SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
ARTESÃO SELEIRO Clerisvaldo B. Chagas, 12 de julho de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.925 Se um artesão já...
ARTESÃO SELEIRO
Clerisvaldo B. Chagas, 12 de julho de 2023
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.925
Se
um artesão já é uma pessoa inspirada e habilidosa, imaginem um artesão seleiro!
É que um sela para chegar à vitrina, passa por várias etapas que impressionam
em cada detalhe. E ao terminar o fabrico de uma sela, simples ou de alto luxo,
podemos dizer sem errar que estamos diante de uma verdadeira obra-de-arte.
Existem inúmeros especialista espalhados por todo o território nacional, nodadamente,
em regiões onde o cavaleiro é um destaque nato. E nesse trabalho dos
profissionais do couro, especialmente o seleiro, existem pequenas máquina que
ajudam aqui ou ali, mas estamos mais focados no seleiro do sertão nordestino,
aquele que confecciona à mão todo o seu trabalho.
Tivemos
grandes artesãos do couro, em Santana do panema, como Mestre Alexandre,
Gervásio e Nestor Noia, mas não podemos afirmar que eles fossem seleiros.
Aliás, pegamos a imagem de Nestor Noia, do nosso tempo e, por ter sido um tipo
marcante, demos a ele outro nome e o fizemos motorista de caminhão de couros e
peles, no romance “Fazenda Lajeado”, (ainda inédito). Interessante na arte, são
os nomes das inúmeras peças que compõem uma sela como: assento, estribo,
suador, pito, barrigueira, paralama, virola, aba traseira, margarida, aba do
suador, cabeça, garganta, argola dianteira, argola traseira, aba de assento e
correia de paralama... Não iremos detalhar a função de cada peça que podem ter
denominações diferentes nos vários tipos de selas e em outras regiões do país.
Uma
sela tem validade pelo menos de uns quinze anos, dependendo também do zelo do
dono. Pode custar na faixa entre 400,00 a 600 reais. Mas, conforme coisas
extras que se pede, pode alterar bem os custos básico do artefato. Um trabalho
bem feito exige qualidade, beleza e conforto, coisas que não faltam nas mãos de
mestres famosos ou não. A beleza complexa da arte da sela, não deve encobrir a
confecção da cangalha para animais cargueiros, pois nessa particularidade o
artesanato, também têm seus mestres tão famosos e procurados quanto os
seleiros. A cada ano aumentam as encomendas de sela no país para o vaqueiro,
para o trabalhador da fazenda, para o esportista e para o competidor de
corridas...
Deus
semeou talento nos quatro cantos da terra.
SELA (IMAGEM
PIXABAY).
OS ANTIGOS Clerisvaldo B. Chagas, 11 de julho de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.924 Bons tempos quando os...
OS ANTIGOS
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de julho de 2023
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.924
Bons
tempos quando os chefes de família que faziam parte do conhecido “baronato,
aplicavam suas verbas em casarões verticais nos comércios de capitais de
estados, mas também em cidades progressistas metropolitas e de interior. Esses
antigos edifícios, tendo como exemplos os do comércio de Maceió, Recife, São
Luís... São dotados de históricos de até cem anos e muito mais. No momento
atual muitos vêm de gerações em gerações de herdeiros. E quando morre o
titular, geralmente acaba o capital e muitos herdeiros herdam somente a dor de
cabeça ou não conseguem imaginação, habilidades, para manutenção desses prédios
enormemente deteriorados pelo tempo, fazendo com que esses edifícios sejam uma
constante ameaça para transeunte e ocupantes.
Poucos
são tombados por municípios, estados, federação. Muitos entram na briga de
ambição hereditária e o imóvel fica à mercê do tempo: nem é restaurado, nem
vendido, nem tombado e, muitas vezes, até mesmo tombado, continua na mesma
situação até ruir sem remédio nenhum. O caso mais recente de desabamento de
prédio no Recife, ceifou vidas e, com certeza, haverá investigação em procura
de culpados. A inspeção constante de edifícios antigos, ocupados ou não, tem
que partir das autoridades locais e, se for o caso, dialogar com os
proprietários para encontrar soluções. O que parece haver visto de fora, é um
contínuo lavar de mãos dos que ocupam cargos de responsabilidades.
É
sabido que a arquitetura antiga encanta diversos turistas e estudiosos do
seguimento tais os casarões de Penedo, em Alagoas, os prédios históricos de
Minas Gerais, os conjuntos arquitetônicos do Maranhão, de Parati... E que
rendem na cidade bastante dinheiro com os visitantes, mas onde estão os
cuidados com esses casarões? Entendimentos entre autoridades e donos de
imóveis, não devem ser esporádicos. Têm que fazer parte da administração
cotidiana de quem governa a urbe. Como o tempo é inexorável, reconhecemos o
valor histórico, o embelezamento de arquitetura, mas entendemos também que a
prioridade agora, é salvar vidas e de preferência de modo preventivo.
Será
que isso tem a ver com o ditado: Na casa que falta o pão, todos discutem e
ninguém tem razão!?
EDIFÍCIO
(FREEPIK).
MARAVILHA Clerisvaldo B. Chagas, 10 de julho de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.923 Situado no semiárido a...
MARAVILHA
Clerisvaldo
B. Chagas, 10 de julho de 2023
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.923
Situado
no semiárido alagoano, o município de Maravilha, dista de Santana do Ipanema em
menos de 30 Km. E em relação a Maceió, 232 quilômetros. Seu acesso é encontrado
pelos que saem da capital pela BR-316, passando por Santana do Ipanema. Segundo
o saudoso geógrafo Ivan Fernandes, a cidade mostra ser um brejo de pé de serra.
Alegre e ensolarada, Maravilha tem mais de 10 mil habitantes e tem como maior
atração o acidente geográfico Serra da Caiçara, em cujo sopé se alinha a
cidade. O seu aspecto é de uma típica urbe sertaneja, de topografia plana e
suavemente ladeirosa. Sua Economia segue os demais municípios do sertão com o
predomínio do feijão, milho e criatório bovinos.
Maravilha
já foi chamada Cova de Defunto, quando há muito tempo houve ali um surto de
cólera e, as pessoas mortas eram enterradas numa sepultura coletiva. Mas, dizem
que um padre que passava por ali, achou o local muito bonito e exclamara “É uma
maravilha! E assim, por Maravilha ficou sendo o nome do município que foi
emancipado de Santana do Ipanema em 17.7.1958.
Com vários achados fósseis pelas imediações, foi criado o Museu
Paleontológico, em 2007, onde abriga restos de animais mamíferos gigantes. Daí
em diante, a cidade passou a ser conhecida nacionalmente e a receber muitas
visitas de turistas e estudiosos. Maravilha também tem episódios de volantes e
cangaceiros. No seu município foi assassinado à pedradas um dos irmãos Porcino,
primeiro bando no qual o futuro Lampião ingressou. (Livro: “Lampião em Alagoas”).
No
acesso à Maravilha, intercessão da sua rodovia com a BR-316, existe um
monumento aos mastodontes, com estátua de tigre dente-de-sabre, alguns bancos
de cimento para espera de passageiros e plantas ornamentais. No centro da
cidade, estátuas daqueles bichos gigantes de fósseis encontrados distribuídas
pela urbe: tatu, preguiça, tigre... E ao fundo, a serra da Caiçara com mais de
800 metros de altitude, a joia da Maravilha! Caso você ainda queira, poderá
visitar a cidade vizinha mais próxima, é só um pulo: Ouro Branco, antiga rival
da Maravilha e de aspecto completamente
não
semelhante. Tem muita gente que gosta do inverno naquele pé de serra por causa
“do frio gostoso”. Habilite-se a conhecer o trecho.
CENTRO
DE MARAVILHA. AO FUNDO, SERRA DA CAIÇARA (FOTO/DIVULGAÇÃO).

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.