quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

GONZAGA E GONZAGUINHA



GONZAGA E GONZAGUINHA
Clerisvaldo B. Chagas, 18 de dezembro de 2014
Crônica Nº 1.327

Foto: (folhadeexu.com.br).
Nunca mais havia assistido uma produção tão grandiosa, como a que passou ontem à noite na Rede Globo de Televisão. Pego de corpo aberto, deixo tudo e corro à poltrona para examinar a homenagem a Luiz Gonzaga e a seu filho Gonzaguinha. Nem havia jantado ainda, mas diante da perfeição do que via e ouvia, não quis me levantar da poltrona nem para um café pequeno, coisa que faço habitualmente várias vezes ao dia.
Foto: (dzai.com.br.).
Tudo foi maravilhoso. Parecia uma grande produção americana sem nada dever a eles. Os vários atores, desconhecidos para mim, foram perfeitos, todos. Não houve um só intérprete que merecesse uma única observação negativa da minha parte. Gonzaga, Gonzaguinha adulto, Santana, Januário, o coronel, as duas mulheres de Gonzaga... Tudo de primeira linha, tudo divino. O garoto que fez o papel de Gonzaguinha, quando pequeno, foi fenomenal, levando-me a encher os olhos d’água várias vezes com direito ao chamado nó na garganta. Nem posso dizer quem fez o melhor papel, todos foram espetaculares. Não gostei da Helena, a segunda mulher do Gonzaga, apesar do nome da minha mãe e o mais angelical de todos os nomes femininos, perdendo apenas para Maria. Não falo da atriz, mas da própria Helena interpretada, seca, frustrada, como uma velha solteirona intragável.
Do que eu conhecia sobre a literatura de Luiz Gonzaga, a película foi fiel. E a apresentação do meu querido, amado e idolatrado sertão nordestino, foi demais. A paisagem do sítio de Januário. A casa, os jumentos, o açude, a vegetação, caminhos sem fins, os vaqueiros, capangas, coronel, feira e festas, grudaram-me na poltrona e quase não saio, emocionado, quando chegou ao fim.
Não estou, no momento, procurando elogiar os homenageados, mas sim, a magnífica produção apresentada. O único momento de risos foi com a cena dos seus companheiros improvisados, “Custo de Vida” e “Salário Mínimo”, o anão.
Parabéns aos cineastas brasileiros por tanta qualidade refletida na tela. Valeu por tudo que assisti durante 2014.


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