LIBERDADE
Clerisvaldo
B. Chagas, 29 de novembro de 2021
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.621
Palmeira
dos Índios, situada no Agreste alagoano, está de parabéns em resgatar parte da
história do nosso estado. A lembrança de exaltar a luta quilombola pela
liberdade foi oportuna nesses momentos em que se discute o racismo no Brasil
com o dia da Consciência Negra. Não só o prefeito está de parabéns, mas o
escultor Ranilson Viana e todo o povo palmeirense pelo exemplo em exibir
publicamente os nossos valores numa luta universal, local e sem tréguas. Os
quilombolas da comunidade Tabacaria representam muito bem tantas comunidades
quilombolas de Agreste e Sertão do nosso território. O monumento negro à
Liberdade não será apenas um monumento para Palmeira dos Índios, porém fonte de
inspiração, pesquisa, estudo e turismo que preenchem a cabeça dos verdadeiros
heróis e apologistas à liberdade branca, negra, indígena do nosso País.
A obra
com quatro metros de altura representa também uma vitória profissional para o
seu autor, notadamente quando sua arte vai aonde o povo está. A “Princesa do
Agreste”, também já possui uma tradição de preservar a sua história como alguns
monumentos à personagens indígenas – origens das suas raízes – e o trio de
museus espalhados pela cidade. Estivemos aí em dia chuvoso fotografando na
Praça do Museu Xucurus a máquina do trem para o nosso trabalho “Repensando a
Geografia de Alagoas”. Diversos outros lugares foram por nós fotografado como a
serra das Pias, a antiga estação ferroviária e o açude do Goiti na sua melhor
forma.
Palmeira
dos Índios, para quem não a conhece, é passagem obrigatória dos que trafegam
Sertão – Maceió e vice-versa pela BR-316 e de quem se desloca de Arapiraca para
Bom Conselho, Garanhuns via Igaci. Município de terras férteis também é
conhecido como “Terra da Pinha” que no Sudeste é chamada de fruta de conde. Sua
posição geográfica facilita bastante o seu desenvolvimento: Agreste, fronteira
com Pernambuco e limiar do Sertão, significam está perto de tudo e possui bom
intercâmbio com a Capital Sertaneja Santana do Ipanema. Mas nem só da pinha
doce vive Palmeira dos índios, a cidade respira cultura por todos os recantos
onde a sombra do Mestre Graça continua muito maior do que os quatro cantos das
suas fronteiras.
MONUMENTO
À LIBERDADE
(FOTO:
DIEGO WENDRIC/ASSESSORIA)
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