FACHEADA NO SERTÃO Clerisvaldo B. Chagas, 17 de fevereiro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.658 É a ação de c...

 

FACHEADA NO SERTÃO

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de fevereiro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.658




É a ação de caçar pombas à noite nas dormidas usando fachos, candeeiros ou lanternas. As aves são surpreendidas dormindo no aveloz, nos espinheiros, nas árvores... Nos garranchos. Covardemente são abatidas à mão, a cacete, à peteca (estilingue). Caça-se para o consumo próprio, para vender em bodegas, bares e feiras. Isso por necessidade, diversão ou instinto de exterminador. A rolinha, a juriti, as aves de arribação, cujos trechos são conhecidos, são incandeadas e mortas sem defesa alguma. Embora esse tipo de ação esteja proibido atualmente, a prática ainda continua, mesmo em menor escala nos lugares mais afastados dos órgãos fiscalizatórios.

Muitas vezes as facheadas transformam-se em caçadas de pebas e tatus. São acrescentadas a elas as grandes companhias dos cães de caça. Bichos de hábitos noturnos também são surpreendidos dentro da noite, embora ainda tenham pelo menos o direito de correr. O peba tem carapaça marrom claro, corpo chato e, segundo dizem, gosta de comer defunto, daí sua carne ser rejeitada por muitos e comida com cachaça e pimenta por outros. O peba cava o chão para moradia e para se esconder dos seus predadores. O tatu não cava. Mora em tocas abandonadas por outros animais. Sua carapaça é escura e roliça. A carne é apreciada como a melhor caça do Brasil, dizem caçadores de todas as regiões brasileiras.

Apesar da carne do tatu ser muita procurada, nem todas as pessoas gostam de carne selvagem, principalmente mulheres. Os caçadores driblam os guardiões do meio ambiente e as caças são vendidas por encomenda ou nas feiras livres onde as fiscalizações são frágeis ou inexistentes. O país é muito grande para uma inspeção em todos os biomas. Já os animais, muitos em extinção, procuram refúgio cada vez mais longe dos humanos em lugares de difíceis acessos como faldas e topos de serras. Mesmo assim os bichos não conseguem escapar da sanha devastadora do predador maior: O bicho de duas pernas, o perna de calça inconsciente.

Mesmo assim não falta gaiato que aproveita o tema sério para indagar com seu duplo sentido: Qual é a hora que o tatu caminha”?

 

PEBA, DE PÉ, TATU (IMAGENS PINTEREST)

 

  VOCÊ, O OVO E A GALINHA Clerisvaldo B. Chagas, 16 de fevereiro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.657 Se o cro...

 

VOCÊ, O OVO E A GALINHA

Clerisvaldo B. Chagas, 16 de fevereiro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.657





Se o cronista descreve o cotidiano, vamos falar do ovo de cada dia. Não está com tanto tempo, comprávamos ovos na feira, nas bodegas. Era o chamado ovo de galinha de capoeira, daquela galinha criada solta ciscando nos terreiros de sítios e fazendas. O preço era baseado na unidade de medida: dúzia ou meia dúzia. Como tempo e moda mudam rapidamente, agora compramos ovo em supermercados e nos vendedores ambulantes, chamados “carro do ovo”, cuja medida evoluiu para 30 ovos embalados em bandejas de papelão. São ovos brancos de galinha de granja e ovo rosinha de galinha caipira. Dificilmente encontramos o ovo de capoeira. Os médicos recomendam mais o ovo de capoeira e da galinha vermelha, criada pastando, comendo milho e semiconfinada. Ovo sem aditivos químicos é mais sadio.

O ovo caipira tem a casca dura, é rosa por fora e tem a gema amarela, bem escura e bonita. Acontece que esse tipo de ovo recomendado, está vindo agora sem nenhuma diferença externamente, por dentro, a gema está com a mesma cor do ovo branco de granja: bem clarinho, além do seu sabor original ter sido trocado por um gosto de comida velha. O que está havendo? Em nossa opinião é a vez do “gato por lebre”. Não estamos afirmando, apenas sugerindo que o produtor estar usando a ração da chamada galinha branca de granja para alimentar também a galinha vermelha caipira. Pode não ser, mas tudo indica. Nesse caso é melhor comprar o ovo de granja branco que pelo menos tem sabor. Não aceitamos gato por lebre. Vamos voltar ao tempo do ovo da galinha de capoeira?

Os pardais estão a chilrear às 4.10 da madrugada, a barra do dia sai às 5hs da manhã, os pessoa das caminhadas passam com o arrebol e o carro do ovo levanta o trabalhador às 6.30 com a mesma cantilena de sempre, rua acima, rua abaixo. Prepare entre 13 ou 14 reais para uma bandeja do produto. A concorrência anda de moto, a “a moto do ovo”, mas os preços quase sempre são coincidentes. Prefere ovo de capoeira, caipira ou de granja?

São Bento do Una (PE) vai matando a fome do povo com suas granjas possantes.

Mas em que fica a questão do ovo da galinha vermelha? Você sabe?

BANDEJÃO DE OVOS CAIPIRA (IMAGEM/PROPAGANDA)

 

 

 

  OLIVENÇA ABRE O PRESENTE Clerisvaldo B. Chagas, 15 de fevereiro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.656 Ordem d...

 

OLIVENÇA ABRE O PRESENTE

Clerisvaldo B. Chagas, 15 de fevereiro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.656



Ordem de serviço dada pelo governador, Olivença vibra de contentamento com tamanho presentão estadual. Seu atalho Olivença – Batalha sendo finalmente asfaltado tirando a cidade de final de rota; aquela que só vai lá quem tem negócio!  Assim Olivença, antiga Capim, integra-se de uma vez por toda à Economia comandada por boa rede rodoviária onde a entrada e saída da produção flui com rapidez. O exemplo maior é para o leite, produto perecível que refrigerado percorre hoje grandes distâncias com a velocidade que os tempos modernos exigem. Assim será com tantas outras produções que precisam chagar com urgência ao destino. Todo o alto sertão via Santana do Ipanema, agora inda para Arapiraca ou Maceió não precisarão mais rodear por Olho d’Água das Flores, Monteirópolis e Jacaré dos Homens, bastará entrar por Olivença e continuar pelo antigo atalho de terra diretamente até à cidade de Batalha.

Esse atalho sai bem pertinho do Parque de Exposição e da entrada de Batalha pela via principal. O marco da emancipação de Santana do Ipanema, parece receber novamente carta de alforria rodoviária que permitirá à cidade e todo o município um novo horizonte de progresso para o povo oliventino.

Olivença, antes chamada povoado Capim, foi emancipada de Santana do Ipanema através da Lei 2092, no dia 2 de fevereiro de 1959. Os nomes de famílias de lideranças formaram a denominação Olivença e assim continua após 63 anos como município. Tem acesso asfáltico ligado a AL-120, meio Santana, meio Olho d’Água das Flores.  A nova construção asfáltica prossegue com este acesso, atravessa a cidade saindo pelo lado oposto diretamente para a cidade de Batalha.

Dois festejos importantes de Olivença é a data da Emancipação e a homenagem à Nossa Senhora do Carmo realizada em 16 de julho o que de certa maneira coincide com a da padroeira de sua antiga sede, Santana do Ipanema.

A festa da ordem de serviço para construção da estrada Olivença – Batalha, não é somente “presentaço” para a aniversariante, mas um pacotão de benefícios para o Médio e o Alto Sertão alagoanos.

Lembrando Juscelino: “Governar é abrir estradas”.

PRAÇA EM OLIVENÇA (FOTO IBGE).