SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
OLHO D’ÁGUA DO AMARO Clerisvaldo B. Chagas, 29 de junho de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.915 Um dos anti...
OLHO D’ÁGUA
DO AMARO
Clerisvaldo
B. Chagas, 29 de junho de 2023
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.915
Um
dos antigos fundadores de Santana, que havia ganho sesmaria na Ribeira do
Panema, ficou com uma extensão de terras que ia desde a serra do Caracol, até o
Riacho Grande. A serra do Caracol fica logo após o atual povoado São Félix
(antiga Quixabeira Amargosa) e, Riacho Grande é hoje o município de Senador Rui
Palmeira. Tempos depois, saiu dividindo essas terras adquiridas, entre filhos e
filhas, à medida que iam casando. isso resultou em imensas áreas de terras como
o lugar rural Olho d’Água do Amaro. Ali, em tempo de seca, foi descoberta uma
fonte d’água e um negro escravo fugido, perto da fonte na caatinga bruta. Como
a fonte d’água descoberta nuca secou e conseguiu chegar até os nossos dias,
estivemos no lugar pesquisando vestígios históricos para o livro “Negros em
Santana”. E como o negro encontrado tinha o nome de Amaro, assim ficou a
denominação do lugar: Olho d’Água do Amaro.
Na
planura com ondulações da caatinga, fomos atravessando o Campo de Aviação, várzeas,
fazendas, chácaras e pontos de encontros de vaqueiros e visitantes da cidade em
bar de beira de estrada, até chegarmos ao núcleo do sítio procurado. Ali já
havia uma igreja e um estabelecimento de ensino, o que caracterizava um grande
espaço nos arredores como o centro da vizinhança. Através de informações,
chegamos até a fonte tricentenária que havia ganho uma proteção redonda de
cimento. Uma mangueira que ainda estava na boca da estrutura mostrava que de
fato a fonte ou olho d’água continuava na ativa.
Fotografamos
a fonte, indagamos a moradores e retornamos da zona rural, pronto para
complementarmos o livro que serviria de TCC para o Curso de pós-graduação em
Geo-História. Ficou assim comprovada a existência da fonte originária do sítio
Olho d’Água do Amaro. Mas não encontramos retrato e nem sequer desenho a carvão
do nosso herói doméstico Amaro, gente do grande Zumbi dos Palmares, o famoso
líder da serra da Barriga.
Um amigo de computador e programas poderosos,
mostra-me num mapeamento de Santana, inúmeros olhos d’água inativos, mas não se
tem notícia de nenhuma dessas fontes com trabalho público de recuperação.
No
peneplano de Olho d’Água do Amaro, fomos encontrar ainda em todas as suas
regiões, fazendas típicas de criatórios bovino e ovino porteiras e casas
tradicionais dos tempos das ocupações de terras devolutas.
SERTÃO
DO OLHO D’ÁGUA DO AMARO (FOTO B. CHAGAS).
PASSEANDO E REFLETINDO Clerisvaldo B. Chagas, 28 de junho de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.915 Espiei o ...
PASSEANDO E REFLETINDO
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de junho de 2023
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.915
Espiei
o tempo, medi o intervalo entre chuva e estio e parti a pé visando a região da
antiga Volta. Volta era o nome da área onde hoje existe a barragem assoreada de
Santana do Ipanema, à margem da BR-316, bem na saída da cidade para o Alto
Sertão. A ponte que faz a estrutura da barragem é bem feita e remonta a 1951,
porém é estreita e faz medo passar por ali juntamente com um veículo; e se for
dos grandes pior ainda. O pedestre tem cerca de quarenta centímetros de largura
num alto relevo para se encolher entre uma carreta e o abismo, cuja murada
apenas vai até a região do quadril. Representa também o lugar como ponto de
suicídio, tanto para o lado do assoreamento quanto para o lado somente de
rochas. A ponte ficou conhecida como Ponte da Barragem. O erro para pedestres é
repetido na ponte do Centro da cidade e que também é fonte de suicídios.
A
antiga Volta ou Volta do Rio ou Volta do Ipanema, propriamente dita, é que,
quando o rio Ipanema chega a nossa cidade, vindo do município de Poço das
Trincheiras, após a citada barragem, desce ainda 400 ou 500 metros pelo
escoadouro da barragem e, ele que vem em direção norte-sul, faz uma admirável
curva ao encontrar altas barreiras na margem direita e corre em direção leste
para o centro da cidade. Atualmente a palavra “Volta” perdeu-se na evolução da
urbe a ponto de um ilustre amigo me perguntar sobre ela. Pois era para lá que
eu estava indo saber se ainda existia uma granja feita na margem esquerda. Mas
há muito que a granja deixou de existir deixando apenas uma estrutura de
concreto entre o rio e a última rua paralela à Volta.
Bati
foto, apenas pelo valor estimativo temporário. Lembrou outra granja que foi
extinta, do outro lado da cidade e que produzia 30.000 mil ovos/dia. A falta de
incentivo vai assim destruindo pequenas e médias empresas que geravam empregos
renda, produção local de alimentos e intensa circulação de dinheiro no
comércio. Engoli seco e fui espiar a Volta. Tão bonita, tão famosa... Tão esquecida!
A curva perfeita do rio está viva ainda, repleta de areia grossa, pedregulhos
semeados e basculhos secos e enganchados pelas rochas e pelos troncos ainda
tenros de novas craibeiras que brotam das rachaduras. Antigo lugar de banhos de
passeios catequistas, de história santanense.
Melancolia,
lembranças... Saudades.
A COISA TÁ BRABA Clerisvaldo B. Chagas, 27 de junho de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.914 Quando existia ...
A
COISA TÁ BRABA
Clerisvaldo
B. Chagas, 27 de junho de 2023
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.914
Quando
existia a matéria escolar “Moral e Cívica”, havia também, outra chamada OSPB
(organização Social e política Brasileira), acho que era assim. Isso permitia
que você ficasse sabendo como era organizada a estrutura administrativa do
Brasil. As repartições públicas federais eram mostradas e explicadas as suas
finalizações e por aí afora. Aprendíamos muito sobre o País. Hoje, muitos
estudantes não sabem nem quais são os três poderes do Brasil. E, por sinal, a
mídia fala muito em acontecimentos nos três palácios de Brasília, em relação ao
governo e notamos que ainda existem certas dúvidas em quem ouve e quer saber.
Assim, o Palácios Alvorada, tornou-se, lá atrás, o mais famoso e divulgado dos
três. Ultimamente a mídia vêm citando o Palácio do Planalto e, também em um
tempo passado, fala-se com alguma timidez do Palácio do Jaburu.
Se
ainda tivesse OSPB nas escolas, os alunos saberiam distinguir o trio
arquitetônico. Não estamos falando sobre se o assunto é relevante ou deixa de
ser, mas é muito importante que tenhamos conhecimento do nosso País, assim como
deveremos saber sobre a cidade e o estado de nascimento.
Palácio
da Alvorada foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e
inaugurado em 1958. Ele é a residência oficial do Presidente da República. Sua
localização em uma península, divide o Lago Paranoá em Norte e Sul.
Palácio
do Planalto – situado na Praça dos Três Poderes, é o lugar
de despacho do presidente da República. Onde está o seu gabinete de trabalho e
fica à cerca de 4 km da residência, Palácio da Alvorada.
Palácio
do Jaburu – Estar situado entre o Palácio da Alvorada e o Palácio do
Planalto, ao lado da Lagoa Jaburu, margem do Lago Paranoá. Foi projetado pelo
arquiteto Oscar Niemeyer e ocupado em 1977. É a residência oficial do
Vice-presidente da República.
Aproveitamos
para dizer sobre a Granja do Torto – Foi inaugurada em 1958 e é uma das
residências do Presidente da República, uma espécie de Casa de Veraneio. Está
localizado no setor Habitacional Torto. Cerca de 17 km é a distância da Granja
do Torto para o Palácio da Alvorada.
PALÁCIO DO PLANALTO (GETTY).

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.