BATALHA Clerisvaldo B. Chagas, 23 de outubro de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.982   Cidade situada no cora...

 

BATALHA

Clerisvaldo B. Chagas, 23 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.982

 



Cidade situada no coração da Bacia Leiteira alagoana, fica entre as cidades de Jacaré dos Homens e Jaramataia. Possui clima semiárido e fica a 120 metros de altitude. Sua história possui versões diferentes, desde quando seu território ia até o São Francisco e era chamada Belo Monte. Batalha possui um pouco mais de 16.000 habitantes que são chamados batalhenses, vivendo protegidos pela padroeira Nossa Senhora da Penha, cujo festejos acontecem no dia 8 de setembro. Sua economia baseia-se na agropecuária, cujo gado leiteiro é o seu forte, exercendo grande liderança na região tanto nesse tipo de Economia quanto na sua organização social. É muito fácil chegar a Batalha que fica próxima, relativamente a Arapiraca e marca distância a capital, Maceió, com apenas 183 quilômetros.

A cidade do leite é banhada pelo rio Ipanema e que representa uma das suas atrações em tempos de cheias. Batalha tem como atrações ainda, o monte histórico do outro lado do rio chamado Serrinha, sua exposição de gado realizada anualmente e seus laticínios que produzem deliciosos queijos de qualidade. Chama atenção o solo de barro vermelho onde se assenta a urbe, as ruas longas e a mistura de planos e ladeiras suaves. Pode-se se dizer que a igreja principal representa um dos maiores cartões postais da cidade. O festejo civil mais importante é da sua emancipação e que ocorre no dia 22 de dezembro. A ligação asfáltica chegou a pouco tempo Batalha – São Francisco, com a cidade ribeirinha de Belo Monte, cujo trajeto facilita o turismo para o antigo “Rio dos Currais”.

Na visita do interessado a Batalha, pontos conhecidos afora os apontados como turísticos, podem ser descobertos como interessantes conforme a sensibilidade individual. Bem que tinha razão, o autor Ivan Fernandes, em sua “Geografia de Alagoas”, anos 60, “Batalha e arredores foram transformados em uma região agrestada”. Sim, a transformação sofrida no paisagismo regional dá mesmo essa impressão ao pesquisador. E isso nada tem a ver com o Agreste verdadeiro que se inicia até certo ponto perto dali, após Jaramataia, também agrestada, sua vizinha. Visitar Batalha e os seus diversos aspectos urbanos é uma alegria que se multiplica em qualquer um dos seus festejos.

E por que não a conhecer?

PARCIAL DE BATALHA (FOTO: B. CHAGAS).

 

  ÁGUAS CONTINENTAIS Clerisvaldo B. Chagas, 20 de outubro de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.981   As águas qu...

 

ÁGUAS CONTINENTAIS

Clerisvaldo B. Chagas, 20 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.981

 



As águas que correm ou se acumulam na superfície das terras emersas, são chamadas de águas continentais. São representadas pelos rios e pelos lagos.

Parte dessas águas se infiltra no solo. Quando encontram rochas, ali se acumulam e o lugar é chamado de lençol freático que dão origem às nascentes, bicas, olhos d´água. Essas são formas que podem originar um rio, porém, o rio pode ser formado pela intensidade de chuvas, pelo derretimento de neve e também pelo transbordamento de lagos.

O trajeto percorrido pelo rio, das nascentes à foz ou desembocadura, constitui o seu curso. O canal por onde ele cava e escorre, damos o nome de leito, cujo ponto mais profundo chama-se talvegue.

Quando seguimos o curso de um rio na direção de suas nascentes, estamos caminhando para montante. Quando no dirigimos rio abaixo em direção à foz, caminhamos para jusante.

Consequentemente, os rios em suas escavações formam vales que são classificados, pelo menos em quatro tipos:

Vale em garganta – O rio escava o leito mais rapidamente de que as modificações das encostas abruptas.

Vale normal – equilíbrio entre as escavações do leito e as modificações das encostas. Formas de vale em “V”.

Vale em calha – A acumulação no leito é maior do que a erosão das encostas. Vale em forma de “U”.

Vale dissimétrico – Caracteriza-se pelas diferenças em suas encostas.

Qual seria, então, o tipo do vale do rio Ipanema?  O rio Ipanema tem muita variação de margens no seu curso. E com certeza o seu curso urbano em Santana do Ipanema demonstra claramente correr em vale dissimétrico. Porém, o rio Ipanema também escorre em vale de garganta, ao margear o povoado Telha, entre Batalha e Belo Monte.

Esperamos que de alguma forma a exposição acima tenha sido útil. Não é preciso gostar da Ciência Geográfica, basta admirar a Natureza de forma como se apresenta. E conhecimento nunca é demais em nossa evolução cultural e humana.

RIO GRANDE (ISTOCK)

 

  IMBUZEIRO DE BETÂNIA Clerisvaldo B. Chagas, 19 de outubro de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.980   Se já era...

 

IMBUZEIRO DE BETÂNIA

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.980



 

Se já era prazeroso sabermos sobre o imbuzeiro comum, imagine saber sobre o maior imbuzeiro do Brasil! Assim como o maior cajueiro do país, o de Pirangi, no Rio Grande do Norte, ouvimos e vimos pela Internet sobre o imbuzeiro de Betânia, Pernambuco. O relato também nos encantou com a narração de uma senhora de voz muito educada e bastante didática. O imbuzeiro é grande e, como o cajueiro de Pirangi, ao invés de crescer para cima, cresceu para os lados, espalhando-se por sua área. É menor do que o famoso cajueiro, mas se houver interesse das autoridades locais, poderá ter fama igual. Segundo o relato da senhora que faz parte da família longeva testemunha do cajueiro no tempo, a existência da árvore é calculada pela família em 300 anos e continua produzindo bons frutos.

As contas vêm desde pessoa da família que viveu mais de 100 anos e já falava do cajueiro que um antepassado também da mesma idade falava. Desde os tempos mais remotos a árvore servia de abrigo para viajantes, tais os ciganos. Vale salientar que não se conhece em outra região do mundo, o imbuzeiro sertanejo nordestino. Os metidos à besta, chamam imbuzeiro de umbuzeiro (Spondias tuberosa). Ele oferece sombra aos animais e gente. Dar seus imbus rico em Vitamina “C”, que pode ser consumido in natura, em forma de doce, de geleia, de sorvete. O imbuzeiro é de fato a árvore sagrada do Sertão. Nunca vimos falar sobre alguém que tenha plantado pelo menos um pé dessa árvore nativa. Quando fazem coivaras (fogo proposital para limpeza do terreno), chamuscam ou matam os imbuzeiros. Um crime!

Suas raízes não são tão profundas. Formam tubérculos que acumulam água, acodem o homem na estiagem e são muito utilizados para se fazer “doce de batata de imbu”. Os tubérculos são chamados popularmente de “cafofas”. É fácil subir num imbuzeiro para coletar seus frutos, sua própria formação facilita a tarefa. O imbu, no lugar onde não existe cooperativa, é vendido nas feiras locais em recipientes de latas com capacidade de um litro. Principalmente, nos tempos de Semana Santa, faz-se muito no Sertão a deliciosa “imbuzada”, tão famosa quanto a canjica. Da nossa parte, agradecemos muito a senhora que narrou sobre o imbuzeiro de Betânia. Uma também deliciosa narrativa.

Ê, Sertão!...

IMBUZEIRO (EMBRAPA).