SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
RUA NOVA Clerisvaldo B. Chagas, 27 de janeiro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica:3.176 Não conseguimos saber ...
RUA
NOVA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de janeiro de 2025
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:3.176
Não conseguimos saber qual foi o prefeito e em
que ano foi aberta a Rua Nova. Sabemos que quem deu o nome oficial à rua, foi
o, então, prefeito Firmino Falcão Filho – Seu Nozinho (ô) – de Benedito Melo.
Benedito Melo fora comerciante em Santana do Ipanema nos anos 20. Era ainda o
prefeito quando Lampião invadiu o município, mas não entrou na cidade, em 1926.
A Rua Nova recebeu o nome oficial aproximadamente em 1949. Tudo leva a crer que
a via tenha sido construída na década de 30 para a década de 40. Nasceu ali o
autor desta crônica em 1946 e logo foi morar na rua de baixo, a Antônio
Tavares, primeira de Santana. O povo nunca chamava a rua pelo nome oficial,
somente de Rua Nova, como até hoje.
A Rua Nova era uma via de classe média e fora
uma ou duas bodegas, só havia residências. Enquanto a rua de baixo era a Rua
dos Artesãos, dos Artistas, a Rua Nova tinha um grau a mais no status, porém, era uma rua muito calma e
jamais teve a movimentação da meninada e geral da rua de baixo, Antônio
Tavares. Mas de 500 em 500 metros havia um músico de instrumentos de sopros
SAX, CLARINETE, TROMBONE e até mesmo expert
em TAROL o que era o caso de Petrúcio, funcionário dos Correios e estudante
do Ginásio Santana. Sem contar que a rua já possuiu mais de uma escolinha de
música. Entretanto, teve uma fase que já foi chamada Rua da Fofoca. Ocasião em
que grupos de mulheres sentadas na calçada em roda, falavam de Deus e do mundo.
Diziam até que ninguém queria deixar a roda primeiro para não se alvo das
línguas grandes das colegas. Nem todas donas de casa participavam disso, porém,
como moravam na rua...
Geograficamente, a Rua Nova parecia marcar um
equilíbrio social entre as moradas do Bairro Monumento e da Rua Antônio
Tavares. E mesmo aqueles intensos movimentos de cavaleiros dos sítios rurais
para a feira do centro da cidade, aos sábados, evitavam a Rua Nova por isso ou
por aquilo e a agitação acontecia pela Antônio Tavares, que somente veio a ser
premiada por calçamento, faltando cerca de 30 anos para o Século XXI. O nome
titular da Rua Nova, Benedito Melo, também era conhecido por Beneguinho.
E chega por hoje.
INÍCIO DA RUA NOVA, À DIREITA DA PRAÇA. (FOTO:
B. CHAGAS/LIVRO 230).
FOI NO MONUMENTO Clerisvaldo B. Chagas, 24 de janeiro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.175 Sem lugar cer...
FOI NO
MONUMENTO
Clerisvaldo B. Chagas, 24 de janeiro de 2025
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.175
Sem lugar certo para aglomeração de autoridades
em momentos cívicos, em Santana do Ipanema, em 1959 o Prefeito Cultura Hélio Cabral construiu no primeiro andar da
Sorveteria Pinguim o palanque oficial do município. A Sorveteria Pinguim fora
construída do outro lado da rua Defronte a Igrejinha/monumento de Nossa Senhora
da Assunção. O proprietário daquele ponto comercial, o senhor Firmino Falcão
Filho, Vindo de Viçosa e, senhor de terras em Santana do Ipanema, passou a ser
conhecido como “Seu Nozinho (ô) e chegou a ser prefeito nomeado do município.
Sem dúvida nenhuma, a Sorveteria Pinguim, passou a ser um ponto de referência
importantíssimo em Santana, enquanto seu proprietário virou um carnavalesco
inusitado.
Ali no primeiro andar da Sorveteria Pinguim, a
partir da sua inauguração, políticos e mais políticos fizeram os mais
diferentes tipos de discursos durantes décadas. Mas em nossa opinião, os
melhores e de efeitos práticos para a nossa população, foram os discursos de
comemorações tantos da chegada da energia de Paulo Afonso, quanto o da água
encanada de Belo Monte. Um acabava com a
escuridão em Santana que durou quatro anos, o outro exaltava a chegada da água
do São Francisco, através de canos, vinda de Belo Monte (atualmente, de Pão de
Açúcar). As duas gigantescas vitórias do povo santanense aconteceram na década
de 60 com os mesmos altos e baixos de como se conhecem hoje, ambos os serviços
Sobre a chegada da água do São Francisco, maior
vitória de lutas da cidade, tinha antes o abastecimento do líquido, retirado
das cacimbas do leito seco do rio Ipanema. A maioria da população era
abastecida através de jumento com ancoretas de madeira. Havia mais de cem
jumentos na cidade prestando esse tipo de serviço, com seus tangedores chamados
botadores s d’água. Daí o surgimento
da estátua do jegue, polêmica no início, sucesso e cartão postal depois. Quanto
ao senhor Nozinho (ô), foi prefeito por pouco tempo, sendo nomeado pelo
governador Silvestre Péricles – que também era governador nomeado – e construiu
a ponte sobre a foz do perigoso riacho Camoxinga, ainda hoje servindo a
população urbana. Quem pediu a sua nomeação ao governador, foi o, então,
Coronel Lucena que foi prefeito eleito, após Seu Nozinho, deputado e prefeito
de Maceió.
A FEIRA É DO POVO Clerisvaldo B. Chagas, 23 de janeiro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3.174 A feira livr...
A FEIRA
É DO POVO
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de janeiro de 2025
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
3.174
A feira livre de Santana do Ipanema, acontece,
principalmente aos sábados. Foi sugestão de um dos seus fundadores e primeiro
padre do município, Francisco Correia. No século passado, houve necessidade em
ser acrescentado mais um dia de feira-livre e Santana do Ipanema passou a ter
duas feiras semanais. A principal, aos sábados e, a complementar às quartas.
Nos dias atuais, entretanto, não oficialmente, se encontra feira-livre em
Santana todos os dias. E hoje, quarta-feira (22) fomos para uma vistoria
informal por ali. O que mais nos chamou a atenção foram aqueles tipos de
guloseimas encontradas nas bancas, no passado e que haviam desaparecido por
décadas seguidas. E agora você já as encontra de volta, lembrando os diversos
lugares de Arapiraca que nunca abandonaram a tradição.
Desde o governo municipal passado que já se
falava em mudar a tradicional feira do sábado, do comércio para o Bairro Lagoa
do Junco. Houve muito zum-zum-zum, dos comerciantes que prometiam resistir o
que seria uma nova ordem. Entretanto, nesta gestão, ainda não se sabe como
ficará a feira. Como em todas as coisas, existem as vantagens e as desvantagens
de uma possível mudança geográfica. Mas, é bem possível que haja um diálogo
mais profundo entre os interessados. Porém, interessante também se o povo em
geral fosse ouvido. Enquanto isso, vamos passeando na feira da quarta com os
olhos nas novidades, talvez, encontrando o que estávamos procurando encontrar
em outras cidades.
Entretanto, vimos as condições deploráveis do
Mercado de Cereais, construído ainda no governo Adeildo Nepomuceno. Estar
precisando de uma ampla reforma e que não achamos fácil de fazê-la, pois ocupa
uma faixa, estreita e cumprida, no Bairro Monumento – para onde a feira se
estendeu – e não tem mais terreno pelas laterais para acontecer a reforma. O
prédio é feio que só um urubu e, desgastado e imundo mais ainda. Não sabemos se
existe algum projeto municipal ou particular para a construção de um novo
Mercado de Cereais em outro local e que seja compatível com a arquitetura do
bairro mais sofisticado da cidade, mais higiene, eficiência e conforto aos
usuários. O prédio pode nada representar para quem é de fora, mas para nós que
torcemos pela nossa urbe, hoje representa vergonha, assim com temos também da
atual rodoviária em ruínas.
MERCADO DE CEREAIS (B. CHAGAS).

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.