SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
SURPESA NA TRILHA Clerisvaldo B. Chagas, 4 de outubro de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.972 ...
SURPESA
NA TRILHA
Clerisvaldo
B. Chagas, 4 de outubro de 2023
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.972
É
interessante o sentimento de religiosidade, notadamente nas pessoas mais
simples, nos resultados das suas ideias. Inúmeras cidades do Brasil tiveram
nomes atribuídos a fatos inéditos, assim como Pilar e São Braz, em Alagoas e,
Aparecida, em São Paulo. Achados de santos e firmeza de forças invisíveis das
narrativas históricas, impressionam fortemente e contribuem para o aumento da
fé. Nós, que costumávamos andar pelas
trilhas sertanejas, de vez em quando víamos essas manifestações religiosas
individualistas que nos preenchiam o dia a conjeturar. Certo que já contei há
muito, os casos abaixo, mas o Google sempre mostra suas
lembranças de muitos anos atrás, umas gratas e outras amargas, mas nos
incentiva à reflexão.
Certa
feita eu descia uma estrada de terra carroçável em direção ao rio Ipanema, no
sítio Água Fria. Não dá mais para lembrar o objetivo daquela caminhada, mas por
certo, pesquisas. No meio da estrada havia uma bifurcação curta e que ambas
saíam na mesma estrada alguns metros à frente. Entrei pelo caminho mais
estreito. Havia muito mato ainda verde entre os dois caminhos, quando me
deparei com uma pedra com cerca de metro e meio de altura no centro do capão de
mato. Então, avistei ali, a imagem de uma santa colada ao meio da pedra
solitária. Surpresa e arrepios. O impacto foi tão grande que não me aproximei e
segui minha jornada bastante pensativo. E quando retornei (tudo a pé) não
escolhi mais o caminho estreita do capão de mato.
Em
outra ocasião, às margens do mesmo rio, porém, muito abaixo da Água Fria, eu me
dirigia por uma trilha rumo ao poço do Boi. Mato verde, muita rama e olho no
solo temendo cobra que a localidade favorecia. De repente o impacto. Uma
casinha de alvenaria sobre uma pedra arredondada, mostrava no seu interior sob
grade protetora a imagem em gesso do padre Cícero do Juazeiro. E como não se
zomba da fé de ninguém nem se mexe com as coisas sagradas, levei o impacto
comigo de ida ao poço do Boi. Na volta, até que tentei uma entrevista com o
dono da chácara, mas a casa estava fechada.
Fazer
o quê?
O
Google rememorou a fotografia
(FOTO:
B. CHAGAS).
OVOS – OVOS – OVOS Clerisvaldo B. Chagas, 3 de outubro de 2023 Escritor símbolo do sertão Alagoano Crônica: 2.971 Continuamos ...
OVOS –
OVOS – OVOS
Clerisvaldo
B. Chagas, 3 de outubro de 2023
Escritor
símbolo do sertão Alagoano
Crônica: 2.971
Continuamos
observando as coisas do nosso estado e do mundo em que vivemos. À semelhança da
pipoca Boni, do povoado Bonifácio, de Palmeira dos Índios, também consumimos
ovos – embalados em caixinhas de 18 unidades e tudo de acordo com a legislação
– do povoado Laranjal de Arapiraca. Esse mercado de proteínas abastece Santana
do Ipanema e concorre com a distribuição de ovos diariamente vindos das granjas
de São Bento do Una, Pernambuco. Mas a diferença é que essa embalagem
diferenciada, pertence ao empreendimento em terras alagoanas. São os povoados e
os sítios rurais em destaques. Em Santana do Ipanema, já chegamos a produzir
30.000 ovos/dia, mas vivemos em outro mundo político, diferente do Agreste.
Bom
também é citar fonte para comprovação do que se fala: Luna L. Nunes Avícola
LTDA., está escrito no rótulo. Além do empreendimento que beneficia o meu
consumo, tomei conhecimento de nome de mais um povoado do estado, Laranjal.
Assim os povoados vão ministrando lições empreendedoras e se inserindo na era
do desenvolvimento e da auto suficiência alimentar, consequentemente
aparecendo; E por falar em povoado de Arapiraca, foi do sítio Poção do mesmo
município que veio a família Chagas, para o município de Santana do Ipanema,
sítio Pedra da Lagoa, final do Século XIX. O ovo é rico em vitamina A, vitamina
E, carotenoides, fortalece o sistema imunológico, melhoram as funções das
células, ajudando na prevenção contra o câncer.
A
crise da carne no Brasil, deu oportunidades para que o ovo surgisse como o
grande matador da fome brasileira. Infelizmente, já no final da crise, os
preços das rações subiram e inflacionaram também o produto dos galináceos.
Agora os preços voltaram a baixar. O Brasil é o 70 produtor de ovos
do mundo e, São Paulo o maior produtor do Brasil. Os especialistas dizem das
maravilhas de se comer ovos todos os dias. O nosso país exporta milhares de
toneladas de ovos. E o ovo não poderia ficar de fora de exportação do País que
alimenta o mundo. E por coincidência, neste momento passa o carro do ovo
alardeando na rua, mas são ovos vindos de Pernambuco e não do povoado Laranjal
de Arapiraca. Ovo é agro, ovo é pop. Vamos de ovo!
PÃO DE AÇÚCAR Clerisvaldo B. Chagas, 2 de outubro de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.970 Pão de Açucar, ci...
PÃO DE AÇÚCAR
Clerisvaldo
B. Chagas, 2 de outubro de 2023
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.970
Pão
de Açucar, cidade do São Francisco, tem história, longa, bonita e marcante. É
plana, daquelas de se andar de bicicleta, casario típico do Velho Chico e muito
romântica para noites de serestas. Afora a avenida principal, suas ruas são
estreitas e tradicionais do baixo São Francisco. Já foi chamada de Jaciobá,
“Espelho da Lua” e, sua denominação se relaciona a um monte que parecia uma
forma de depurar o açúcar. Foi o grande porto distribuidor de mercadorias para
todo o Sertão, através de navios que subiam de Penedo. Mas também porto
exportador sertanejo e núcleo básico de povoamento para toda a região. Já
recebeu visita de D. Pedro II, desafiou Lampião a invadi-la e, testemunhou
índios Umaris e Chocós em seu território. É uma das cidades mais quentes do
Brasil, possui fósseis pré-históricos e sítios arqueológicos.
Pão
de açúcar conta com uma população de mais de 23.000 habitantes e fica distante
da capital 230 Km. Sua Emancipação de Mata Grande é comemorada em 18 de junho,
lembrando o ano de 1887. Na Geografia estar situada a apenas 19 metros de
altitude, clima semiárido e festeja seu Padroeiro, Sagrado Coração de Jesus, no
dia 3 de junho. Sua feira semanal sempre empolgou feirantes do Sertão que faz
dupla com as belezas que tem o rio São Francisco como condição central. Vive da
agropecuária, da feira livre, da pesca e do comércio. Da cidade pode-se
alcançar de barco a Grota dos Angicos onde foi morto Lampião e que virou ponto
turístico. Sua praia de água doce e seus bancos de areia formam “prainhas”
bastante procuradas.
Independente
disso, sua culinária e aspecto físico do casario encanta o turista que não
deixa de visitar o monte na periferia onde a estátua, réplica do Cristo
Redentor, abençoa o rio e oferece paisagem inesquecível. Estando na capital, é
só rodar por São Miguel dos Campos, Arapiraca e Bacia Leiteira, pegando o
entroncamento em Olho d’Água da Flores e se direcionar ao “Espelho da Lua”. O
lugar chamado Ilha do Ferro, é uma atração à parte, onde, além do casario de
época, impera o artesanato natural motivo de inúmeras reportagens. Depois de
cenas de novelas da Globo, em seu território, Pão de Açúcar caiu no gosto do
Brasil inteiro. A priori, a cidade ainda não dispõe de uma ponte e, para
conhecer a margem de Sergipe, somente é possível de barco. Ainda tem muito mais
coisas para se dizer daquele “mundo encantado” diante do pouco dito acima.
PAISAGEM
VISTA DO CRISTO EM PÃO DE AÇÚCAR (FOTO DIVULGAÇÃO/PREFEITURA).

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.