NOSSA SENHORA DOS PRAZERES Clerisvaldo B. Chagas, 28de agosto de 2015 Crônica Nº 1.482 Maceió vai comemorando a festa da sua pa...

NOSSA SENHORA DOS PRAZERES



NOSSA SENHORA DOS PRAZERES
Clerisvaldo B. Chagas, 28de agosto de 2015
Crônica Nº 1.482
Maceió vai comemorando a festa da sua padroeira, Nossa Senhora dos Prazeres. A história da santa confunde-se com a fundação da Igreja, cujo lançamento da primeira pedra aconteceu na tarde do dia 22 de julho de 1840. Com a bênção do Visitador Diocesano, Cônego Afonso de Albuquerque, em 20 de dezembro de 1859, consolida-se o templo de Maceió. Já no dia 31, após a missa, a nova imagem da Padroeira, ofertada pelo Barão de Atalaia foi benzida pelo Visitador. “À tarde, sua majestade D. Pedro II transpôs os umbrais do templo. Com notas vibrantes é entoado o hino de ação de graças”.
Antes, porém, de Maceió, Nossa Senhora dos Prazeres, já estava na igreja do povoado Barra do Ipanema, no rio São Francisco. Descoberta numa loca de pedra no morro-ilha diante da foz do rio Ipanema, foi entronizada na igreja que havia no cimo do morro. É de se notar que na época subiam e desciam navios de porte no baixo São Francisco, transportando mercadorias e passageiros. Muitas coisas chegavam em primeira mão pelos sertões dos navios e carros de boi.
Pelos nossos estudos, Nossa Senhora dos Prazeres, cujo morro também herdou seu nome, não foi entronizada junto à capela erguida em 1624 para dá abrigo a imagem de São Brás.
A história de Nossa Senhora dos Prazeres na Barra do Ipanema, município de Belo Monte, Alagoas, ganha nuances inéditos frutos dos nossos estudos sobre o povoado. Concluindo o nosso livro, quando for lançado, por certo, causará espanto e interesse dos pesquisadores que se interessam pelo assunto.
É bom frisar, que mesmo assim, Nossa Senhora dos Prazeres não é a padroeira do povoado Barra do Ipanema e sim, São João.
Enquanto isso, parabenizamos a nossa capital pelos seus festejos religiosos.


A BIBLIOTECA DO BARÃO Clerisvaldo B. Chagas, 27 de agosto de 2015 Crônica Nº 1.481 Biblioteca Pública. Foto: (Alagoas Memorável ...

A BIBLIOTECA DO BARÃO



A BIBLIOTECA DO BARÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de agosto de 2015
Crônica Nº 1.481
Biblioteca Pública. Foto: (Alagoas Memorável (Patrimônio Arquitetônico).
Contemplando antigos casarões da minha terra, notamos a imponência arquitetônica dos tempos de vila. Pelo menos dois desses edifícios, construídos pelo coronel Manoel Rodrigues da Rocha, antes de 1920, funcionaram como biblioteca pública, na segunda metade do século vinte.
Sem levar em conta outros fatores que podem desgastar os livros, vem um velho costume de abrigá-los em casas enormes e antigas, muitas vezes caindo aos pedaços. A mesma ideia jericosa dos museus.
Esses prédios notáveis lembram também a minha época de estudante na capital e o centro histórico de Maceió onde se encontram a Assembleia Legislativa e o Sobrado do Barão. O Sobrado do Barão ainda funciona como biblioteca pública, batendo com o meu tempo estudantil. Saído do abrigo dos livros do interior a cargo de Nilza Marques, também encontrei muita ordem no Sobrado do Barão. Nada ali, porém, era melhor do que o comando da santanense, a não ser pela enorme quantidade de livros e o espaço. O que mais me chamava atenção, todavia, era o rigoroso silêncio de leitura no ambiente. Qualquer coisa a mais, ganhava um longo psiu da encarregada.
“Construção da primeira metade do século XIX, o sobrado hoje ocupado pela Biblioteca Pública está entre os mais representativos monumentos de arquitetura residencial do estado, composto por três andares, mais um mirante visível na frente. Sua característica é a sobriedade de estilo, ao molde português, com pavimento térreo marcado por cômodos de acesso independente e porta central que leva aos andares superiores, reservado à moradia da família. Nove janelas avarandadas com gradil de ferro preenchem a fachada da área residencial. Passou a ser conhecido por palácio a partir de 1859 por ter servido de hospedaria ao casal imperial, dom Pedro II e dona Tereza Cristina, em visita à Alagoas”.
Essas informações estão na publicação Alagoas Memorável (Patrimônio Arquitetônico) da Organização Arnon de Mello.
Entre recordações e cultura, o mês de agosto vai chegando ao fim.

O GOVERNADOR E O PICOLÉ Clerisvaldo B. Chagas, 26 de agosto de 2015 Crônica Nº 1.480 Foto: (Francisco Aragão). Cada um tem ...

O GOVERNADOR E O PICOLÉ



O GOVERNADOR E O PICOLÉ
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de agosto de 2015
Crônica Nº 1.480
Foto: (Francisco Aragão).

Cada um tem seu modo de ser e, seu Nouzinho tinha o dele. Vindo de Viçosa, Alagoas, em 1936, passou a ser comerciante e fazendeiro em Santana do Ipanema. Tornou-se amigo do famigerado coronel Lucena e por este indicado para prefeito interventor da sua nova cidade. Sem nunca esboçar um sorriso, foi um folião solitário dos Carnavais do Sertão. Com apenas uma simples máscara fina, talvez comprada na casa Rainha do Norte, do empresário e comerciante Tibúrcio Soares, desfilava sem nenhuma companhia pelas principais ruas e avenidas. Era o seu jeito.
Firmino Falcão Filho exerceu o mandato de prefeito interventor, em Santana do Ipanema na gestão 1947-1948. Em tão pouco tempo, o homem que montou a Sorveteria Pinguim, no Bairro Monumento, muitas coisas importantes realizou como prefeito nomeado pelo governador Silvestre Péricles. Tinha orgulho de ser chamado “prefeito marca três efes”. Muito ajudou o time da cidade Ipanema e, foi ele quem construiu a ponte de concreto que liga o Comércio ao Bairro Camoxinga.
Os picolés da sua sorveteria eram feitos de essências e tinha o morango como carro-chefe, embora os sertanejos nunca tivessem visto um morango in natura.
Brincalhão sem sorriso, sempre se saía com suas próprias tiradas. Despachando na sorveteria, atendeu a um matuto que lhe perguntou de que era aquele picolé tão verde assim. Respondeu sem pestanejar: “É de mata-pasto”, erva daninha da região. Outra vez indagado de que era feito aquele picolé que não tinha gosto de nada, respondeu Seu Nouzinho ao cliente: “Você que está chupando não sabe, quanto mais eu que sou o dono”.

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O nosso governador Renan Filho, como candidato, pregou que a Educação era tudo, dando a entender que por ela não seria mais um. Depois que deu a impressão de que seria um bom governo, começou a esfarrapar, perdendo completamente o crédito com o funcionalismo. Sua proposta de reajuste ao Magistério é uma grande piada de mau gosto e deboche que só encontra igual no governo que passou. Uma VERGONHA! E para não dizer muita coisa sobre o homem do palácio, em relação aos professores, assemelha-se ele, no momento, à qualidade peste do picolé de seu Nouzinho.