TEMPO RICO Clerisvaldo B. Chagas, 5 de maio de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.056   O mês de junho para nós...

 

TEMPO RICO

Clerisvaldo B. Chagas, 5 de maio de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.056

 



O mês de junho para nós sertanejos alagoanos, representa muita festa junina e esperança total no campo. Nosso chamado inverno, denominado pelo povo, tem início no outono e tira até o fim do inverno oficial. Portanto, apesar das incertezas dos climas no mundo, já tivemos início do período chuvoso desde o mês de abril, embora com poucas e alternadas chuvas. O mês de maio foi uma ótima alternância de chuva pouca e sol. Isso permitiu que todas as regiões alagoanas mostrassem nesta ocasião um verde cheio de matizes pelo Sertão, Agreste, Zona da Mata e Litoral. Essa chuva pouca e alternada é muito sadia para o campo e nutre esperanças na agropecuária que teremos um ano de fartura e de barriga cheia com se fala por aqui.

Barreiros e açudes estão cheios, o homem do campo cortando terra e plantando com a animação em alta. A Economia da região, em todos os setores não abandonou a certeza de um ano privilegiado. Como somos pobres em indústrias, temos um comércio crente, tanto pelas condições climáticas quanto pelos muitos festejos programados para os próximos dias. Assim, Festa da Juventude, Festa da Padroeira, Festa de Santo Antônio, Festa de São João, Festa de São Pedro e mais tarde, Festa de São Cristóvão, vão semeando com antecedência a mente dos que pensam em dinheiro. Sempre escutamos bombas no meio da noite e foguetes que antecipam a vontade do comportamento junino. São tantas festas que até falta fôlego para a narrativa.

Por outro lado, faz gosto viajar dentro do estado ou caminhar pela zona rural do Sertão. Mato verde, barragens cheias, riachinhos escorrendo, chuva fina nos telhados de argila. E para coroar a alegria sertaneja e agrestina, ordem de continuidade do Canal do Sertão, que pegará nessa etapa a metade da nossa pujante Bacia Leiteira. Melhor do que isso, só no Céu, mas ninguém quer ir agora. O alarme que autoridades falam nos alertas de tragédias de chuvas em Alagoas, talvez seja mais pelo trauma brasileiro do Rio Grande do Sul. Por enquanto, graças a Deus, o tempero do clima em solo alagoano segue um desenho de bondade e fartura que almejamos para todos os irmãos do campo e da cidade, ligados diretamente ao tempo. Ave!

 

 

 

 

 

  AGORA VAI Clerisvaldo B. Chagas, 4 de junho de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3. 055   Infelizmente no Brasil...

 

AGORA VAI

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de junho de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3. 055



 

Infelizmente no Brasil é assim, anuncia-se uma grande obra pública e a mesma só vai ser realizada cinquenta anos depois, quando acontece. Entretanto, parece que poderemos iniciar a alegria da futura comemoração de obra tão relevante para toda a região do Baixo São Francisco, Penedo e Alagoas. Com as promessas dos atuais políticos, o canteiro de obras já teve início no dia 28 do mês passado, pelo menos na margem alagoana do rio. Estão sendo coletadas amostra do solo onde serão construídas as cabeças de ponte. A futura obra está avaliada em 203 milhões de reais e terá    vão de 1.18 km, com 21 metros de largura. As responsáveis pelo fantástico trabalho, seriam as Empresa Astra Leste e A. Gaspar. Pelo menos são essas as informações que surgem em alguns sites noticiosos.

Temos a região do Baixo São Francisco, onde estar localizada a foz, como uma das mais belas paisagens do Brasil. Penedo foi a primeira cidade alagoana e de quebra ainda expulsou os holandeses do seu território. Toda aquela região respira história e deveria melhor ser compreendida e abraçada por todos os que fazem o nosso estado. Certo que a ponte que liga Alagoas a Sergipe foi designada antes para Porto Real de Colégio/Propriá, inclusive, prestando um belíssimo serviço ao Brasil, mas Penedo, tanto pela sua posição estratégica quanto pelo seu histórico, não merecia o castigo do isolamento nem os perigos seculares de balsas que parecem romantismo. Conhecer Penedo e conhecer sua história, é fazer vibrar o sentimento de brasilidade.

Sim, uma nova retomada progressista com certeza irá tomar conta da região de Penedo, retardatária por conta da insensibilidade de muitos. Esperam-se inúmeros empreendimentos de altos níveis que por certo falarão muito alto nessa nova geração de penedenses ávida por coisas novas e encaixes triunfantes do Século XXI. Assim em nosso romance em via de impressão, parte da história da expulsão dos holandeses, de Penedo, está registrada nas páginas de Introdução.

Deixe que a ponte seja feita para que sertanejos como nós possam apreciá-la e exaltar a obra.

PENEDO (STOCK FHOTOS).

  O BURRO DO IGNORANTE Clerisvaldo B. Chagas, 3 de junho de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.054     Os anima...

 

O BURRO DO IGNORANTE

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de junho de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.054

 



 

Os animais possuem algumas sensibilidades e que são percebidas pelos seus possuidores de boa-vontade. Mas o bruto, o ignorante e sem coração, procura levar tudo à base da sua própria ignorância. Ao contemplar agora uma cena pela Internet sobre um muar de patrão, como é chamada a mula de primeira qualidade de outras regiões do Brasil, veio à lembrança de cena acontecida em pleno comércio de Santana do Ipanema, anos 60. Um sujeito boiadeiro, revelado depois como contratante de crimes de morte, era também fazendeiro e gostava de montar em burros. E, diante dos   transeuntes do Comércio santanense, aconteceu a cena, mais ou menos defronte do cine-Alvorada e a antiga e famosa padaria de Leó. (Leovigildo).

O cavaleiro montou defronte o “Bar de Maneca” e instigou o animal em direção ao rio Ipanema, descendo à Rua Barão do Rio Branco. Chegando entre a padaria e o cinema, o burro empancou. O cavaleiro o esporeou. O burro não quis prosseguir e preferiu rodopiar com o cavaleiro.  Este, claramente começou a babar de ódio e a esporear o animal, sem trégua. O burro continuava rodopiando, mas não avançava um palmo na direção que o cavaleiro queria. O povo parava para contemplar a cena de tortura animal. Da barriga do burro, o sangue espanava e escorria perigosamente. Não vimos um só adulto interferir na cena que chocava a população. E o bicho bruto montado continuava sua tortura revoltante por longo período de tempo. Não podemos afirmar o que aconteceu depois, pois foge à lembrança.

Mas é sabido que os muares, principalmente, costumam ver cenas do outro mundo nas suas viagens com montaria. Muitas dessas visões acontecem em beira de riachos com espíritos ou com objetos sobrenaturais. Como o insensível é bruto, tortura o animal na espora desesperadamente e muitos ainda acham pouco e passam a lhe bater com pau na cabeça. E se visse o que estava vendo o burro, seria machão suficiente para disparar numa corrida louca de volta a casa. O trato dos humanos com os animais, ainda está longe da compreensão de simbiose entre ambos.

 

Afinal de contas, quem é o mais estúpido, o que é montado ou o que monta?

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