AINDA CLODOLFO, NA VISÃO FLORO E DARCI
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de agosto de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.361
“Formado em medicina pela Bahia, veio clinicar em sua terra, nossa terra de Santana do Ipanema. Jovem e inteligente, deu muito de si aos sertanejos que precisavam dos seus serviços profissionais. Na época fora o primeiro médico santanense a prestar serviço a seu povo. Para atender aos chamados dos fazendeiros, dos habitantes distantes da cidade, comprou um jipe, cujos pneus já estavam carecas de tanto rodarem para socorrer necessitados. Era parteiro também, e ninguém ficava sem assistência desse jovem atencioso e competente. O pior era que não havia caminho próprio para automóvel, mas o jipe não respeitava toco nem lama. Sua freguesia era enorme, não só na cidade como nas circunvizinhanças. Os casos que lhe apareciam eram sem conta: facadas, tiros, corte de machado, maleita, hepatite, partos, problemas hepáticos, circulatórios e outros.
Chegou a lecionar no ‘Curso de Parteiras
Leigas’, promovido pela ANCAR/AL nesta cidade de Santana do Ipanema, beneficiando desse modo a zona rural.
As cursistas eram parteiras residentes nos povoados das cidades circunvizinhas
à nossa a terra, as quais faziam partos e ficavam apavoradas quando se lhe
deparavam problemas da especialidade médica que, pela demora e pela ignorância
do perigo iminente, provocavam a morte da parturiente, geralmente ao chegar ao
consultório médico.
Esse médico incansável tudo dera de si em prol
de seu povo, quando podia, como fizeram tantos outros. Viver nos grandes
centros, onde tudo é mais fácil, mais bonito e menos árduo!... Com merecido louvor
chegara a dirigir, como Diretor, o Hospital Regional Dr. Arsênio Moreira da
Silva, sediado nesta cidade de Santana do Ipanema”.
MELO,
Floro de Araújo & MELO, Darci de Araújo. Santana do Ipanema conta sua
história. Borsoi, Rio de Janeiro, págs. 61-62.
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