SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
SANTA TEREZINHA Clerisvaldo B. Chagas, 27 de abril de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.520 Quem é devot...
SANTA TEREZINHA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de abril de 2021
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.520
Quem é devoto de
Santana Terezinha, deveria aproveitar esse tempo de pandemia e procurar o monte
sagrado santanense, serrote do Cruzeiro. As últimas chuvas deixaram verde o
monte e seu limite de trás, o serrote Pintado, ponto de luxo da Reserva Tocaia.
A capela de Santa Terezinha está localizada em um amplo lajeiro que oferece o
melhor cenário de Santana do Ipanema. Esse lajeiro vai declinando na parte de
trás, após cerca de 50 metros mais ou menos plano. Ali contempla-se a baixada
entre os dois montes citados acima, somente mato e às vezes roça e, a parte
alta da Reserva Tocaia. Se pegar um dia de sorte verá saguins transitando por
ali. No tempo seco, somente solidão de fim de mundo. Ótimo lugar para
meditação. Mas é preciso levar água de beber, pois a trilha de subida cobra
pernas e fôlego.
Sobre o lajeiro, apenas
uma pequena parte côncava que acumula água das chuvas, quase sempre muito
verde, imprestável. Ali também é refúgio de urubus devido a sua altitude. Na
parte lateral esquerda, o lajeiro se prolonga, oferecendo outro ângulo de vista
para a cidade, consequentemente para quem deseja fotografar. Aliás, subir até o
Cruzeiro sem máquina fotográfica parece um pecado do visitante. Quanto a capela
em si, é a terceira construída no lugar das duas primeiras que ruíram. Como faz
bastante tempo que subimos o serrote, não sabemos como se encontra a parte
física da capela, se a mesma continua de porta fechada e quem tem a chave para
visitas.
O cruzeiro fica logo na
frente da capela e foi colocado ali como marco do século XIX para o século XX.
É o segundo cruzeiro erguido no mesmo lugar do original.
A Capela de Santa
Terezinha, a mulher que costumava jogar pétalas de flores no Santíssimo
Sacramento durante as procissões, foi erguida em torno de 1915, como motivo de
promessa do, então, sargento Antides. As duas primeiras capelas foram
construídas com muita festa de trio de zabumba, feijoada para os trabalhadores
e devotos carregando morro acima, material de construção.
Como chegar lá? Ao
atravessar a ponte do Comércio, continua a caminhada sempre em frente, linha
reta até a subida da colina e chegar às últimas casas da rua que encosta no
sopé do serrote. Daí em diante entra-se por uma vereda que vai se alargando e
ficando cada vez mais inclinada. Subindo e descansando, o turista atingirá o
topo saindo bem ao lado direito do grande Cruzeiro. O restante fica por conta
das emoções de cada um.
SERROTE DO CRUZEIRO E
CAPELINHA NO TOPO, VISTOS Da BR-316, BAIRRO CAMOXINGA (FOTO: B. CHAGAS).
Pesquise sobre Santa
Terezinha.
ESTRELA Clerisvaldo B. Chagas, 26 de abril de 20121 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.519 Esta é uma reflexão mai...
ESTRELA
Clerisvaldo
B. Chagas, 26 de abril de 20121
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.519
Esta é uma reflexão
mais particular, porém, cabe na Geografia de compartilhamento. Sempre que eu
voltava de Maceió, chamava-me atenção a cidade de Estrela de Alagoas, a última
do Agreste para quem viaja pela BR-316 Maceió – Sertão. Primeiro foi a rapidez
com que aquele núcleo evoluiu e modernizou-se, após a sua emancipação política
de Palmeira dos Índios. Segundo, a admiração em contemplar tantas árvores nos
seus arredores, entre a cidade e uma serra próxima. Um parque rural espontâneo,
pensei, mas sem oportunidade de visitá-lo. Ali nos arredores também existem
dois montes famosos que foram parar na Geografia de Alagoas, do saudoso
Professor Ivan Fernandes (1963).
Várias tentativas da
minha parte foram feitas para fotografar ambos os montes afastados da cadeia de
montanhas de Palmeira dos Índios: serrote do Cedro e serrote do Vento. Este é
belíssimo e visitado por inúmeras pessoas em época de Semana Santa. O máximo
que consegui foram fotos azuladas pela distância da BR para lá (cerca de 3 Km)
e tempo chuvoso. Era para o meu livro “Repensando a Geografia de Alagoas”,
inédito e engavetado. Modesta à parte um compêndio que nada deixa a desejar ao
do mestre Ivan. Entretanto, fiquei mais admirado ainda com suas terras rurais
de barro vermelho constantemente exibidas na Internet em vídeos de compra e
venda de chácaras e fazendas daquele município. Acho que a morada naquelas
terras caracteriza bem a vida dupla campo/cidade. Mundo rural com Estrela de
Alagoas e Palmeira dos Índios.
Nem sei ainda como os políticos
não se assanharam para emanciparem povoados, distritos e vilas como fizeram no
passado. Mas isso ainda pode acontecer com lugares como Areias Brancas, em
Santana do Ipanema; Canafístula Frei Damião, em Palmeira dos Índio; e vários
outros lugares progressistas de Alagoas como o Pé Leve, Candunda, Caboclo,
Piau, Alto do Tamanduá, Carié e muito mais.
Mas nessa hora em que
estou planejando plantar meus tomateiros pérolas, bem poderia ser com aquelas
terras vermelhas e belas de Estrela de Alagoas e do sítio serrote do Vento.
Amar à natureza.
SERROTE DO VENTO
(Crédito: mapio. Net)
BAIRRO PERDE O SÍMBOLO Clerisvaldo B. Chagas, 23 de abril de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.518 Na últ...
BAIRRO PERDE O SÍMBOLO
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de abril de 2021
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.518
Felizmente esse ponto
de referência do Bairro Floresta, ficou imortalizado no livro “Negros em
Santana”, de autoria nossa e parceiros. Agora só pode ser visto pela nossa foto
imorredoura, pelas conversas de quem a conheceu ou pela memória dos que a
vivenciaram. Cajarana (Spondias dulcis) é originária da Oceânia e,
conforme a região tem outros nomes como Cajazeira, Cajá-manga e outros mais.
Seu fruto é o cajá, azedo/doce, consumido in-natura e excelente para sucos,
picolés e sorvetes. Sua madeira é mole e branca muito usada pelos artesãos em
madeira. Em nossa juventude conhecemos o jovem filho do conhecido Ney Damasceno
que fazia cabeças de piratas com o miolo da cajarana, à canivete. Uma
perfeição.
Como a árvore foi
cortada em pedaços, demos ideia ao Secretário da Agricultura e Meio Ambiente
Jorge Santana, que oferecesse a madeira a um artesão de Senador Rui Palmeira e
que tem seus trabalhos expostos na Feirinha Camponesa das sextas-feiras, em
Santana do Ipanema. Lembrando também que, Cajazeira foi vulgo de um dos
cangaceiros de Lampião que escapou do massacre de Angicos e chegou a ser
prefeito da sua cidade, em Sergipe. O lugar Cajarana faz parte do Bairro
Floresta, por trás do Hospital Clodolfo Rodrigues de Melo. É uma área muito
sofrida e que recentemente foi contemplada com pavimentação em pedra. A
Cajarana que lhe o título, já sofrera uma tentativa de incêndio por um morador
local. Mas quis a natureza tombá-la pela idade centenária à base de chuva e
ventania na parte alta da Floresta.
´CAJARANA EM PÉ (FOTO:
LIVRO NEGROS EM SANTANA, B. CHAGAS). CAJARANA TOMBADA (FOTO: CORPO DE BOMBEIROS
LOCAL).

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.