SOBRE MIM
Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
BACURAU Clerisvaldo B. Chagas, 5 de julho de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.072 A região do Bairro sã...
BACURAU
Clerisvaldo B. Chagas, 5 de julho de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.072
A região do Bairro são Pedro, em Santana do
Ipanema deve ter sido iniciada desde os tempos da Rua, hoje Antônio Tavares, a
primeira de Santana do Ipanema, após o quadro comercial. Um prolongamento da
rua já consolidada. Somente em 1935 ou
37 foi inaugurada a Igreja de São Pedro. “O Bacurau”, ou Escola Batista
Accióly, foi erguida na mesma década da Igreja em tempo revolucionário no
Brasil. Foi ali criada essa escola para os adultos que trabalhavam pelo dia e
não podiam estudar nos dois primeiros turnos. Como essa escola funcionava à
noite, ganhou o apelido popular de “Bacurau”.
Os próprios revolucionários diziam que aquilo fora benefício da
revolução. Continua com a mesma estrutura: um vão apenas (um salão grande)
rodeado de janelas de madeira bruta.
Ainda alcancei o “Bacurau”, como adolescente e
nela estudei particularmente com o professor Agilson que trabalhava no DNER, se
não me engano e, foi assassinado num acidente de trânsito em Maribondo. O
prédio já estava ocioso e a turma grande que ali estudava pelo dia, pagava ao
professor e tentava passar no exame de Admissão à quinta série do Ginásio
Santana. Pior do que um vestibular. Lembro quando o professor, muito
competente, mas um pouco pernóstico, saiu apontando alguns alunos dizendo os
que seriam aprovados no Exame de Admissão. Coisa ridícula que não poderia
dizer, uma humilhação para o restante. Entre os que seriam aprovados, segundo
ele, fui apontado. E de fato fui aprovado.
O “Bacurau” transformou-se em biblioteca de
bairro. Na última vez que andei ali foi para ministrar palestra a uns pequenos
de escola particular, quando falei completo do Bairro São Pedro, onde estava
situada a escola. Porém, fiquei triste com a tão pouca quantidade de livros nas
prateleiras da Biblioteca. E olhe que o salão, quando abertas todas as janelas,
entra uma claridade natural tão agradável que dá gosto se estudar naquele
ambiente. Quanto ao nome Batista accióly, foi como ficou conhecido um dos
governadores de Alagoas e que era filho do Litoral Norte de Alagoas. Ouvi uma
pessoa intelectual (já falecida) dizer que o Accióly seria um médico. Descobri
por acaso que fora governador com esse sobrenome usado na política.
De qualquer maneira o “Bacurau foi também um dos
fatores de impulso do Bairro São Pedro.
ALUNOS EXIBEM UM DOS NOSSOS LIVRO.
O CRISTO DOS ATEUS Clerisvaldo B. Chagas, 3 de julho de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3. 071 Quando o, ent...
O
CRISTO DOS ATEUS
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de julho de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3. 071
Quando o, então, prefeito Genival Tenório
colocou três imagens no Morro do Pelado, Cristo Crucificado, Frei Damião e
padre Cícero, atualizou a denominação do Monte para “Alto da Fé”. O cimo do
serrote recebeu um bar ao lado das imagens que virou lugar suspeito e houve
profanações das três imagens ali colocadas. Frei Damião de verdade morrera no
governo do prefeito Paulo Ferreira que o homenageou com uma pracinha no Bairro
Camoxinga, no centro dispersor de três ruas. No governo do prefeito, Isnaldo
Bulhões, das três imagens profanadas no Serrote do Pelado, foram retiradas
duas. Padre Cícero foi parar em pedestal diante da sua igrejinha no Bairro Lajeiro
Grande. Sábia decisão. A imagem de Frei Damião, foi removida para a praça
construída por Paulo Ferreira em homenagem. Sábia decisão.
Assim, das três imagens profanadas, somente o
Cristo Crucificado permanecia no serrote (pequena serra). Não sabemos dizer
porque o prefeito Isnaldo Bulhões deixou de remover a imagem principal. Mas, no
apagar das luzes do governo Marcos Davi, alguém da prefeitura consultou-me onde
deixar a imagem do Cristo. Apontei o Alto do Cruzeiro, o maior ponto turístico
de Santana do Ipanema e tradicionalmente o monte sagrado de visitas em
multidões de épocas de Semana Santa, o mirante da cidade mais completo e natural.
Lá estavam desde o primeiro dia do Século XX um cruzeiro de madeira marcando
seu início e uma igrejinha construída em 1915. Cristo foi jogado como um lixo,
escondido por trás da igrejinha, Onde as intempéries que já destruíra duas
igrejinhas ali implantadas, destruíam impiedosamente o Cristo desprezado.
Não quero culpar o prefeito Davi, mas pelo
menos ele deveria ter inspecionado o local. E se a imagem do Cristo ainda
estiver no mesmo canto, apelamos para o Departamento de Cultura da atual gestão
municipal, que seja restaurada a imagem e feita as devidas correções (O Boi, a
Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema) como sugere o texto.
Basta um Pôncio Pilatos e um Herodes na história.
Quanto ao Frei Damião, está precisando de mais
atenção para melhorar a sua imagem em uma pracinha que quase foi acabada com
tanta coisa negativa que houve por ali. Também está precisando alguns ajustes
para embelezá-la tornando o trecho mais belo, mais atraente.
CRISTO DESPREZADO POR TRÁS DA IGREJA DO
CRUZEIRO (FOTO: B. CHAGAS).
FESTAS EM SANTANA Clerisvaldo B. Chagas, 2 de julho de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.070 Nos últimos...
FESTAS
EM SANTANA
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de julho de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
3.070
Nos últimos três dias de junho, mesmo pelas
madrugadas a temperatura chegando a 17 graus, o céu afastou as nuvens chuvosas
e voltou ao belíssimo azul de sempre. 29 sendo feriado – não se diz mais Dia
Santo – então o mês de junho passa o bastão para julho que ainda encontra
montanhas de milho em vários lugares da cidade, porém com preço estratosférico.
E assim vamos iniciando o mês da avó do Cristo com muita festa na Rainha do
Sertão. Logo duas em seguida que por certo estarão também comemorando esse ano
de chuvas temperadas com Sol e fartura nos campos. A Festa da Juventude vai do
dia primeiro ao dia nove e, dia 17, a Festa da Padroeira Senhora Santana, para
alegria do povo católico sertanejo. O momento é de Sol, mas o tempo é
imprevisível.
O rio Ipanema continua seco, assim como os
principais da região, Traipu e Capiá, porém a vegetação de todo o bioma está
mais verde do que a bandeira nacional. Uma bênção Divina mesmo nessas
incertezas que o tempo geral nos traz com o aumento da temperatura do Planeta.
Achamos que nem La Niña e nem El Niño, sabem mais o que fazer com os efeitos
estufas que a sociedade moderna produz. Acabamos de chegar de uma observação ao
rio. Só areia e mato, mas em compensação, as margens de barreiras não habitadas
parecem parte da Mata Atlântica com árvores robustas muito verde e fechadas.
Nenhum sinal de novas águas interestaduais e nem de chuvas ameaçadoras na
região. É bom saber que o rio Ipanema vem de Pernambuco.
E no transito entre junho e julho é uma delícia
tomar aquele cafezinho esperto com um pratarraz de canjica feito pela cunhada
Marlene, que consideramos a melhor do mundo. Herança culinária da minha sogra
que era sempre primeiro lugar na iguaria. Marlene continuou a habilidade
junina. Quem já viu se entrar numa igreja e não rezar? Quem já viu São João e
São Pedro sem canjica, pamonha e milho cozinhado? Credo em cruz! Nem nos fale uma coisa dessa! Mas, para
Santana do Ipanema, se fim e início de semestre é período de Festas Emendadas,
vamos emendar. Estaremos lançando aos leitores, cinco livros de uma só vez na
festa de Senhora Santana. Uma festa dentro de outra e que ainda estamos
articulando. Quatro romances de aventura do ciclo do Cangaço e um documentário
histórico sobre Bebedouro/Maniçoba, bairro de Santana. Acho que sou o único
romancista do Brasil a lançar quatro romances de uma só vez. Vamos para as Festas de julho, “cabra véi e
nega veia”.
CÉU DE SANTANA EM 29 DE JUNHO. (FOTO: B.
CHAGAS).
Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.