SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
ÁGUAS CONTINENTAIS Clerisvaldo B. Chagas, 20 de outubro de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.981 As águas qu...
ÁGUAS
CONTINENTAIS
Clerisvaldo
B. Chagas, 20 de outubro de 2023
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.981
As
águas que correm ou se acumulam na superfície das terras emersas, são chamadas
de águas continentais. São representadas pelos rios e pelos lagos.
Parte
dessas águas se infiltra no solo. Quando encontram rochas, ali se acumulam e o
lugar é chamado de lençol freático que dão origem às nascentes, bicas, olhos
d´água. Essas são formas que podem originar um rio, porém, o rio pode ser
formado pela intensidade de chuvas, pelo derretimento de neve e também pelo
transbordamento de lagos.
O
trajeto percorrido pelo rio, das nascentes à foz ou desembocadura, constitui o
seu curso. O canal por onde ele cava e escorre, damos o nome de leito,
cujo ponto mais profundo chama-se talvegue.
Quando
seguimos o curso de um rio na direção de suas nascentes, estamos caminhando
para montante. Quando no dirigimos rio abaixo em direção à foz,
caminhamos para jusante.
Consequentemente,
os rios em suas escavações formam vales que são classificados, pelo menos em
quatro tipos:
Vale
em garganta – O rio escava o leito mais rapidamente de que
as modificações das encostas abruptas.
Vale
normal – equilíbrio entre as escavações do leito e as
modificações das encostas. Formas de vale em “V”.
Vale
em calha – A acumulação no leito é maior do que a erosão das
encostas. Vale em forma de “U”.
Vale
dissimétrico – Caracteriza-se pelas diferenças em suas
encostas.
Qual
seria, então, o tipo do vale do rio Ipanema?
O rio Ipanema tem muita variação de margens no seu curso. E com certeza
o seu curso urbano em Santana do Ipanema demonstra claramente correr em vale
dissimétrico. Porém, o rio Ipanema também escorre em vale de garganta, ao
margear o povoado Telha, entre Batalha e Belo Monte.
Esperamos
que de alguma forma a exposição acima tenha sido útil. Não é preciso gostar da
Ciência Geográfica, basta admirar a Natureza de forma como se apresenta. E
conhecimento nunca é demais em nossa evolução cultural e humana.
RIO
GRANDE (ISTOCK)
IMBUZEIRO DE BETÂNIA Clerisvaldo B. Chagas, 19 de outubro de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.980 Se já era...
IMBUZEIRO
DE BETÂNIA
Clerisvaldo
B. Chagas, 19 de outubro de 2023
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.980
Se
já era prazeroso sabermos sobre o imbuzeiro comum, imagine saber sobre o maior
imbuzeiro do Brasil! Assim como o maior cajueiro do país, o de Pirangi, no Rio
Grande do Norte, ouvimos e vimos pela Internet sobre o imbuzeiro de Betânia,
Pernambuco. O relato também nos encantou com a narração de uma senhora de voz
muito educada e bastante didática. O imbuzeiro é grande e, como o cajueiro de
Pirangi, ao invés de crescer para cima, cresceu para os lados, espalhando-se
por sua área. É menor do que o famoso cajueiro, mas se houver interesse das
autoridades locais, poderá ter fama igual. Segundo o relato da senhora que faz parte
da família longeva testemunha do cajueiro no tempo, a existência da árvore é
calculada pela família em 300 anos e continua produzindo bons frutos.
As
contas vêm desde pessoa da família que viveu mais de 100 anos e já falava do
cajueiro que um antepassado também da mesma idade falava. Desde os tempos mais
remotos a árvore servia de abrigo para viajantes, tais os ciganos. Vale
salientar que não se conhece em outra região do mundo, o imbuzeiro sertanejo
nordestino. Os metidos à besta, chamam imbuzeiro de umbuzeiro (Spondias
tuberosa). Ele oferece sombra aos animais e gente. Dar seus imbus rico em
Vitamina “C”, que pode ser consumido in natura, em forma de doce, de geleia, de
sorvete. O imbuzeiro é de fato a árvore sagrada do Sertão. Nunca vimos falar
sobre alguém que tenha plantado pelo menos um pé dessa árvore nativa. Quando
fazem coivaras (fogo proposital para limpeza do terreno), chamuscam ou matam os
imbuzeiros. Um crime!
Suas
raízes não são tão profundas. Formam tubérculos que acumulam água, acodem o homem
na estiagem e são muito utilizados para se fazer “doce de batata de imbu”. Os
tubérculos são chamados popularmente de “cafofas”. É fácil subir num imbuzeiro
para coletar seus frutos, sua própria formação facilita a tarefa. O imbu, no
lugar onde não existe cooperativa, é vendido nas feiras locais em recipientes
de latas com capacidade de um litro. Principalmente, nos tempos de Semana
Santa, faz-se muito no Sertão a deliciosa “imbuzada”, tão famosa quanto a
canjica. Da nossa parte, agradecemos muito a senhora que narrou sobre o
imbuzeiro de Betânia. Uma também deliciosa narrativa.
Ê,
Sertão!...
IMBUZEIRO
(EMBRAPA).
REI PELÉ – ARNON DE MELLO Clerisvaldo B. Chagas, 17 de outubro de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.979 ...
REI PELÉ – ARNON DE MELLO
Clerisvaldo B. Chagas, 17 de
outubro de 2023
Escritor Símbolo do Sertão
Alagoano
Crônica: 2.979
“Prestes a completar 53 anos de
história, o Estádio Rei Pelé passará por reformas e melhorias nos próximos
meses. Administrada pelo Governo do Estado, através da Secretaria do Esporte,
Lazer e Juventude (Selaj), a maior praça esportiva de Alagoas, já dotada de uma
série de equipamentos destinados aos amantes do esporte e ao público em geral,
ficará ainda melhor”. (Fonte: Tribuna de Alagoas).
Enquanto isso, nós santanense
não tivemos muita sorte no futebol profissional. O pior era que existia apenas
uma fonte que possuía estádio e essa fonte era particular. Resultados de muitas
coisas que preferimos ignorar para evitar aborrecimentos desnecessários.
Infelizmente fomos nos apaixonar por um estádio que hoje faz pena aos
passantes.
Não podemos falar sobre a
organização do Ipanema que não conhecemos, mas nos reportamos apenas ao
lamentável estado físico, parte externa, do estádio Arnon de Mello. Além de
causar pena, misturam-se as lembranças dos áureos tempos em que o “Canarinho do
Sertão” era amado e respeitado no mundo sertanejo de Alagoas. Mas não se deve
atirar pedra em quem morreu. “O que passou é passado”, mas fica a pergunta aos
entendidos se existe algum plano para o futuro Estádio Arnon de Mello? Alguma
carta na manga dos remanescentes diretores do clube para a ressureição do
Ipanema. Será que nós torcedores podemos alimentar alguma esperança? O que é
preciso para fazer voltar a alegria dos grandes embates no campo da Rua Santa
Sofia?
Enquanto isso, vamos mastigando
as notícias de melhoras em nossa praça maior dos esportes, Estádio Rei Pelé,
que por se achar no Bairro Trapiche da Barra, é designado popularmente por
Trapichão. E, para quem não sabe, trapiches eram os grandes armazéns de guardar
mercadorias para embarques e desembarques às navegações.
Sobre o estádio Arnon de Mello,
cujo único apelido é: “O campo do Ipanema”, acha-se imprensado e mesmo que
quisessem ampliá-lo, seria quase impossível, com um cemitério de um lado e
avenida e ruas em três outros lados, segue o jargão usado hoje, pela juventude:
ampliação do estádio? “Ora, teje quieto”.
Está faltando sensibilidade
gentílica.
Os ventos santanenses de hoje
não movem moinhos.
ESTÁDIO REI PELÉ (FOLHA PE).

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.