VÊM AÍ
Clerisvaldo B. Chagas, 4 de junho de 2012
Em nossa viagem curta pelos campos, saímos furando as caatingas do Sertão. Íamos em busca de belas fotos, para o próximo livro que sairá junto com “Lampião em Alagoas”, dentro de, aproximadamente, dois meses. Visitando os povoados Tapera do Jorge, Alto do Tamanduá e os sítios Mocambo e Laje dos Frades, fomos vendo o sertão esverdeado com a chamada seca verde. Clerisvaldo B. Chagas, Marcello Fausto e Pedro Pacífico Vieira Neto, autores parceiros, de mais uma obra que será lançada à apreciação dos santanenses e alagoanos, não deixamos de anotar o social da atualidade sertaneja com as paisagens naturais que inebriam os olhos dos visitantes. Ali, o movimento dos povoados em fim de semana. O descanso, o lazer da população no seu cotidiano. Crianças nas ruas, pequenas sinucas em atividades, grupos de vizinhos jogando conversa fora, música brega enchendo o espaço dos botecos, cerveja gelada estourando por cima dos balcões de madeira suja. Pelas sombras das calçadas, a desconfiança dos olhares, a negação do corpo das morenas brejeiras, o clique formal das máquinas trabalhando.
No seio natural, barreiros com água, animais pastando, bucólica paisagem entre o verde mortiço dos arbustos e os esbranquiçados lombos dos lajeiros repletos de coroas-de-frade, de urtiga da folha grande, de antigos e cansados mandacarus. Cabras marchando pelas veredas dos serrotes redondos, jumento apreciando de cima as novidades do sopé da colina. Carcarás famintos nos rodeios geométricos dos ares. Cenários que aguardam um inverno tardio, refletindo duramente na economia da região, no bolso raso do sertanejo pobre. O soluço do campo nas catingueiras desbotadas, nos espinhos dos alastrados, no lodo negro dos matacões, desanima o homem, mas o convida à resistência. Ovelhas peladas expõem os ossos sob a pele negra, enganadas pelo tempo. A árvore morta bem perto do lajeado dá torre ao carcará faminto que perscruta os arredores. Casas em ruínas vão tombando aos poucos numa lembrança misteriosa dos seus antigos donos. Cancelas quebradas, aramados de ferrugem, acenos de algodão seda. Compridos calangos espreitam os passantes pelas frestas dos pedregulhos. Sobe a poeira no sertão sem fim.
Tudo pronto, tudo terminado para cair nas mãos do povo santanense e alagoano duas obras que muito contribuirão para a história do município, de Alagoas e dos pesquisadores do Brasil inteiro. Ambas lançadas no mesmo dia. Clerisvaldo B. Chagas, agora em parceria, enriquecendo cada vez mais a Literatura, a História, a Geografia, a Sociologia da região sertaneja, a exemplo de “Ipanema, um rio macho”, “Sebo nas canelas, Lampião vem aí” e “Conhecimentos gerais de Santana do Ipanema”, lançados há pouco; temos certeza de que essas duas próximas obras vão agradar em cheio: “Lampião em Alagoas” (mais de 450 páginas ilustradas) em forma acadêmica e “Negros em Santana”, livro de cerca de 50 páginas, baseado em TCC dos autores, rico estudo sobre a origem dos negros no município, contribuições e muito mais. Não esquecer que após esses dois livros em parceria, virá de Clerisvaldo B. Chagas mais três de uma vez só: dois romances do ciclo do cangaço (“Deuses de mandacaru” e “Fazenda Lajeado” e “Colibris do Camoxinga; poesia selvagem) que estão faltando apenas às capas entregues ao trabalho de um grande artista da terra. E por fim: “O boi, a bota e a batina, história completa de Santana do Ipanema”, que está sendo engordado. Foram três publicações mais seis em seguida. Aguardem. VÊM AÍ!
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