SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
RUA DOS ARTISTAS Clerisvaldo B. Chagas, 6 de janeiro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.162 Posso dizer qu...
RUA
DOS ARTISTAS
Clerisvaldo B. Chagas, 6 de janeiro de 2025
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.162
Posso dizer que os alfaiates mais antigos que
conheci em Santana do Ipanema, moravam na antiga Rua do Sebo, primeira da
cidade, moravam perto um dos outros. Mas a Rua já ganhara nome oficial de Cleto
Campelo e depois, definitivamente de Antônio Tavares. Eram três alfaiates que
moravam praticamente vizinhos e eram chamados popularmente de Jonas Alfaiate,
Antônio Alfaiate e Quinca Alfaiate. Não eram três artistas? E na mesma rua
havia o flandreleiro Mané Gancho que trabalhava fazendo bicas (calhas) de zinco
e vasos também de zinco de guardar cereais. Manezinho Quiliu, também trabalhava
no mesmo ramo. Quase vizinho, labutava a flandreleira dona Zifina, que era
perita em candeeiro de zinco e de lata.
Ainda havia, o Gerson Sapateiro, cantor e ex-jogador
do Ipanema, o Basto seleiro, o Alfredo forte, sapateiro, O Júlio Pezunho,
fazedor de colchão de capim, o José Limeira, fabricante de malas de madeira. O Antônio Neres, marceneiro. O Cícero de
Mariquinha, cantor. O Claudio Canelão e o pai, sapateiros. O José Lopes,
fazedor de Cachaça e seu Antônio, fazedor de vinagre. Era ou não era a Rua dos
Artesãos, dos Artistas? Muita gente também denominava a via de Rua da Cadeia
Velha e que ficava nas primeiras casas bem perto do Comércio. A Rua Antônio
Tavares era dividida em quatro trechos:
O primeiro, do Comércio ao Beco do Sebastião
Jiló, onde estava situada a Cadeia Velha, hoje, esse pequeno trecho tem outra denominação.
O segundo trecho ia do Beco de Sebastião Jiló até o beco da Salgadeira de
Otávio Magro. Representava uma parte plana e mais baixa. O terceiro trecho ia
da Salgadeira até o Beco de Carrito, representando um trecho plano e mais alto.
E o quarto trecho ia daquele beco até à Rua de São Pedro, pequeno, um pedaço
plano e uma pequena inclinação. Embora o epicentro do mais novo romance AREIA
GROSSA, seja entre as ruas de baixo (Zé Quirino e a São Paulo, alguns
personagens, citados acima, entram no romance do rio Ipanema, com muita honra.
TRECHO DA RUA ANTÔNIO TAVARES EM 2006.. (FOTO:
B. CHAGAS/LIVRO 230).
REBOLE E DÊ UNS PULINHOS Clerisvaldo B. Chagas, 3 de janeiro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.161 Vamos ...
REBOLE
E DÊ UNS PULINHOS
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de janeiro de 2025
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.161
Vamos fazer como os antigos circos que passavam
no Sertão de Alagoas. “A pedido... “ E a pedido vamos recontar a principal
historieta das acontecidas no famoso “Café de Maneca”. Nunca notei seu Maneca
bêbado, mas diziam que ele tomava umas ou outras discretamente, porém, só
demonstrava com certas atitudes que o imortalizaram nas histórias divertidas de
Santana do Ipanema. Na época se usava um tipo de açucareiro de vidro grosso,
tampa de metal na boca estreita do vidro. O objeto ficava na mesa para
facilitar a agilidade em servir ao cliente. Maneca costumava coar o café numa
cozinha recuada, deixando o freguês ansioso por causa do cheiro gostoso de café
fresco, marca AFA, de primeira, misturado com o de segunda.
Certa feita chegou por ali o vereador
denominado pelo povo de Zé Pinto Preto – isso o distinguia de outro Zé Pinto,
branco e chefe local do IBGE. – Pinto Preto sentou-se à mesa e pediu um café.
Maneca respondeu: “Vem já! “ pois ainda iria coar o café. O vereador, enquanto
esperava, começou a colocar açúcar na palma da mão e jogar na boca, várias
vezes. Mas seu Maneca de vez em quando passava o olho de lá da cozinha e via os
atos de Pinto Preto. Nada falava e mantinha à distância. Quando terminou a
coação, botou o café na xícara, desceu da cozinha e colocou a xícara de café na
mesa de Pinto Preto, sem pronunciar uma única palavra. Deixou a xícara e
carregou o açucareiro. Esperando em vão o retorno do objeto, o vereador
esperneou: “Maneca cadê o açucareiro? “
E o proprietário do bar/café, retornando de mãos
vazias, disse na cara do vereador: “Você já comeu o açúcar quase todo que
havia, agora beba o café, rebole e dê uns pulinhos para misturar... “
A propósito, o café de Maneca funcionou vizinho
de cima da loja de tecidos de meu pai, defronte o museu, depois passou a ser
vizinho de baixo. Homem de bem e figura importante no comércio e na sociedade
santanense, Maneca era muito querido em Santana. Quando cerrou suas portas,
passou uns tempos trabalhando na Casa o Ferrageiro, elogiado pelo espírito de
organização e honestidade. Ainda temos cerca de sete ou oito historietas
acontecidas no Café de Maneca, todas já contadas em nossas crônicas. E assim vamos deixando para a posteridade um
pouco da nossa cidade e do Sertão que luta para o seu desenvolvimento.
COMÉRCIO DE SANTANA. (FOTO: B. CHAGAS).
CAMINHADA Clerisvaldo B. Chagas, 3 de janeiro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.160 Estamos revendo fotos...
CAMINHADA
Clerisvaldo B. Chagas, 3 de janeiro de
2025
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
3.160
Estamos revendo fotos significativas que
marcaram eventos importantes no sítio rural Tocaias, hoje, vizinho à Reserva
ecológica Tocaia à cerca de 800 metros do perímetro urbano Sul de Santana do
Ipanema. A Reserva Ecológica atualmente representa uma grande fonte atrativa
dos amantes da Natureza, principalmente alunos de diversas escolas que são
guiados pelos mestres e escritores conscientes. E ainda no sítio rural Tocaias,
a Igrejinha das Tocaias, ermida solitária de beira de estrada, cuja história
bicentenária foi resgatada por este autor e se encontra originariamente em
cordel no folder “igrejinha das Tocaias”. Depois, em 20 Edição,
novamente em versos. Em seguida, 30 Edição em prosa e 40 Edição,
em parceria, prosa e com acréscimos sociais. Posteriormente, a “Igrejinha das Tocaias”
saiu com o original nas páginas do maior documentário histórico jamais
produzido no município, O BOI, A BOTA E A BATINA, HISTÓRIA COMPLETA DE SANTANA
DO IPANEMA.
A Igrejinha da Tocaias, vizinha à Estação
Ecológica Tocais, São dois atrativos turísticos, tendo agora o terceiro ponto
turístico, quase vizinho, que é a Represa do riacho João Gomes. Quando terminar
as obras da Estátua de Senhora Santana no topo da serra Aguda, também vizinha
as outras três atrações, teremos o “Quarteto Turístico de Santana do Ipanema”,
zona rural, praticamente em um só lugar e de fácil acesso. A Igrejinha das
Tocaias está sempre visitada por pagadores de promessas e curiosos. A Estação
exige ordens do proprietário para uma visita.
Todos os anos, um grupo de abnegadas pessoas
religiosas, faz uma caminhada até a Igrejinha das Tocaias, saindo com a charola
de uma santa, desde a Igreja Matriz de São Cristóvão, no Bairro da Camoxinga.
Não temos certeza, mas nos parece que é com a imagem de Nossa Senhora de
Fátima. O percurso da caminhada com cânticos e louvores, está entre três e
quatro quilômetros, saindo do centro, percorrendo parte dos Bairros Domingos
Acácio e Paulo Ferreira (antigo Floresta). Mesmo agora no início do ano, já têm
pessoas se preparando para o mês de maio, quando acontece a caminhada. O
padroeiro da Igrejinha, Ermida ou Capela, é São Manoel da Paciência. A abnegada
zeladora chama-se Maria José Lírio.
FLAGRANTE PARCIAL DE UMA DA CAMINHADAS, A DE
2024.

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.