ENTENDA SUA TERRA Clerisvaldo B. Chagas, 15 de março de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.488   Mesmo tendo ad...

 

ENTENDA SUA TERRA

Clerisvaldo B. Chagas, 15 de março de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.488

 

Mesmo tendo adquirido a grande sesmaria da Ribeira do Panema, que ia da Serra do Caracol ao Riacho Grande (hoje Senador Rui Palmeira) e dos Dois Riachos ao riacho dos Cabaços, os três irmãos que vieram da Bahia, pelo visto, ainda não estavam satisfeitos com o mundo de terras pleiteadas. Tanto é que Martinho Rodrigues Gaia fixou-se onde atualmente é o Centro Comercial de Santana do Ipanema. Dali saiu a sua residência e a construção da capela – bem pertinho de casa – e que se transformou no futuro na Matriz de Senhora Santana. Essa fazenda que ainda não teve seu nome descoberto, isto é, se tinha nome, deu origem a cidade de Santana do Ipanema. Mas, mesmo tendo chegado em tempo de sesmaria, já existiam famílias ocupando terras por aqui.

O irmão de Matinho Rodrigues Gaia, Martinho Viera Rego, chegou a comprar uma fazenda vizinha a seu mano, a fazenda chamada “Picada”, cujo vendedor foi João Carlos de Melo e que tudo indica, morava no Bebedouro. Essa fazenda Picada, iniciava-se na Pedra do Barco, onde hoje está situado o Bairro Lajeiro Grande, e prosseguia em direção ao atual povoado Pedra d’Água dos Alexandre, porém não chegava lá, ia tão somente até o riacho Mocambo, cerca de 12 quilômetros antes do povoado. Portanto, a Fazenda Picada nada tem a ver com a fundação de Santana, cujo dono, após sua venda, foi residir em Olho d’Água da Cruz, atual cidade de Poço das Trincheiras. O terceiro irmão, Pedro Vieira Rego, também adquiriu fazenda vizinha a sesmaria, mas até o momento não se tem clareza do exato lugar dessas terras.

Voltando ao fundador de Santana, Martinho Rodrigues Gaia, este imaginou o futuro da família, cujos filhos iam casando e precisavam independência e terras. Começou a lotear a sesmaria adquirida, entre filhos e filhas que iam deixando a casa paterna. Um desses lotes, corresponde ao atual sítio Olho d’Água do Amaro, talvez a mais falada e rica faixa da partilha. Atualmente o sítio dispõe de escola, igreja e já está sendo chamado popularmente de povoado, mas pelo que sabemos, casas esparsas não caracterizam um povoado.

Essas grandes sesmarias não tinham outras finalidades a não ser a agricultura e o criatório que prosperaram mesmo num clima difícil que caracteriza o sertão nordestino.

CAPELA QUE DEU ORIGEM À MATRIZ DE SENHORA SANTANA. (CAPA DO LIVRO 230/ARQUIVO B. CHAGAS)

 

  CURIOSIDADES 2 Clerisvaldo B. Chagas, 12 de março de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.487 Voltamos com uma espi...

 

CURIOSIDADES 2

Clerisvaldo B. Chagas, 12 de março de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.487


Voltamos com uma espiada nos significados de nomes de cidades nordestinas que chamam atenção. A curiosidade é ao título do município que foge ao palavreado comum. Fica a expressão estranha bem acostumada aos ouvidos dos seus habitantes, mas os de fora ficam sempre curiosos sobre a expressão diferente naquela região. Louvamos também às cidades que conservam seus topônimos, transforma-os em tradicionais e se orgulham das suas origens. Assim vamos apresentar esses nomes de cidades nordestinas que chamam atenção aos que não conhecem as origens das palavras. Escolhemos, então, municípios de três estados que são eles: Sergipe, com Gararu, Carira e Cumbe. Bahia, com Caculé e Curaçá e Piauí com Jaicós e Oeiras.

A pesquisa é superficial, podendo o amigo interessado, aprofundar as investigações que naturalmente descobrirá coisas muito mais interessantes:

Gararu – Significa curral de pedras.

Carira – Nome de mulher que chefiava uma aldeia indígena na região, denominada Mãe Carira. Entretanto, o próprio topônimo Carira, não foi encontrado.

Cumbe – Aguardente, lesma...

Caculé – Irmão mais novo, caçula.

Curaçá – Chefe indígena, paus trançados em cruz.

Jaicós – Tribo indígena, atualmente extinta.

Oeiras – do latim, refere-se às minas de ouro.

Em Alagoas também existem cidades que se encaminham para o exótico, como: Maragogi, Jaramataia, Satuba, Canapi, Inhapi, Pariconha, Traipu, Paripueira e mais algumas, mas você está tão acostumado que se exime da curiosidade. Bem assim temos denominações rurais que somente a pesquisa revelará suas raízes, assim como os sítios Malembá, Camoxinga, Remetedeira, Puxinanã, Ipueiras, Araçá e outros ainda.

Aumente seus conhecimentos.

Seja uma fonte de informações.

Mergulhe nas leituras sadias fortalecendo sua alma e fugindo do estresse da pandemia.

GARARU (Crédito: sergipeturismo,com).

 

 

 

 

 

 

  GOSTA DE PRAÇA? Clerisvaldo B. Chagas, 11 de março de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.486   Temos admiração ...

 

GOSTA DE PRAÇA?

Clerisvaldo B. Chagas, 11 de março de 2021

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.486

 


Temos admiração por belas praças sejam do tamanho que for. Em Maceió a preferência é pelas Praça Deodoro (Centro) e Praça do Centenário (Farol). Mas, mexeram tanto na Deodoro que perdeu a graça; diferente da belezura em que ficou a Praça do Centenário que poderia ser chamada de Parque.

Em Santana do Ipanema, Sertão alagoano, a primeira praça que se tem notícia, também teve o nome de Praça do Centenário. Ainda na década de 1920, era em que Santana fora elevada à cidade surgiu esse logradouro no meio do Largo do Comércio, hoje chamado Enéas Araújo. Era apenas uma pracinha o suficiente para um obelisco e três bancos de cimento sem encosto. Mesmo naquele tempo, houve muita politicagem tendo a pracinha como epicentro.

A segunda praça de Santana do Ipanema, foi construída mais de dez anos após a Emancipação da cidade. No início dos anos trinta o dirigente Frederico Rocha construiu e inaugurou obra em frente à Matriz de Senhora Santana. Muito larga e comprida a praça quase encostava no “sobrado do meio da rua” e recebeu o título inicial de João Pessoa. Com o tempo, o nome mudou para Cel. Manoel Rodrigues da Rocha, um dos homens de maior prestígio na Rainha do Sertão, falecido em 1920. Reformada várias vezes, alcançou o seu auge de beleza nos anos 60 quando se mostrava como um verdadeiro jardim, canteiro com pequenas estacas, vigias, reservatório d’água e bancos nos mais diferentes lugares. Fotografada, circulou na Revista Cruzeiro, a mais famosa da época, em 1940.

E como dizia Castro Alves: “A praça é do povo como o céu é do condor”.

As praças apontam boas fontes de pesquisas. Placas de inaugurações, datas, valores, material utilizado no piso, nos monumentos, nomes de artesãos e estilos, preencheram revistas culturais e históricas direcionadas à Educação. Além disso têm suas plantas com variações desde as gramíneas às árvores regionais que motivam estudos mais apurados.

Praça, lugar de descanso,

Ponto de lazer.

Fonte de conhecimento.

Bem vindas as praças públicas do Brasil

 

PRAÇA DO CENTENÁRI, MACEIÓ (FOTO: B. CHAGAS).