CAÇAS E
AMERICANISMO
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de
outubro de 2014
Crônica Nº 1.291
Caça Gripen. Divulgação Saab. |
O contrato entre a Aeronáutica e
o grupo sueco de armamento Saab, pode representar o sonho brasileiro de possuir
naves de guerra fabricadas no Brasil. Torcíamos para que o negócio entre países
incluísse a transferência de tecnologia. Ainda sem condições de fabricar esses
aviões, o Brasil ficava a mercê da boa vontade estrangeira. Poderia, por
exemplo, comprar aviões, mas na precisão poderia também ficar sem peças e
sem poder fabricá-lo. No caso de um aperto de guerra estaria perdido.
Com essa compra de 36 caças
Gripen da Suíça, O Brasil não teria feito nada de extraordinário se não tivesse
assegurado a transferência de tecnologia. Esse é o poder de fabricar seus
próprios aviões de guerra, inclusive aperfeiçoá-los, entrando definitivamente
nesse clube fechado de fabricantes.
Não basta ser uma potência
econômica, é necessário também se transformar em potência militar. Um país
cheio de tantas riquezas naturais e com dimensão de continente, não poderia a
nação brasileira mostrar-se fraca em relação as suas Forças Armadas. O mundo
vive em guerras constantes, não sabemos sobre o futuro e nem os limites das
ambições humanas.
Não importa se o negócio custará
US$ 5,4 bilhões. Além de equipar a sua Força Aérea, fabricar seus próprios
aviões, abre-se a perspectiva para centenas de empregos, independência militar
e possibilidade de cobrir o capital empregado em vendas futuras para outros
países.
Caso os aviões adquiridos fossem
americanos, seria incerta a transferência tecnológica.
Segundo vimos, já fabricamos
alguns tipos de navios de guerra, tanques e mesmo submarino nuclear. Com o
domínio das tecnologias e investimentos, não temos dúvidas do respeito que será
imposto lá fora, com o tempo.
Almejamos a paz, vivemos na paz,
cultuamos a paz. Entretanto, por via das dúvidas...
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