O PADRE QUE MORREU NA IGREJA Clerisvaldo B. Chagas, 12 de março de 2019 Escritor Símb olo do Sertão Alagoano Crônica: 2.072 CA...

O PADRE QUE MORREU NA IGREJA

O PADRE QUE MORREU NA IGREJA
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de março de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.072
CAPITULINO (Foto: História de Santana).
Em março de 2014 publicamos artigo sobre o padre Capitulino, a igreja de São Benedito e o próprio santo. História religiosa e política que se inicia em Piaçabuçu, passa pelo Sertão alagoano e deságua na capital do estado.
No final do século XIX, proveniente do lugar ribeirinho de Piaçabuçu, chega a Santana do Ipanema o padre Manoel Capitulino de Carvalho. Veio dirigir os serviços religiosos da Ribeira. Foi em 1900 que o padre Capitulino reformou a capela de Senhora Santana. Casou uma irmã com membro da família Gonzaga e que um deles foi intendente por muitos anos, neste município. Após o reinado dos Gonzaga, o próprio padre Capitulino entrou na política, sendo intendente também.
I. SÃO BENEDITO. (F. B. CHAGAS).
Com funções acumuladas em Santana do Ipanema, Capitulino estava sempre viajando e não eram poucas as reclamações de parte do povo sobre o padre politiqueiro. Como político sua gestão não foi longa.  Como religioso galgou muitos degraus da hierarquia católica. Sempre que se dirigia a Maceió, era a cavalo até à cidade de Viçosa, onde tomava o trem até a capital. O padre chegou a substituir o, então, governador, Fernandes Lima, quando este se afastou do cargo por alguns meses, para tratamento. Aproveitando a ocasião, o governador em exercício, elevou à cidade a vila de Santana. Uma espécie de compensação pelos transtornos administrativos santanenses. Ficou vivendo em Maceió.
Lembramos a igreja de São Benedito situada à Rua Barão de Alagoas, em Maceió. Ainda em 2014 era a única igreja da capital que recebia cadáveres a serem velados em prédios católicos. Foi ali onde faleceu o padre Manoel Capitulino de Carvalho, com enfarte fulminante, após celebrar a Santa Missa.
Em Santana do Ipanema, ainda hoje existe uma igrejinha/monumento, construída por Manoel, como marco de passagem do século XIX para o século XX. A igrejinha abriga a imagem de Nossa Senhora Assunção que veio de Portugal e, de Viçosa (trem) até Santana, em lombo de jumento. O lugar virou bairro chamado Monumento, tornando-se a fatia nobre da cidade. Em seus degraus externos, foram apresentadas as cabeças de Lampião, Maria Bonitas e seus asseclas (1938) após a hecatombe de Angicos.


O HELENA PROMETE Clerisvaldo B. Chagas, 11 de março de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.071 JORNADA PEDAGÓG...

O HELENA PROMETE

O HELENA PROMETE
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de março de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.071

JORNADA PEDAGÓGICA NO HELENA. (FOTO: B. CHAGAS).
       Passada e euforia do carnaval, o retorno às aulas vem cumprir o seu dever. Quinta e sexta passadas, a Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas, reabriu suas portas para os professores. A chamada Jornada Pedagógica iniciou e chegou ao fim com o êxito esperado por todos. As orientações diversas, perguntas, debates, vídeos e outras estratégias, encontraram no pátio da escola o melhor lugar para o encontro. Professores animados, com energia renovada, tomaram conhecimento das novas diretrizes da escola. “O Helena” – como é conhecido pela população santanense – é uma escola da Zona Oeste que atendia, ano passado, do sexto ao nono ano. Começou um novo período com a implantação do primeiro ano do Curso Médio e que pretende expandi-lo com sucesso.
       “O Helena” foi fundado em 1985, pelo então prefeito Isnaldo Bulhões, em convênio com o estado, portanto aniversaria neste período fevereiro/março com os seus bem vividos 25 anos de história. Sendo pioneiro na zona oeste da cidade, atende a clientela dos Bairros São José, Camoxinga, Barragem, Clima Bom e os sítios Salobinho e São Salvador. Situada na principal via do Bairro São José, Avenida Castelo Branco, faz esquina com a Rua Manoel Medeiros. A Rua Manoel Medeiros (antiga Rua da Poeira) ficou famosa quando construiu trincheiras para conter um possível ataque de Lampião e seus asseclas, à cidade de Santana do Ipanema.
       Sendo uma escola de bairro e com apenas quatro salas de aulas em cada turno, O Helena concorre em qualidade de ensino com as escolas maiores e centrais pela dedicação dos que fazem a unidade. Ali estão lotados os escritores Clerisvaldo B. Chagas e Marcello Fausto, sob o comando do paraibano Ivanildo Ramalho, que emprega todos os esforços para uma escola modelo. Os apelos do diretor Ramalho nessa Jornada Pedagógica teve rápido reflexo no corpo docente que promete esforço dobrado no cumprimento do dever e na qualidade do ensino. Agora é somente colocar na prática tudo que foi esclarecido, debatido e combinado.
Sem educação o Brasil não tem futuro.




O PUTO E A PONTE Clerisvaldo B. Chagas, 1 0 de março de 2019 Escritor Símb olo do Sertão Alagoano Crônica: 2.070 PENEDO. (FO...

O PUTO E A PONTE


O PUTO E A PONTE
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de março de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.070

PENEDO. (FOTO: MINISTÉRIO DO TURISMO/DIVULGAÇÃO).
          Dependendo da seriedade política, o mês de março abre sua agenda com notícia auspiciosa. A dimensão da importância sobre o tema, atinge em cheio não somente a região penedense, Alagoas e Sergipe, mas também o Nordeste inteiro e o eixo rodoviário Sudeste – Nordeste. Trata-se de possível construção da ponte sobre o rio São Francisco, entre Penedo (AL) e Neópolis (SE). Essa reinvindicação tem muito mais de cinquenta anos de esperança demagógica furadora das décadas apresentadas. A travessia do rio São Francisco naquele trecho, ainda depende do uso tradicional das balsas. No tempo em que uma ponte foi construída entre Alagoas e Sergipe (Porto Real de Colégio e Propriá), Penedo sofreu um grande abalo na sua economia e no seu status de primeira povoação fundada em Alagoas.
          Não questionamos o valor da obra em Porto Real, mas não entendemos porque Penedo, diante de tanto prestígio, não tenha erguido o seu liame. Ainda na época de aluno, conversamos em Maceió com um colega penedense sobre a ponte. Ele dizia: “Com as promessas não cumpridas, o povo está puto e eu puto igual ao povo”.  Será que o nosso amigo continua “puto” ainda em 2019? Agora os jornais comentam as mais recentes intensões dos governantes dos dois estados, construir a nova ponte em parceria e outros “babados”. Assim como o asfalto Carié – Inajá saiu depois dos cinquenta anos de mentiras, pode ser que saia agora também a ponte de Penedo. Um dia cessa a contagem regressiva para qualquer obra relevante, nem que leve século para sua realização.
          Penedo comanda o turismo na região sanfranciscana, mesmo com assa atividade sendo despertada muito acima, nos cânions de outros municípios. Não temos medo de errar ao dizer que o Penedo é a cidade mais limpa das Alagoas. Suas igrejas, convento, casario, ainda continuam cativando os seus visitantes, cultos ou não, mas que sabem distinguir a beleza do lugar. E nessa época, a cidade acrescenta além da carne de jacaré, um carnaval que vêm sendo escrito e divulgado pela tradição. Quer conhecer Penedo? Aproveite o agora, antes da ponte, porque a danada pode mesmo aparecer de um momento para outro. Serão dois cenários importantes na história.
          Não fique “puto” sem a ponte.