SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
A LENDA DO JABOBEU Clerisvaldo B. Chagas, 14 de agosto de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.365 Construção de pont...
A LENDA DO JABOBEU
Clerisvaldo
B. Chagas, 14 de agosto de 2020
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.365
O
mais famoso poço da cidade ficou imortalizado em nosso livro “Ipanema, um Rio
Macho”. Ali tomaram banho maloqueiros, vagabundos, empresários, políticos,
comerciantes e muito mais. Porém, esse grande lugar de lazer do povo
santanense, sempre engoliu pessoas. Lembramos que antes da ponte contamos mais
de vinte banhistas afogados no poço entre o “Estreitinho” e o “Largo” que
funcionavam, como divisória. Os mais velhos falavam da “lenda do Jabobeu ou Zé
Belebebeu como chamavam os meninos. Segundo essa lenda, Jabobeu teria sido,
talvez, o primeiro afogado do poço e, de vez em quando ele vinha puxar na perna
de um dos banhistas, matando-o por afogamento também. Os pais não gostavam que
seus filhos fossem tomar banho no Poço dos Homens.
A
Ponte General Tubino foi construída com a murada de proteção muito baixa. O
degrau estreito de pedestres continua imprensando pessoas entre a baixa murada
de proteção e o forte trânsito de todas as qualidades de veículos que trafegam
de uma a outra margem. Como no antigo Poço dos Homens, vez em quando pula da
ponte um suicida para as rochas do rio seco. A ponte é uma espécie de Edifício
Breda, escolhida para o suicídio. Nunca foi levantada a murada de proteção,
nunca foi alargado o degrau dos pedestres. Como na ponte Cônego José Bulhões,
casas comerciais avançam tomando conta do leito do rio provocando tragédias
como a da última cheia.
Continua
ativa a lenda do Jabobeu, quando não puxa a perna no Poço dos Homens, puxa tudo
de uma vez da ponte general Tubino.
NÓS E OS RIOS Clerisvaldo B. Chagas, 11 de agosto de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.364 CHEIA DO RIO IPANEMA NA...
NÓS
E OS RIOS
Clerisvaldo
B. Chagas, 11 de agosto de 2020
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.364
CHEIA DO RIO IPANEMA NA BARRAGEM DE SANTANA. (FOTO: ÂNGELO RODRIGUES
Você
sabia que a vida dos rios é semelhante ao nosso viver? Os rios também possuem
seus ciclos de vida: juventude, maturidade e velhice.
Caracteriza
a juventude de um rio pela erosão vertical. O rio
escava seu leito para
acomodamento verticalmente formando um vale com erosão violenta.
A
maturidade mostra-se com erosão horizontal fazendo meandros. O rio já
alcançou o seu equilíbrio, a rede hidrográfica já se apresenta organizada,
distinguindo-se de modo claro seus afluentes e subafluentes. Tem início o
trabalho de acumulação e o surgimento de planícies aluviais. Nessa fase, o rio
começa a se desviar do seu curso sinuosamente fazendo meandros.
A
velhice de um rio. Suas águas lentas já não realizam mais um trabalho
intenso de erosão nem de transporte. Em ambos os lados do seu curso, se
depositam sedimentos que constituem diques naturais em formas de ferradura que
ficam isolados. Novas cheias podem romper esse isolamento.
O
lugar onde um rio nasce, chama-se nascente, nome muito usado no plural.
O lugar onde o rio despeja suas águas (final) tem o nome de foz,
desaguadouro e barra, esta bastante usada no Brasil, principalmente nos
sertões nordestinos. Talvegue, é a parte mais profunda de um rio. Suas laterais chamam-se
margens (esquerda e direita). Leito é o lugar por onde escorre suas
águas. Afluente é um rio que despeja suas águas em outro. A direção do
rio para a foz se diz a jusante. A direção do rio para as nascentes, se
diz: a montante.
São
os rios que levam alimentos para os mares, que alimentam os peixes e que vão
para a sua mesa.
Bem
disse o poeta:
“Água corrente
Água corrente
Teu destino é igual
Ao destino da gente..”.
A VEZ DO CLIMA BOM Clerisvaldo B. Chagas, 10 de agosto de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.363 AOS AUSENTES DA TE...
A VEZ
DO CLIMA BOM
Clerisvaldo
B. Chagas, 10 de agosto de 2020
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.363
AOS
AUSENTES DA TERRA POR MUITO TEMPO
Com olhar geográfico físico e humano (social), vamos ainda falar sobre Santana do Ipanema. No início dos anos 50, foi feita a rodagem até Delmiro Gouveia passando por Santana. O DNOCS, então, construiu na saída da cidade para o alto sertão, uma ponte sobre o rio Ipanema aonde o rio penetra na urbe. Os “cassacos” também fizeram ali uma barragem no próprio leito do rio. Para facilitar as obras, os cassacos passaram a habitar a margem esquerda da rodagem, onde foram construídas algumas casas. Essas casas, com o tempo foram se estirando ao longo da estrada de terra, sempre pelo lado esquerdo. O povo logo denominou o lugar de Barragem e que continua até o momento. Não está tão longe assim, quando terrenos do lado direito da pista foram loteados. Surgiu rapidamente ali uma nova barragem com residências e comércio modernos.
Quase
no final do casario da esquerda, surgiu uma serraria feita de madeira abrindo
caminho para novas habitações por trás dos quintais do lugar barragem inicial. Casas
esporádicas surgiram naquelas lonjuras, como escondidas da sociedade. O tempo
fez aparecer algumas ruas também de pessoas humildes como as da barragem
inicial. Surgiu do mesmo povo o nome do lugar: Clima Bom. De fato, tirando a
pobreza extrema de inúmeros habitantes, O terreno é enxuto, bom para se
construir e alto em relação ao rio. A área tem pela frente os quintais do
casario da antiga barragem e, por trás, um pouco distante, após matagal de
arbustos, o riacho Salobinho que despeja no rio Ipanema, por trás do antigo Matadouro
Público. Recebe sua ventilação pela calha do rio que sobe até aquela região legitimando o nome do lugar. Recentemente o
Clima Bom ganhou outra entrada além, da serraria, dessa vez, pelo início da chã,
antes das primeiras casas da barragem. Isto quer dizer que se pode chegar ao
Clima Bom, tanto pelo final (serraria) quanto pelo início, por ladeira larga e
de terra. Após décadas e décadas, o bairro humilde, sofrido e invisível, acaba,
incrivelmente, de receber as bênçãos da pavimentação. Evento que mudará por
certo, toda feição humilhante do filho do Barragem. Esperamos assim uma corrida
por terrenos de residências e comércio mandando a pobreza para as águas do mar
sagrado, onde não passa ninguém. É certo que ainda não é asfalto, mas o
calçamento em paralelepípedos, representa grande vitória contra a poeira, a
lama, esgotos a céu aberto e a indignidade social.
Nós colocaríamos o nome do bairro de Serraria, em homenagem a serraria desbravadora, mas se o povo quer viver no Clima Bom, Clima Bom seja. Parabéns novamente à Prefeitura com olhar de futuro. PARABÉNS AO CLIMA BOM.
NOVA BARRAGEM E CLIMA BOM (FOTOS: 1. B. CHAGAS. 2. JEAN SOUZA, SERTÃO NA HORA)

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.