DESFILE
TROPICAL
Clerisvaldo B.
Chagas, 6 de outubro de 2014
Crônica Nº 1.274
Foto: (coisasdeflorania.com.br.) |
O tempo vai fazendo
como tem vontade. Uma chuva, ora lenta oura ligeira, vai batizando sem parar a
noite do dia 4 de outubro. O sertanejo fica boquiaberto com as transformações
climáticas que mudaram no sertão alagoano a cerca de dez ou doze anos.
As chuvas ocorriam
com menor intensidade a partir de março e com grande firmeza nos meses de maio
a 15 de agosto, sendo o mês de julho o mais chuvoso e frio até ali. A primeira
quinzena de agosto era para fazer frio mais intenso que julho, trazer lagartas
e muitas vezes matar a lavoura com esses dois fenômenos. Nesse período caíam as
últimas chuvas de outono/inverno que enriqueciam a região.
Meses absolutamente
secos eram setembro e outubro, ocasião em que se preparavam vários eventos,
pois a pluviosidade zero estava garantida.
Começamos a notar a
diferença quando pela primeira vez no sertão, vimos chuva no dia 7 de setembro,
dia de desfile sobre a Independência do Brasil. A partir daí, o tempo foi
repetindo a surpresa e se estendendo por setembro até chegar a outubro, causando
a segundo surpresa e assim tem atuado como foi dito, nos últimos anos. As
chuvas agora chegam com atraso, em menor quantidade e se prolongam até outubro,
abocanhando parte da primavera. O nosso livro Geografia de Santana, editado em
1978, fala muito bem do tempo, na época.
Não sabemos se o
agricultor acompanha essa pesquisa, mas que existe significativa mudança
existe.
O certo é que o dia
de ontem, confirmou o que dissemos acima. Formou-se um preguiçoso cenário de fim
de inverno, fazendo reaparecer sombrinhas e guarda-chuvas na paisagem cinzenta
do interior.
Os eleitores também
mudaram o hábito do turno de votação. Os do campo votavam pela manhã. A partir
de meio dia, o movimento na cidade era o mínimo. Ontem, porém, foi intensivo o
fluxo de pessoas e automóveis até os últimos minutos de votação nas ruas de
Santana do Ipanema, capital do sertão de Alagoas. Mesmo em cima das 17 horas, o
trânsito estava difícil e estacionamento muito mais difícil ainda.
Pelo menos ficam
registradas as impressões, para pesquisas mais profundas.
Nessas alturas, a
tristeza e a alegria desfilam em território brasileiro. Para o bem ou para o
mal, a quantidade de cachaça e cerveja que estar rolando dá muito bem para
inundar esse desfile tropical.
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http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2014/10/desfile-tropical.html
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