SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
O PÃO E FARINHA Clerisvaldo B. Chagas, 22 de janeiro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.173 Posso, pessoal...
O PÃO
E FARINHA
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de janeiro de 2025
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.173
Posso, pessoalmente, dizer como foram
importantes para o Sertão alagoano e para o interior de todo o Nordestes na
década de 60, o pão e a farinha. É verdade que no Sertão alagoano os dez anos
da década falada acima, foram de uma riqueza nunca vista. Todos os dez anos
foram de bons invernos, a ponto de o próprio povo, satisfeitíssimo nas ruas,
exclamasse espontaneamente: Bem que o
padre Cícero falava que o Sertão iria virar mar e o mar virar Sertão. Isso
não queria dizer, porém, que não tivesse pobreza. Tinha sim. Muita pobreza. A
padaria, sempre a primeira indústria de lugar pequeno, foi importante ao
extremo para a classe média, mas também o refrigério da pobreza. O remédio de
urgência da fome era o pão nas mais variadas formas: francês, crioulo, doce,
carteira, alagoas ou mesmo em outra forma de massa como o bolachão.
Por outro lado, a farinha de mandioca, então, o
produto do almoço mais barato da época, foi o grande socorro do pobre fixo e
dos inúmeros mendigos que pareciam fazer filas nas ruas sertanejas. E sendo o
produto mais acessível, 90% das esmolas nas residências, era farinha de
mandioca. Riquíssima em carboidratos, foi sempre usada pelo pedinte misturada
com água para pequenos bolos puros para tapear a fome. E se o pão já era usado
na Antiguidade como produto básico, continua sendo no Século XXI. E a farinha
que vem desde os tempos de nossos avós e bisavós foi o destaque do uso da
mandioca das casas de farinha de Sertão e Agreste. Fez parte do prato típico
sertanejo: feijão, arroz e farinha.
Ao entrar o ano de 1970, acabou-se o MAR do
Sertão. Uma seca feroz tomou conta do semiárido, a fome, apertou geral e
novamente a farinha de mandioca e o pão voltaram como os primeiros socorros. É
de notar que no final do Século XX, muitas regiões produtoras de mandioca,
deixaram de plantar e as novas casas de farinha cerraram suas portas, no
Sertão. Entretanto, houve como compensação, movimentos organizados nos
Agrestes, por essa industrialização. Em Alagoas é famosa a chamada farinha de Sergipe, branca, torrada e
fininha. Mas já existe uma farinha de Arapiraca, fininha, torrada, amarelada e
altamente gostosa que vem fazendo um sucesso danado por onde chega.
Nordestino sem farinha! Oxente! Onde já se viu?
BREVEMENTE ESTAREMOS OFERECENDO NOSSOS 4 ROMANCES, INÉDITOS, PELA INTERNET, PELOS CORREIOS E SEM FRETE
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RIO IPANEMA Clerisvaldo B. Chagas, 20 de janeiro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.172 O maior rio bi est...
RIO
IPANEMA
Clerisvaldo B. Chagas, 20 de janeiro de 2025
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.172
O maior rio bi estadual que corta Alagoas é o
rio Ipanema. Com, aproximadamente, 220 Km de extensão, banha as cidades de Poço
das Trincheiras, Santana do Ipanema e Batalha. Suas nascentes estão localizadas
na serra do Ororubá no município pernambucano de Pesqueira. O seu DELTA, isto é,
sua foz, seu desaguadouro é em forma de delta, interrompida pelo morro/ilha de
Nossa Senhora dos Prazeres, no povoado Barra do Ipanema, no município de Belo
Monte. Ao penetrar em Alagoas, o rio Ipanema chega pelo município de Poço das
Trincheiras, no lugar chamado povoado Tapera, onde recebe seu primeiro afluente
em território alagoano, vindo do solo de Pernambuco, de Itaíba e, também
chamado riacho Tapera.
O rio Ipanema, é um rio periódico ou
intermitente, isto é, seca completamente durante uma parte do ano e em outra é
alimentado por chuvas torrenciais. Possui uma rede hidrográfica com vários
afluentes importantes, como o riacho Camoxinga em Santana do Ipanema e o rio
Dois Riachos que banha a cidade com o mesmo nome. Sua calha em Alagoas alcança
facilmente os 100 metros de largura e nas suas grandes cheias rasga o rio São
Francisco ao meio no povoado Barra do Ipanema. Muito mais temido no povoado da
sua foz de que o próprio São Francisco. Além das três cidades citadas acima, o
rio Ipanema ainda banha vários povoados em Alagoas como (Tapera, Quandu, Tapera
do Jorge, em Poço das Trincheiras);
Fazenda Nova, Poço da Cacimba, Olivença);
(Capelinha, Major Izidoro); (Funil, Saúde, Timbaúba, Batalha); (Telha, Poço do Marco, Dionel
e Barra do Ipanema, Belo Monte).
O rio Ipanema, forma no Sertão de Alagoas, um
trio que comanda a parte hídrica do semiárido com seus rios menores, riachos e
riachinhos, irrigando as terras secas do médio Sertão e do Alto Sertão,
despejando na pujança do São Francisco. É o trio: rio Traipu, imediações de
Minador do Negrão; Ipanema, Sertão Médio de Santana do Ipanema e rio Capiá,
comandante do Alto Sertão. O rio Ipanema cheio é maravilha! Rio Ipanema seco, é
jardim. É fornecedor de lenha, de pasto, de caça, de ervas medicinais, de
madeira para móveis, de juncos para colchões, de água de cacimbas, de argila
para artesanatos e para construções, assim como a areia grosa, média e fina.
É o mais importante acidente geográfico de
Santana do Ipanema.
IPANEMA, CHEGANDO ÁGUA. VISTO POR CIMA DOS
TELHADOS.

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.