o que não quer. O exemplo acima é de um candidato fictício ou não, mas existem outros vários exemplos de desespero político, provocando risadas espetaculares. Enquanto isso os paióis das azulzinhas, ameaçam estourar a partir dos primeiros dias do mês de julho.
Diante do céu da prefeitura, portas estreitas e fortes aspirantes. Para os que procuram aliviar as suas taras nas partes íntimas do erário público, ficam parecendo o jumento de duas pernas da história do negrão Zé Lima. Conformem-se nas palavras buriladas do gay de Palmeira dos Índios: “Estimadíssimo quadrúpede, não há possibilidade! NÃO HÁ POSSIBILIDADE”.


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