SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
POR CIMA DOS TELHADOS Clerisvaldo B. Chagas, 6/7de outubro de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.593 Quando se apro...
POR
CIMA DOS TELHADOS
Clerisvaldo
B. Chagas, 6/7de outubro de 2021
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Quando
se aproxima o final do ano, os montes que circundam Santana do Ipanema ficam de
vegetação seca e cinza. A ausência de chuvas para os serrotes é sinal seguro
para a zona rural. Nesses momentos, árvores como a Craibeira e o pau d’arco
exibem as suas belas floradas no campo e na cidade. Da caatinga à vegetação de
agreste, entre Santana e Maribondo, a paisagem fica completamente ressequida,
mas ilhas de craibeira e pau d’arco ornamentam o cinza com suas floradas
amarelas e roxa, respectivamente, como prévio louvor ao Natal e à esperança. Faltando
cerca de 20 ou 15 dias para Ano Bom, costuma cair uma chuvada leve pelo entorno
de Santana. Rapidamente os serrotes se cobrem de verde e quando chega o NATAL
eles estão rigorosamente vestidos para o aniversário de Nosso Senhor. Nem
sempre esse fenômeno é registrado.
O
encanto da vida está na simplicidade. Do posto de Saúde São José, mais alto,
tem-se a paisagem longínqua do sítio Salobinho, a serra da Remetedeira, na zona
rural, mas também parte do antigo Bairro Floresta, parte alta, e os telhados do
conjunto São João, onde moro. O espetáculo belíssimo da craibeira florida por
cima dos telhados, é momento compensativo para qualquer estresse. A craibeira e filha na murada da Escola Profa.
Helena Braga das Chagas, dão um espetáculo antecipado de ornamento
natalino. Mais charmosa fica quando se apresenta na moldura saudosista dos
telhados, das tintas, dos quintais. O soberbo não enxerga o simples que faz a
diferença na felicidade humana.
As
garças brancas do Pantanal de Mato Grosso, já estão chegando e fazendo o ninhal
no mesmo lugar: na barreira direita do rio Ipanema. Estamos vendo agora mesmo o
revoar da tarde, à volta para o ninhal no retorno em grupos. O contraste do
branco com o cinza dos serrotes, vai animando o sertanejo santanense nesses
primeiros quinze dias de primavera. A floração da craibeira e do pau d’arco
saúdam as “noivas” pantaneiras que escolheram o Bairro da Floresta. E o marasmo
da tardinha vai rezando o terço na aproximação do Ângelus. Breve, o lençol
negro da noite envolverá o corpo sagrado da Natura e, o poeta se recolherá às
incertezas noturnas.
Ô SERTÃO!.
FLORADA
DA CRAIBEIRA (FOTO: B. CHAGAS).
MISSÃO CUMPRIDA E COROA À CABEÇA Clerisvaldo B. Chagas, 4/5 de outubro de 2021 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.592 ...
MISSÃO
CUMPRIDA E COROA À CABEÇA
Clerisvaldo
B. Chagas, 4/5 de outubro de 2021
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Nesse
momento em que a SEDUC procura homenagear seus professores em via de
aposentadoria compulsória (quinta, passada), vamos refletindo nessa trajetória
no Magistério. Aposentado parcial, vamos para a aposentadoria total no próximo
2 de dezembro. Uma vida inteira servindo
à minha Alagoas ilustrado na Geografia a qual completamente me dediquei.
Agradeço a convivência profícua nas escolas Ginásio Santana, Instituto Sagrada
Família, Colégio Estadual Deraldo Campos, Escola Ismael Pereira, Escola São
Cristóvão, Escola Prof. Ernande Brandão, Escola Lyons, Escola Ormindo Barros,
Escola Prof. Helena Braga das Chagas, no município de Santana do Ipanema e
Colégio Mestre Rei (Olho d’Água das Flores) e Escola Rui Palmeira no município
de Ouro Branco.
Estudando
em cursos superiores, nunca além de giz e quadro-verde, giz e quadro-verde e
mais nada. Tive que partir sozinho para aulas práticas tipo autodidata. Fui
pioneiro no sertão nas aulas de campo da Geografia rural e urbana; uma
revolução que essa abençoada matéria exigia. Fui referência no Sertão de
Alagoas da ciência geográfica até do meu grande mestre, Prof. Alberto
Nepomuceno Agra, o melhor da matéria com o qual estudei. Disse-me ele
discretamente (não gostava muito de elogiar o homem) “Você me superou”, o que
para mim foi uma glória. Tendo a Geografia como segunda esposa, a ela me
dediquei como se fosse a melhor das ciências do Globo. Nela viajei com milhares
de alunos por Alagoas, pelo Brasil e pelo mundo inteiro, nos livros, nos mapas
e nas mentes.
Igual
a minha mãe, Profa. Helena Braga das Chagas, constrangida em ser
diretora do antigo Grupo Escolar Padre Francisco Correia, dizia que o que queria
mesmo era sala de aula. Segui os seus passos com respeito, honestidade e amor
ao magistério, cuidando dos filhos alheios como se fossem meus.
Lencinho
branco para o dever cumprido e um agradecimento infinito ao Senhor dos Mundos.
Escrevi
os maus pedaços na areia e o vento os levou. Os bons momentos ainda estão
escritos em rochas de difícil destruição.
Mas
nem sei ainda quanto vale um excelente professor!

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.