VISITANDO O BAIRRO NOVO Clerisvaldo B. Chagas, 4 de novembro de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.412 Deixei a b...

 


VISITANDO O BAIRRO NOVO

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de novembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.412

Deixei a baixada da margem do Ipanema e fui visitar o Monte Verde, aqui em Santana do Ipanema. Uma área de terras entre o Bairro São Vicente e a Lagoa do Junco, cortada pela estrada rumo ao povoado São Félix. Terrenos muito acidentados, mesmo assim o homem foi mexendo na engenharia e teve início o povoamento da área formando o complexo da justiça, onde se encontram fórum, OAB, promotoria, etc. Depois disso, inúmeros prédios foram construídos povoando aquele vazio, tantos nos lugares baixos quanto nos altos e nos planos. Formou-se um bairro novo onde foi instalado o hotel de luxo Privillege. Casas e ruas por todos os setores divididas em conjuntos mais modestos e belas mansões modernas. O lugar tornou-se promissor.

Parte é chamada Brisa da Serra e parte chamada Monte Verde que também possui um amplo condomínio. Paisagens não faltam em todos os lados. De um ponto avista-se o Bairro Lajeiro Grande, muito distante. De outro ponto avista-se a Br-316, inclusive, UNEAL. De um terceiro ponto contempla-se toda a pujança do Açude do Bode, belíssimo com sua vazante em forma de bosque amarelo fechado de craibeira, cenário de tirar o fôlego. Quem deixou a terrinha a mais de cinco anos atrás, ficaria até desconcertado em visitar a complexidade benfazeja que marcha com o progresso daquela região, saída para a capital. E se ideias particulares forem em frente, em breve a imensidão vazia entre esse bairro novo e o sítio Barroso, em linha reta (muita longe ainda) estará ocupada das mais diferentes formas.

Vale salientar que, por hora, encontramos apenas dois ótimos mercadões na parte alta, porém, já foi dito sobre o prolongamento do Comércio central de Santana que subiu o bairro Monumento e se alonga atualmente até a UNEAL e mesmo ao Batalhão de Polícia no final do perímetro urbano via-Maceió, Portanto, aos pés do novo bairro: E como estou com interesse em Mestrado na Geografia, o lugar oferece belas teorias à serem apresentadas em planos acadêmicos.

E para conhecer essas maravilhas, o santanense não pode ficar apenas de casa para o centro e do centro para casa. É preciso conhecer uma cidade que nasce, cresce e pulsa dentro da outra.

Lembram de Lulu Félix: “Você não viaja...”.

HOTEL PRIVILLEGE (FOTO; DIVULGAÇÃO).

 

 

  O CEASA DE SANTANA Clerisvaldo B. Chagas, 3 de novembro de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.411   Quando o, e...

 

O CEASA DE SANTANA

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de novembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.411







 

Quando o, então, prefeito Nenoí Pinto, disse que iria construir um Centro de Abastecimento Hortifrutigranjeiro em Santana do Ipanema, houve muita alegria e esperança de melhores dias. Foi desapropriada uma área de terra, próxima ao açude do Bode e as máquinas ainda chegaram a trabalhar naquele chão que já fornecera material para o açude e para a BR-316. Portanto um terreno que deixou de ser agricultável. Todavia, a obra parou de repente e o lixo logo tomou conta do local. Sobre a desistência de continuar os trabalhos, só o prefeito da época poderá dizer o motivo. As donas de casa engoliram seco e continuam abastecendo as suas respectivas cozinhas, chorando com o preço absurdo de feira livre e casas comerciais.

Houve-se muito a frase de que Santana do Ipanema é a melhor cidade do interior de Alagoas, para se viver, mas ela tem seu calcanhar de Aquiles há décadas: a carestia. Lembremos dos versos de um poeta sertanejo anônimo, da metade do século XX:

Maceió é pra negócio

Santana pra carestia

Mulher feia só no Poço

Ôi pelado n’Água Fria

Cachaceiro no Chicão

E ladrão na Maravia...

 

Portanto, continua a necessidade de um Centro de Abastecimento onde qualquer pessoa possa comprar em grosso por um preço razoável e abastecer sua casa e de familiares. Está aí uma sugestão de suma importância para os seis candidatos a prefeito de Santana.  Aliás, o Centro de Abastecimento não é só para a cidade, mas serviria à toda região do semiárido. Temos que avançar em diversos setores, principalmente para facilitar uma alimentação em conta, farta e saudável.

Quanto ao local, o que não falta nos presentes dias, são terrenos à venda por todas as periferias de Santana

Hoje, onde funcionaria o Centro, tem uma belíssima creche e um posto de Saúde.

Quando virá o nosso CEASA?

CEASA DE MACEIÓ (FOTO: bairros de Maceió.Net)

 

 

    CHUVAS DE OUTUBRO Clerisvaldo B. Chagas, 2 de novembro de 2020 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.410 Entramos no ...

 

 

CHUVAS DE OUTUBRO

Clerisvaldo B. Chagas, 2 de novembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.410

Entramos no início da safra do caju e da manga que se estica até, aproximadamente, fevereiro. Com o litro de castanha vendido a 50,00 reais, as recomendações médicas ao produto viram coisa de rico.

Mês de outubro sempre foi o mês mais seco em nosso sertão alagoano, porém, no dia 27 último, aconteceu muita chuva no Sertão e Alto Sertão do nosso estado. Alegria e riqueza para o sertanejo que, logo no dia seguinte já estava com as ferramentas da roça para o planto de milho, fava, feijão-de-corda, melancia, abóbora e outros cultivares. A chuvarada veio beneficiar a safra da manga e do caju. Além disso, a chuva que veio acompanhada em alguns lugares, com raios e trovões, mostra a antecipação das trovoadas que beneficiam o semiárido com água no prolongamento da primavera/verão. Ajuda ao sertanejo a chegar ao próximo inverno com água nos barreiros e nas barragens, engordando o gado, melhorando a pastagem, duplicando a produção leiteira.

Com certeza teremos o nosso prato típico de volta com força: galinha de capoeira com feijão-de-corda e manteiga de garrafa.

Quando chove assim, de início sobressaem no comércio as casas de material agrícola, mas as outras se retraem com a diminuição da família rural na cidade durante à semana e em feira-livre. A família não pode perder tempo na cidade em troca da lida no campo. Porém, após a safra dos seus produtos, novamente o agropecuarista retorna ao comércio trazendo os familiares. Circula o real em todas as bibocas e as palestras puxam as bocas de orelha a orelha.

Deus pinta uma Natureza dinâmica desde os primeiros pingos de chuva. O boi, alegre cava o chão, o peixe dá lapadas no açude, O quero-quero faz festa pelas manhãs, o carão rodeia a lagoa e os sapos orquestram nos banhados. O chefe da casa corrige a biqueira, a velha da fazenda acende o cachimbo de coco catolé e o azulado da fumaça faz corrupio no oitão.

Quando as abelhas rasgam o espaço em busca das floradas, o escritor se irmana ao sertanejo e diz: “O paraíso voltou”.

CHUVA NO SERTÃO (FOTO: B. CHAGAS)