FURNA DA ONÇA Clerisvaldo B. Chagas, 6 de setembro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.762 Estamos no momento p...

 

FURNA DA ONÇA

Clerisvaldo B. Chagas, 6 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.762



Estamos no momento por trás do antigo DNER, no Bairro Camoxinga, de onde se avista a serra do Poço com sua pujança. Ora a serra cachimba na base, ora no topo marcando as etapas das chuvadas sertanejas. Olhando bem se avista um dos seus acessos que se atinge através dos sítios rurais, Água Fria e Pé de Serra. Mas, para se chegar à serra mais famosa de Santana do Ipanema, existe uma outra estrada através do Sítio Poço Salgado, onde se entra pela propriedade do saudoso Seu Didi. Fazendeiro muito conhecido, Seu Didi foi o pioneiro do trecho que liga Santana a Água Belas, por dentro como se fala dos atalhos.

O início de subida é com terreno desgastado pelas enxurradas, sendo bom lugar para se procurar ouro. Todavia até agora não se fala em descoberta desse ambicionado metal na região.

Podemos chegar a Águas Belas pelo asfalto via Maravilha e Ouro Branco ou pelo entroncamento Carié onde se pega a BR que leva a Garanhuns, mas indo por dentro (atalho) por Seu Didi, a estrada é de terra, corta a região serrana de Santana do Ipanema e passa pela Reserva Indígena Fulni-ô de Águas Belas já em território pernambucano. As atrações desses lugares são as próprias serras remanescentes dos desgastes de bordas do planalto da Borborema localmente chamado planalto de Garanhuns e, na Culinária, a famigerada buchada do sítio passagem denominado Camoxinga dos Teodósio. Essa estrada foi construída mais ou menos em 1938 no curto governo municipal de Pedro Gaia.

Quanto a origem do nome Poço Salgado, podemos dizer diante de pesquisa segura, que na era de 40, durante grande estiagem, pessoas se reuniram para cavar um poço no leito seco do riacho Camoxinga, porém, a água que surgiu no poço tinha muito sal.  Sítio Poço Salgado é entrada para a subida da serra do Poço, mas também abre caminho às demais serras da região e de outros sítios que chegam até a divisa com Pernambuco mostrando ainda o ponto turístico “Furna da Onça”, lugar de difícil acesso e bastante visitado.

Passear pela zona rural é lazer prazeroso, cultural e relaxante na harmonia com a Natureza.

Ah! Que saudade da serra! Cadê o sebo nos joelhos para chegar à Furna da Onça!.

 

SERRA DO POÇO (FOTO B. CHAGAS/LIVRO 230).

  SINTEAL Clerisvaldo B. Chagas, 6 de setembro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.762   Perdi a grande oportun...

 

SINTEAL

Clerisvaldo B. Chagas, 6 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.762

 


Perdi a grande oportunidade de encontro com meus ex-colegas de Magistério em encontro do SINTEAL. O convite aos aposentados para esclarecimentos e lazer foi um grande sucesso da classe trabalhadora e muito honra o sindicalismo em nosso estado e no Brasil. O encontro aconteceu no Bairro Maniçoba a cerca de dois quilômetros do Centro, exatamente no local onde aconteceu o primeiro documento de Santana do Ipanema que se tem notícia. Até há pouco tempo, ali ficava uma casa de varanda situada à beira da estrada, pertencente a uma das figuras mais queridas de Santana, o dono de curtume Lulu Félix, motivo de várias crônicas neste espaço. Pois essa espécie de clube de lazer de nome Oásis, acha-se bem situado nesse antigo bairro festeiro de inúmeras figuras tradicionais da terra.

Motivos particulares e fortes me impediram do enorme prazer de estar conversando e me divertindo com meus colegas que tanto deram pela educação santanense e de outras cidades sertanejas sendo exemplos de resistência e pilares que sustentaram um novo tempo. O SINTEAL, núcleo santanense, continua a passos largos conduzindo a tocha solene contra as trevas dos que teimam em não as deixar. Muito bem conduzido pela sua cúpula, tem à frente a bela e inteligente Christina que procura inovar com projetos de fôlegos que atestam a sua liderança. O Lazer Oásis representa uma expansão da cidade pela periferia que acolhe a fuga do Centro saturado e formal. A região da Maniçoba é uma das mais charmosas de Santana juntamente com sua continuação denominada Bebedouro. Ali existem muitas pedras nos quintais e árvores frondosas entre o casario e o rio Ipanema, tornando o lugar ajardinado.

Com sua sede própria conquistada e com o projeto casa de passagem para professores, quem sabe se o nosso querido SINTEAL, não pensará no seu próprio espaço de lazer a ser construído ali mesmo na Maniçoba! Orgulho-me de ter sido o primeiro presidente regional da entidade juntamente com o professor José Maria Amorim e a professora Tadeia Macedo de saudosas memórias. Estarei presente na inauguração da sede própria no tempo aprazado e voltará o prazer de presença em órgão tão respeitado de Alagoas e do Brasil.

Parabéns Christina! Parabéns SINTEAL!

 

PROFESSORES REUNIDOS NO ESPAÇO LAZER OÁSIS (FOTO: SINTEAL).

  METAMORFOSE DO TEMPO Clerisvaldo B. Chagas, 2 de setembro de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.760   Finalmente ...

 

METAMORFOSE DO TEMPO

Clerisvaldo B. Chagas, 2 de setembro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.760

 

Finalmente conseguimos atravessar o mês de agosto sem tragédias. Apontado como um mês perigoso, agosto prova que é apenas igual aos outros. Será? Entrando no mérito do tempo como prevíamos o tradicional frio da primeira quinzena, agosto parece não ter gostado da previsão dos quinze dias e prorrogou sua frieza de “matar sapo”, esticando-a até o dia 31, onde o frio “moeu troncho” como se diz por aqui. Na última noite do mês, embora a chuva ficasse resumida em sereno, o termômetro acostumado na casa dos 40 graus, deu “ré para trás” como dizia o saudoso vendedor de fumo Ataíde Fumeiro, chegando aos 19 na virada da noite para setembro. “Quem puder se enrole, quem não puder bata o queixo” porque o “bicho tá pegando” no Sertão de meu Deus.

Entre Sol, tempo nublado e chuva fina, vamos mantendo a esperança para vibrar na primavera e enfrentar o verão. Por enquanto as noites serão caracterizadas pela frieza contrastando com os dias quando chegar a primavera porque sempre foi assim. (amplitude térmica).

É mais um ano sem a colheita do algodão que preenchia as gavetas do agricultor com o dinheiro farto das festas de fim de ano. O inseto chamado bicudo acabou os algodoais, as usinas de beneficiamento de algodão, fecharam e, o sertanejo voltou ao “assando e comendo” do feijão, milho e mandioca. Sem uma cultura industrial fica bastante difícil a prosperidade no campo.

Enquanto isso, vamos olhar o rio Ipanema e em que situação se encontra. Ipanema que banha os bairros: Barragem, Clima Bom, São José, Camoxinga e São Pedro, além do Comércio. Encontro o caudal cansado, sem fôlego, escorrendo apenas com um fiozinho d’água, basculhos nos arbustos retorcidos das margens e um silêncio longo, interminável e triste pela sua calha.

Deixamos a atração da cidade e subimos por um beco estreito onde cães e varais com roupas a secar faziam a festa do estio intercalado. Passamos pela casa de um novo amigo que faz um alvoroço de felicidade com a nossa presença, aprumamos na volta de casa e nos sentamos no cotidiano do lar.

Aguardemos a desenvoltura do mês das flores em curso e o que ele nos trará de bom.

Salve, salve!

VERDE DOS CAMPOS: SERRA DA REMETEDEIRA AO FUNDO, PEQUENA BARRAGEM NA FOZ DO RIACHO SALOBINHO, AFLUENTE DO IPANEMA, PLANO DO MEIO. VISTA A PARTIR DA PLATAFORMA DO POSTO DE SAÚDE SÃO JOSÉ (FOTO: B. CHAGAS). 2/9/2022.