SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
ESTRELA Clerisvaldo B. Chagas, 26 de abril de 20121 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.519 Esta é uma reflexão mai...
ESTRELA
Clerisvaldo
B. Chagas, 26 de abril de 20121
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.519
Esta é uma reflexão
mais particular, porém, cabe na Geografia de compartilhamento. Sempre que eu
voltava de Maceió, chamava-me atenção a cidade de Estrela de Alagoas, a última
do Agreste para quem viaja pela BR-316 Maceió – Sertão. Primeiro foi a rapidez
com que aquele núcleo evoluiu e modernizou-se, após a sua emancipação política
de Palmeira dos Índios. Segundo, a admiração em contemplar tantas árvores nos
seus arredores, entre a cidade e uma serra próxima. Um parque rural espontâneo,
pensei, mas sem oportunidade de visitá-lo. Ali nos arredores também existem
dois montes famosos que foram parar na Geografia de Alagoas, do saudoso
Professor Ivan Fernandes (1963).
Várias tentativas da
minha parte foram feitas para fotografar ambos os montes afastados da cadeia de
montanhas de Palmeira dos Índios: serrote do Cedro e serrote do Vento. Este é
belíssimo e visitado por inúmeras pessoas em época de Semana Santa. O máximo
que consegui foram fotos azuladas pela distância da BR para lá (cerca de 3 Km)
e tempo chuvoso. Era para o meu livro “Repensando a Geografia de Alagoas”,
inédito e engavetado. Modesta à parte um compêndio que nada deixa a desejar ao
do mestre Ivan. Entretanto, fiquei mais admirado ainda com suas terras rurais
de barro vermelho constantemente exibidas na Internet em vídeos de compra e
venda de chácaras e fazendas daquele município. Acho que a morada naquelas
terras caracteriza bem a vida dupla campo/cidade. Mundo rural com Estrela de
Alagoas e Palmeira dos Índios.
Nem sei ainda como os políticos
não se assanharam para emanciparem povoados, distritos e vilas como fizeram no
passado. Mas isso ainda pode acontecer com lugares como Areias Brancas, em
Santana do Ipanema; Canafístula Frei Damião, em Palmeira dos Índio; e vários
outros lugares progressistas de Alagoas como o Pé Leve, Candunda, Caboclo,
Piau, Alto do Tamanduá, Carié e muito mais.
Mas nessa hora em que
estou planejando plantar meus tomateiros pérolas, bem poderia ser com aquelas
terras vermelhas e belas de Estrela de Alagoas e do sítio serrote do Vento.
Amar à natureza.
SERROTE DO VENTO
(Crédito: mapio. Net)
BAIRRO PERDE O SÍMBOLO Clerisvaldo B. Chagas, 23 de abril de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.518 Na últ...
BAIRRO PERDE O SÍMBOLO
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de abril de 2021
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.518
Felizmente esse ponto
de referência do Bairro Floresta, ficou imortalizado no livro “Negros em
Santana”, de autoria nossa e parceiros. Agora só pode ser visto pela nossa foto
imorredoura, pelas conversas de quem a conheceu ou pela memória dos que a
vivenciaram. Cajarana (Spondias dulcis) é originária da Oceânia e,
conforme a região tem outros nomes como Cajazeira, Cajá-manga e outros mais.
Seu fruto é o cajá, azedo/doce, consumido in-natura e excelente para sucos,
picolés e sorvetes. Sua madeira é mole e branca muito usada pelos artesãos em
madeira. Em nossa juventude conhecemos o jovem filho do conhecido Ney Damasceno
que fazia cabeças de piratas com o miolo da cajarana, à canivete. Uma
perfeição.
Como a árvore foi
cortada em pedaços, demos ideia ao Secretário da Agricultura e Meio Ambiente
Jorge Santana, que oferecesse a madeira a um artesão de Senador Rui Palmeira e
que tem seus trabalhos expostos na Feirinha Camponesa das sextas-feiras, em
Santana do Ipanema. Lembrando também que, Cajazeira foi vulgo de um dos
cangaceiros de Lampião que escapou do massacre de Angicos e chegou a ser
prefeito da sua cidade, em Sergipe. O lugar Cajarana faz parte do Bairro
Floresta, por trás do Hospital Clodolfo Rodrigues de Melo. É uma área muito
sofrida e que recentemente foi contemplada com pavimentação em pedra. A
Cajarana que lhe o título, já sofrera uma tentativa de incêndio por um morador
local. Mas quis a natureza tombá-la pela idade centenária à base de chuva e
ventania na parte alta da Floresta.
´CAJARANA EM PÉ (FOTO:
LIVRO NEGROS EM SANTANA, B. CHAGAS). CAJARANA TOMBADA (FOTO: CORPO DE BOMBEIROS
LOCAL).
REMANSO Clerisvaldo B. Chagas, 22 de abril de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.517 ONTEM, 21 DE ABRIL FOI O DIA...
REMANSO
Clerisvaldo
B. Chagas, 22 de abril de 2021
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.517
ONTEM, 21 DE ABRIL FOI O DIA DO RIO IPANEMA
Em tempos de cheias no
rio Ipanema, o ponto predileto do banho era no Poço dos Homens, dividido em
Estreitinho, Largo Fundo e Largo Raso. O Estreitinho era uma pequena garganta
pedregosa no início do poço. Recebia as águas que por ali entravam. Era mais
escondido e tinha a preferência de muitos banhistas e pescadores de anzol. O
Largo Fundo, logo abaixo do Estreitinho, era aberto e mais exposto, tinha a
preferência de vários banhistas e tarrafeiros. O Largo raso, vizinho e na parte
de baixo, era mais usado pelas crianças e por aqueles que aprendiam a nadar.
Assegurava pesca de litro para piabas.
Quanto ao movimento das
águas, nós o dividíamos em Correnteza, Carneiros, Fervedouros, Panelas e Remansos.
Correnteza, o corpo
mais forte das águas. Carneiro, corcovas sucessivas formadas na correnteza.
Panela, forte redemoinho que funcionava como sugadouro, ao lado dos Carneiros.
Fervedouro, Formação ao lado dos Carneiros com aspectos de água fervente no
fogo. Remanso, retorno manso das águas nas laterais mais distantes da
correnteza. Quase todos os santanenses tomavam banho no poço, até o, então,
futuro governador Geraldo Bulhões. Houve muitas passagens engraçadas que foram
narradas em nosso livro:” Ipanema um Rio Macho.” Bem que o Poço dos Homens
merecia uma estátua de banhista anônimo nas pedras do Estreitinho. Uma bela
estátua iluminada que desafiasse as cheias. Todos tinham medo das panelas, cujo
redemoinho aquático podia levar o banhista ao fundo. O fervedouro paralisava os
movimentos do banhista podendo levá-lo ao afogamento.
Felizmente sua memória
está no livro citado acima, resgate único da maior fonte de lazer do
santanense, antes da Ponte General Batista Tubino. ONTEM, 21 DE ABRIL FOI O DIA
DO RIO IPANEMA.
RIO IPANEMA, SERENO
(FOTO OBRA DE ARTE: JEANE CHAGAS)

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.