SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
OCEANOS Clerisvaldo B. Chagas, 24 de outubro de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.134 Vamos pular do Sertão ...
OCEANOS
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de outubro de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.134
Vamos pular do Sertão para os oceanos, cabra
véi, onde o vaqueiro troca os bois pelo navio. Podemos classificar o relevo dos
oceanos da seguinte maneira:
Plataforma Continental, Talude Continental,
Bacia ou Planície Abissal, Cordilheiras Oceânicas Ilhas Oceânicas e Fossas
Oceânicas.
· Plataforma Continental –
Planície oceânica que vai do continente entre 70 a 1000 km mar adentro. Possui
em torno de 200 metros de profundidade.
· Talude Continental –
Declividade após a Plataforma Continental que vai em torno de 3.000 a 5.000
metros de profundidade.
· Planície ou bacia Abissal – bacia
sedimentar com mais de 5.000 metros de profundidade e que vai até as encostas
das Cordilheiras Oceânicas.
· Cordilheiras Oceânicas ou Dorsais
Oceânicas - Elevações ao longo dos oceanos cujo
comprimento total vai até 84.000 Km e uma largura com cerca de 1.000 Km.
· Ilhas
Oceânicas – que se formam no piso do oceano e terminam na superfície.
· Fossas oceânicas – Depressões
alongadas e estreitas com grandes inclinações a partir de áreas de placas
tectônicas.
Essa classificação às vezes muda palavras ou frases, porém,
a essência é esta.
E se por uma parte parece fantástico, por outro também
assusta. Mas não era o que pensava o professor Silvio Bulhões, filho de Corisco
e Dadá que já fora marinheiro. Queria após a vida, suas cinzas no mar. Admirava
muito sua grandeza e queria juntar-se a ela.
As grandes riquezas minerais estão na Plataforma
Continental, como o petróleo, por exemplo, lugar de grandes ambições mundiais
pelo seu conteúdo.
Quem tiver seus navios que vá navegar.
Prefiro o cavalo furando nossas caatingas nordestinas.
MODESTO E FORTE Clerisvaldo B. Chagas, 23 de outubro de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.133 Na época em q...
MODESTO
E FORTE
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de outubro de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.133
Na época em que se construía a estrada de
rodagem, Maceió Delmiro Gouveia, surgiu o povoado Dois Riachos já com um
planejamento futuro de cidade. Ali à margem direita do riacho Dois Riachos,
afluente do rio Ipanema, pela margem esquerda, cresceu e se desenvolveu aquele
núcleo baseado na Agricultura e na pecuária. Foi por muito tempo lugar de apoio
aos visitantes em busca de negócios nas cidades maiores da região. Logo cedo já
possuía um típico hotel sertanejo da época que oferecia conforto e uma boa
culinária regional. Hoje a cidade de Dois Riachos é bastante famosa pela feira
de gado que acontece às quartas, às margens da BR-316. É a melhor feira de gado
de Alagoas frequentada por compradores, vendedores curiosos de todas as cidades
alagoanas, de Sergipe, de Pernambuco que não abrem mão daquela feira
fantástica.
Dois Riachos ainda possui a maior romaria do
padre Cícero do estado de Alagoas e que acontece sempre no dia 20 de julho, dia
de morte do Santo do Nordeste. A grande romaria acontece no lugar a cerca de 2
km, da feira de gado, à margem da BR-316, entre Dois Riachos e Cacimbinhas, na
“Pedra do Padre Cícero”, denominação popular. Ali, por motivo de promessa, foi
erguido um oratório no cimo de um bloco rochoso, em homenagem ao homem do
Juazeiro. É lá onde lançaremos o livro
para os romeiros em julho de 2025, “Padre Cícero, 100 milagres Nordestinos –
Inéditos”, completamente gratuito. Voltando às atrações do município que também
ficou conhecido como “Terra da Marta”, temos os atrativos para quem nem quer
saber de religião, nem de compra e venda de boi.
O Açude do hoje Povoado Pai Mané, representa um
lazer de pesca, culinária e beleza paisagística. O acesso é asfaltado e fica a
um pulo da BR-316. Fora isso, em tempos de cheias, temos a atração do próprio
riacho Dois Riachos que corta a cidade ao meio, pois a outra margem, a esquerda
cresceu bastante em direção à Pedra do Padre Cícero. É bastante larga a calha
do riacho e, as cheias quando volumosas, são atrações vistas da antiga ponte
que foi substituída e saiu de cena da BR, mas hoje serve dentro da cidade. Sua
população é de apenas em torno 10.000 habitantes e tem como padroeiro o Mártir
São Sebastião. Cidade excelente para quem procura descanso ou gosta de
pesquisar de tudo.
Estaremos na próxima semana visitando o núcleo.
PEDRA DO PADRE CÍCERO (FOTO B. CHAGAS)
O MINGAU DO GRUPO Clerisvaldo B. Chagas, 22 de outubro de 2024 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.132 Para a crian...
O
MINGAU DO GRUPO
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de outubro de 2024
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.132
Para a criançada de Santana do Ipanema, o Grupo
Escolar Padre Francisco Correia, no Bairro Monumento, ainda era o melhor lugar
fechado da cidade tanto para estudar quanto para se divertir. Era muito bom
quando dona Prisciliana, já de certa idade, tocava a sineta para o recreio.
Saíamos todos para o enorme pátio ao lado, piso de terra cercado de muretas
baixas. Antes da saída para o pátio recebíamos o lanche da escola que, na
época, era apenas uma caneca de plástico rígido de mingau. Sim, o mingau tinha
uma cor marrom bem clarinha, cheiro bom, mas enjoativo. Às vezes bebíamos.
Outras vezes, após o primeiro gole, derramávamos o líquido sobre a areia do
terreno. Aquilo devia ser bastante nutritivo, mas era enjoativo, talvez pelo
excesso de açúcar.
Isso, aproximadamente em torno de 1954. Dona
Prisciliana era ainda da turma fundadora do Grupo e naquela função: apenas
bater a sineta, puxando num cordão, para o recreio e para o final das aulas.
Viera da fundação desde o ano de 1938. Foi ali onde fui vacinado contra a
“Influenza”, pela primeira vez. Era uma equipe volante da Saúde e lembro bem
apenas de um dos membros da equipe, o senhor José Chagas. A vacina era aplicada
no braço com uma pena de escrever, tipo daquelas que se usava molhando a ponta
de metal num tinteiro. O vacinador arranhava aquele troço na pele da gente e
que deixava para sempre a cicatriz. As bancas compridas de madeira e ferro, cabiam
dois alunos. Se não estiver enganado o recreio durava meia hora. A diversão
para os meninos era brincar de pega, ximbra ou pinhão.
Não estudei no Grupo com minha mãe, que era um
doce de pessoa, mas gostava muito da professora Maria de Lourdes Queiroz. O
grupo finalmente foi reformado no início do Século XXI. Por ali passaram muitos
alunos importantes que iriam se destacar dentro e fora de Alagoas em todas as
áreas, inclusive um futuro governador. O Grupo Escolar Padre Francisco Correia,
estar aniversariando com suas 86 velinhas, este ano. A mesma idade do prédio do
Ginásio Santana, joias da coroa santanense.
Orgulho em ser Nordestino, alagoano sertanejo.
GRUPO POUCOS DIAS APÓS REFORMA. (FOTO: B.
CHAGAS/LIVRO 230).

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.