SOBRE MIM

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.
A ÓTIMA NOTÍCIA Clerisvaldo B. Chagas, 29 de abril de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.693 Adquirido pe...
A ÓTIMA
NOTÍCIA
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de abril de 2022
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.693
Adquirido pela UFAL – Universidade Federal de Alagoas, o
terreno onde funcionava o Campo do Ipiranga, defronte o Hospital Dr.Clodolfo Rodrigues de Melo, demorou, mas
construiu o seu Campus do Sertão da Universidade Federal de Alagoas. O
belíssimo complexo já foi inaugurado e suas aulas estão asseguradas no Bairro
Paulo Ferreira com os cursos de graduação em Ciências Contábeis e Ciências
Econômicas. Esperava-se um boom de desenvolvimento no bairro após o hospital, o
que de fato aconteceu. Agora a expectativa é que o bairro desenvolva ainda mais,
tanto por causa dos ensinamentos da escola quanto do funcionamento da sua
própria estrutura que atrairá restaurantes, lanchonetes, dormitórios, e
investimentos pelos empreendedores locais.
Naturalmente novos cursos surgirão na UFAL, atraindo mais
universitários para Santana e para o bairro. Acima do Hospital saiu conversa a
respeito de uma Escola Superior de Direito. Ainda chegou a ser construída
pequena estrutura em um loteamento particular, mas o assunto morreu, pelo menos
pela Imprensa local. Os Cursos Superiores estão bem distribuídos no espaço
Santanense. Isso permite às autoridades dirigir políticas públicas para esses
locais. A UFAL está na parte alta do Bairro Paulo Ferreira, defronte ao
Hospital; a UNEAL na chã do Bebedouro/Maniçoba, entrada/saída de Santana em
relação à capital; e IFAL, no Bairro Isnaldo Bulhões, saída para Olho d’Água
das Flores, muito embora não seja sede própria.
Como foi dito no início, as obras físicas da UFAL, chamam
atenção no Alto da Cajarana, pela sua arquitetura e beleza o que conta muito
para visitantes, curiosos e alunos, encaixando-se além disso em atrativo
turístico bem perto da serra Aguda e da Reserva Tocaia.
PARCIAL DA UFAL APÓS A CERCA. (FOTO: IRENE CHAGAS).
COMPRANDO PELES Clerisvaldo B. Chagas, 28 de abril de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.692 Sentindo dificul...
COMPRANDO PELES
Clerisvaldo B. Chagas, 28 de abril de 2022
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.692
Sentindo
dificuldades para arranjar um encosto de lona para uma cadeira de balanço,
lembrávamos que o usuário dos anos 60 utilizava pele de animal selvagem. Eram
comprados com certa facilidade, a pele de onça, raposa e gato-do-mato, também
chamado jaguatirica. Não havia ainda a proibição dessa matança por aí, embora
nos anos 60 não se falasse mais na existência de onça, quando muito, uma onça de
bode, onça parda ou suçuarana, mas já muito distante do nosso Médio Sertão. Os
caminhoneiros traziam a pele de onça de outros estados, devido às encomendas. Todo
o sertão vendia os produtos. Em Santana do Ipanema mesmo, havia um armazém de
couros e peles onde atualmente é a Casa Lira. Pertencia ao cidadão ausente Jacó
Nobre e, o homem rouco Antônio Baixinho, tomava conta.
Havia
(ainda há) também um armazém de venda de couros e peles, construído no final da
Rua Barão do Rio Branco. Sendo o último da rua, às margens do Ipanema, está
sempre ameaçado por ele em épocas de cheias. Foi edificado pelo saudoso Firmino
Falcão Filho (o seu Nouzinho) comerciante e fazendeiro que também foi prefeito
do município. Geralmente esse tipo de armazém fedia pra danar, embora os que
neles trabalhavam já estavam de narinas viciadas. O preço do couro ou pele,
nunca procuramos saber, mas bastava encomendar e tinha o produto. As leis foram chegando e endurecendo à atividade
que ou ficavam apenas na venda de couro de animais domésticos ou vendia o
prédio.
Essa
atividade enricou a muita gente, inclusive ao coronel Delmiro Gouveia.
Virgulino Ferreira, antes de ser o Lampião, já transportou couros e peles para
Gouveia. Nunca, porém, fizemos pesquisas a respeito da rentabilidade em Santana
do Ipanema. A curtição do couro na terra de Santa Ana acontecia nos curtumes do
Bebedouro/Maniçoba no poço do Escondidinho. Muita gente trabalhava nessa
atividade que abastecia as fabriquetas de calçados da região. E voltando ao
couro curtido silvestre, o último que vi recostado em cadeira de balanço foi na
casa do ex-vereador Cleto Duarte e dava-me impressão que fosse de raposa
escura. Quanto a sua durabilidade, morre o usuário e fica o couro por gerações
e gerações.
ARMAZÉM
ANTIGO DE COUROS E PELES, O ÚLTIMO DA RUA BARÃO DO RIO BRANCO, EM 2013. (FOTO:
B.CHAGAS/LIVRO 230)
BEBEDOURO MANIÇOBA Clerisvaldo B. Chagas, 27 de abril de 2022 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.691 Situadas a cerca de...
BEBEDOURO MANIÇOBA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de abril de 2022
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.691
Situadas a cerca de 2, 3, km do Centro de Santana do Ipanema, essas duas localidades, rio abaixo, fazem parte das primeiras formações do município. No geral são duas ruas compridas e contínuas que sempre sofreram de isolamento. Somente no governo Paulo Ferreira, essas comunidades começaram ter alguma chance de progresso. Tudo muito devagar, água, luz, calçamento e os combates constantes da saudosa líder comunitária Dona Joaninha. Vale salientar, que o time Ipanema Atlético Club passou uns tempos jogando por ali enquanto fazia qualquer coisa no seu Estádio próprio. Ultimamente essa região ganhou acesso asfáltico enchendo de esperanças os seus moradores. Bebedouro, porque era a região onde o gado bebia. Maniçoba, porque ali proliferava a maniçoba, planta que também produz uma espécie de borracha.
Antigamente,
anos 60-70, as duas ruas também se comunicavam com a BR-316, através de um
corredor de aveloz indo sair por trás da UNEAL. Uma pequena ladeira saindo das
ruas, pega uma chã muito boa que chega até a BR. Pois bem, Bebedouro e
Maniçoba, propriamente ditos, já deram o que podiam nessas partes baixas. O
progresso estar chegando fortemente na chã onde antes era o corredor de aveloz
que virou estrada e encontra-se lotado de habitações e mais: UNEAL, Batalhão de
Polícia, Escola Modelo, conjuntos residenciais, repartições públicas e agora o
Complexo Nutricional Dr. Isnaldo Bulhões Barros, dão uma dinâmica forte naquela
saída/entrada de Santana do Ipanema. É bom saber que essa região da chã também
fazia e faz parte do Bebedouro/Maniçoba.
As
duas ruas de baixo, estão localizadas às margens do Ipanema onde encontramos o
poço do Escondidinho. Um pouco rio abaixo encontra-se a estreita foz do riacho
do Bode. Como não se houve falar em sangramento do açude, o trecho do riacho
após o paredão até o Ipanema, só serve praticamente para levar as enxurradas
das águas pluviais e servir de avenidas a Calangos e preás espertos. O primeiro
documento sobre Santana do Ipanema, fala da Maniçoba, de venda de terras e
gado, cujo vendedor deixou a Maniçoba e foi morar em Olho d’Água da Cruz,
antigo Poço das Trincheiras. Assim é nossa terra. Assim é o progresso.
COMPLEXO
NUTRICIONAL DR. ISNALDO BULHÕES BARROS (FOTO: FELIPE VIEIRA/AGÊNCIA ALAGOAS).

Sou Clerisvaldo B. Chagas, romancista, cronista, historiador e poeta. Natural de Santana do Ipanema (AL), dediquei minha vida ao ensino, à escrita e à preservação da cultura sertaneja.