SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
APOSENTADORIAS DOS JEGUES Clerisvaldo B. Chagas, 28 de agosto de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.374 JEGUE EM CA...
APOSENTADORIAS DOS JEGUES
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de agosto de
2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.374
JEGUE EM CACIMBA DO RIO SECO IPANEMA, APROXIMADAMENTE EM 1966. (FOTO: LIVRO 230/DOMÍNIO PÚBLICO).
Os mais de cem jumentos
que abasteciam Santana com água salobra das cacimbas do rio Ipanema, alcançaram
alforria. A partir do dia 31 de março de 1966, os asininos iniciaram seus descansos
daquele mister com a inauguração da água encanada vinda do rio São Francisco.
Com a chegada da Adutora de Belo Monte, houve uma grande euforia e festividade
nas ruas de Santana do Ipanema. A comemoração, os discursos políticos
aconteceram em cima do palanque da “Sorveteria Pinguim”, situada no Bairro
Monumento. Presente o governador Major Luís soltando piadas e mandando o povo
quebrar as cisternas da cidade com a chegada da água nas torneiras. Isso, três
anos após a o triunfo da luz elétrica de Paulo Afonso.
Para ser agradável, o
governador enviou um ônibus para os alunos do Ginásio Santana conhecerem a
captação de água na Adutora de Belo Monte. Fui um dos estudantes que
acompanharam esse passeio, mas algumas pessoas que não eram alunas, também
aproveitaram a oferta governamental. Assim saímos conhecendo as pequenas
cidades do trajeto: Olho d’Água das Flores, Monteirópolis, Jacaré dos Homens,
Batalha e Belo Monte. Estava em voga as primeiras canções do cantor Agnaldo
Timóteo, sucesso absoluto nessas cidades por onde passávamos. Conhecemos tudo e
fomos comprar lanche numa mercearia quando um dos nossos acompanhantes se
desentendeu com o merceeiro. Houve discussões brutas, o comerciante
apresentou-se como militar, o nosso acompanhante respondeu que também era militar.
Algumas pessoas apaziguaram os ânimos dos dois arrogantes valentões.
Voltamos de Belo Monte
enfadados, mas felizes com o conhecimento adquirido. Já pensou, sair para
passear e voltar com uma tragédia! Esses dois acontecimentos, luz e água em
Santana, foram verdadeira catapulta para o seu desenvolvimento que continua em
2020 com todo vapor. As aventuras do passeio estudantil logo se espalharam pela
cidade como um privilégio secundarista.
Após a água encanada, o
jerico, merecidamente, ganhou estátua em praça pública. E nós, mais do que
adolescentes, continuamos estudando no Ginásio Santana para não virarmos
jumentos.
A SEDE DOS ARTISTAS Clerisvaldo B, Chagas, 27 de agosto de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.372 A sede...
A SEDE DOS ARTISTAS
Clerisvaldo B, Chagas, 27 de agosto de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.372
A sede ficava defronte o Tênis Club (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230)
“Muitos conheceram a Sede dos
Artistas, porém, poucos tiveram o prazer de desfrutar dos seus recreios
festivos. A sua fundação teve início nos meados da década de 50 e,
provavelmente concluída, no entardecer desta mesma década. Artistas, tais como,
marceneiros, pedreiros, pintores, sapateiros e alguns comerciantes santanenses,
de mãos dadas ergueram aquele prédio na Avenida Prefeito Adeildo Nepomuceno
Marques, onde durante muitos anos conseguiu fazer felizes as famílias humildes
com as suas programações festivas. Ainda me lembro dos nomes de alguns dos seus
fundadores: Oscar Silva, Antônio D’arca, Tributino, Seu Duca, Evilásio, Luiz
Benvindo, Antônio Dantas, José Cirilo, o sapateiro Bié, etc. A Sede dos
Artistas ficava em frente ao clube social da cidade, Tênis Clube Santanense.
Existia um preconceito, quanto ao acesso dos sócios da Sede ao Tênis Clube em
dias de festa, sobretudo, durante o carnaval, o que não acontecia o contrário.
Naquela época, este último, ostentava o conceito de clube da aristocracia, onde
alguns elementos diziam ser a Sede o clube das peniqueiras (empregadas
domésticas), o que não tinha procedimento, uma vez que este simples clube era
frequentado por famílias decentes, honestas e humildes, ou até mesmo por meia
dúzia dos ditos aristocratas”.
*Baseado no artigo de Remi Bastos “a
Sede dos Artistas e os Óculos de Benedito.
Obs. O artigo completo de Remi está
na Internet.
CURSO DE MEDICINA Clerisvaldo B. Chagas, 26 de agosto de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.372 MONUMENTO AO J...
CURSO DE MEDICINA
Clerisvaldo B. Chagas, 26 de agosto de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
MONUMENTO AO JEGUE E AO BOTADOR D'ÁGUA. (FOTO: B. CHAGAS).
O
Curso de Medicina que virá para Santana do Ipanema, conforme foi noticiado,
será a maior conquista da cidade em todos os tempos modernos. Ele representará
a cereja do bolo do desenvolvimento. Santana se transformará em outra Santana e
atrairá muitas e muitas coisas boas e inimagináveis. Mas temos que olhar para a
mobilidade urbana, Santana ficou pequena para tantos automóveis e carros de
todos os tipos. Achamos até interessante uma senhora de fora reclamando em uma
das rádios da cidade a falta de estacionamento. Estacionar no Centro pela
manhã, só com “uma légua de distância”. É todo sertão, alto sertão e sertão do
São Francisco circulando e fazendo negócios pelas nossas ruas. Foi por isso que
aumentou o número de hotéis e pousadas por todos os bairros da Rainha e Capital
do Sertão.
O
nosso olhar não é de político, é de geógrafo urbano cujas profecias de
observação foram todas realizadas. Santana cresceu tanto que não é mais
possível continuar com essa obsoleta estrutura física. Sendo uma cidade
ladeirosa, cortada por rio e riachos, precisa de novas estratégias e urgente
replanejamento. Necessitamos de verba federal e estadual para desafogar o
trânsito. Construções de mais pontes, viadutos e passarelas... Novos becos,
novas passagens porque já estamos vivenciando a Santana do futuro, a do
presente exige novas engenharias para saltos gigantescos e necessários. A hora
é agora.
Também
seria muito bom que o Departamento de Cultura, divulgasse quantos bairros
oficiais nós temos e os seus limites. Estão misturando tudo, chamando bairro de
rua e rua de bairro até mesmo nos meios de comunicação. Planejar, acertar e divulgar. Quanto aos povoados, volto para o
Departamento de Cultura, quantos são? Estão dando nome de povoado a lugares não
aglomerados, o que não caracteriza aquela condição, a não ser a de sítio. E se
é para crescer, vamos crescer por todos os lados e com regras determinadas se
não o povo vai misturar até os santos semelhantes.

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.