QUANDO VIER A PRIMAVERA Clerisvaldo B. Chagas, 1 de setembro de 2023 Escrito Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.955   Não...

 

 

QUANDO VIER A PRIMAVERA

Clerisvaldo B. Chagas, 1 de setembro de 2023

Escrito Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.955

 



Não lembro o que estava fazendo naquela manhã ensolarada, mas o bancário Ulisses Braga, do Banco do Brasil, convidou um resumido grupo de adolescentes, para ir até a AABB – Associação Atlética Banco do Brasil. O clube, relativamente novo, era inalcançável para o restante dos mortais que não fossem bancários, principalmente pela arrogância de uma madame que se achava acima do mundo cotidiano. Ulisses, bancário sem frescura, altamente inteligente e conversador, não mostrava, mas descrevia as maravilhas do computador, uma novidade ainda e, para poucos. A rotina ainda era a máquina de datilografia. Ficávamos encantados com aquela narrativa de Ulisses sobre o PC. Depois ele começou a passar belas canções musicadas e de bom gosto. Entre elas estava uma que nunca esqueci: “Quando Setembro Chegar”.

O bancário casou depois com uma filha do comerciante Abilio Pereira. A madame chata (Deus lhe perdoe os pecados) está hoje passando maus momentos, segundo o povo. Ulisses foi embora de Santana e que também viera de fora e, nunca mais tive notícias sobre ele. Mas, a música “Quando Setembro Chegar”, iluminou muito a minha vida. Foi como se dissesse: o amanhã será muito melhor do que hoje. Sol, Flores e perfume após inverno cinza e rigoroso.       

Chegou o mês de setembro, em breve virá a primavera, trazendo esperanças e bondades para o interior de todos nós. É o globo inteiro aguardado “quando a primavera chegar”. Vamos ouvir as duas páginas musicais?

Atualmente nem posso falar em ausência de computador. Meu companheiro de todas as horas, facilitador dos nossos sentimentos. Quanto vale uma cena despretensiosa, simples, humana, para o futuro de nossas vidas! São marcos gravados a fogo que iluminam as nossas almas nos momentos mais difíceis. Lembranças que nos emocionam e nos trazem lágrimas de felicidades há muitos recolhidas. E quanto mais distante da terra que nos viu nascer, mais profundos realçam os sulcos felizes do passado, onde não nos interessa o porão das humilhações que são partes robustas do nosso aperfeiçoamento nesta encarnação.

Deixe a lágrima fluir....

Quando a primavera chegar...

SERTÃO PRIMAVERA (AUTOR NÃO IDENTIFICADO).

 

  E AGORA? Clerisvaldo B Chagas, 30de agosto de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.954   Seguindo rigorosamente a...

 

E AGORA?

Clerisvaldo B Chagas, 30de agosto de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.954



 

Seguindo rigorosamente a tradição, agosto foi mês de frio e das últimas chuvas do nosso inverno sertanejo alagoano. Dias mais, dias menos da primeira quinzena, “últimos tamboeiros do inverno”, segundo o saudoso poeta, Rafael Paraibano. O Sol mais fraco reinicia o domínio e logo robustece o “pega fogo” Mesmo faltando alguns dias para a Primavera, o inverno já foi consolidado dentro das previsões dos “profetas das chuvas” que não erraram em nada. Observar o mundo, o clima no Hemisfério Norte, as ações naturais na terra, o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, enchentes, incêndios e o blábláblá dos homens. Pelo menos até agora, o boi está de barriga cheia e provoca o suspiro de alívio da Agropecuária. A safra foi colhida ou falta pouco e, o restante do ano, nós sertanejos raiz, entregamos tudo nas mãos do Senhor dos Mundos.

A frieza foi enfraquecendo e, como se diz por aqui: “O verãozão tá pegado”. Logo cedo, mesmo antes da barra do dia, alguns tipos de pássaros começam os remexidos nos ninhos com seus chilrear urbano. E quando o relógio marca 5.15 começa a surgir a tímida claridade de um novo amanhecer. As portas estão cerradas, as ruas estão desertas, os gatos ainda dormitam antes do reconhecimento diurno, cujo lixo de recolhimento é atração instintiva. Apagam-se as últimas luzes dos postes. Não passam mais os bandos do Espanta-boiada, como nas madrugadas chuvosas. Vozes se aproximam... São dos primeiros corajosos à caminhada antes da barra. Começa o preparo do cuscuz fumegante, do café gostoso do novo dia de inverno sem chuva.

Assim o mês “perigoso” de agosto vai chegando ao fim. Perigoso porque ficou estigmatizado por ter acontecido grandes tragédias nacionais em trechos dos seus trinta e um dias.

 Já o meu pai que nascera em agosto, celebrava aniversário e Dia dos Pais, muito próximos. Dizia gostar muito do mês de nascimento e que “agosto era igual a todos os outros”. O que geralmente pensamos é que, passado esse período, estamos praticamente no final do ano, quando todas as atenções da economia do país começam a se mexer muito cedo visando Natal e Ano Novo. E sobre o tempo, deixe que venha o El Niño, as previsões sobre as coisas do céu. Tudo é de Deus.

CÉU DO MANHECER EM 22 DE AGOSTO, 5.15 HS, EM SANTANA DO IPANEMA (FOTO: B. CHAGAS).

 

  DIA DO RIO IPANEMA Clerisvaldo B. Chagas, 29 de agosto de 2023 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.953 Ao jornalista Fe...

 

DIA DO RIO IPANEMA

Clerisvaldo B. Chagas, 29 de agosto de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.953

Ao jornalista Fernando Valões

 



O “Dia do Rio Ipanema” foi criado pelo idealizador e escritor Clerisvaldo B. Chagas, na época, um dos fundadores da AGRIPA – Associação Guardiões de Rio Ipanema, com sede em Santana do Ipanema, Alagoas. A ideia foi endossada pela AGRIPA, apresentada a Câmara Municipal de Vereadores, Tácio Chagas Duarte, votada, aprovada e transformada em Lei. Então, o “Dia do Rio Ipanema”, ficou oficializada como “21 de abri”, em 2014. O escritor foi inspirado pelo “Dia do Rio Piracicaba”, comemorado em Piracicaba, São Paulo. Governava o município alagoano o gestor Mário Silva. A comemoração anual ainda é insipiente, sem a força e a pompa que deveria ser, por parte das autoridades, sobre o “Pai de Santana”. Sem ele, Santana não existiria.

A data foi escolhida porque abril é um mês pouco chuvoso e além disso não precisaria criar-se um novo feriado no município porque já era Dia de Tiradentes, antigo feriado nacional. Rio periódico ou intermitente, passa a maior parte do ano seco e beneficia a população desde os tempos indígenas. Já forneceu argila para o fabrico de tijolos e telhas, areia para construções, água para matar a sede e gasto doméstico, pasto para diversos tipos de gado, juncos para fábricas de colchões, lenha para fogões, madeira para carro de boi e móveis, inúmeros tipos de ervas, arbustos e árvores medicinais, pedras para decoração, caça, peixe, crustáceos e banhos em correntes, poços e cacimbas. Cheio só fornece água. Seco, uma diversidade enorme.

Nunca foi olhado com olhar de amor, pelas autoridades, mas como o grande receptador de dejetos. Quem sabe se daqui para frente, com a política do governo federal pelo meio ambiente, desperte alguma coisa de bom, daqueles que estão vivos graças aos inúmeros favores prestado aos seus pais, avós e demais familiares! Por falar nisso até agradeço ao escritor Fernando Valões por ter citado positivamente meu nome no seu livro “Santana do Ipanema, Sua Origem”, páginas 4, 187 e 188 e, ao outro amigo que tem três página do seu livro, sobre a história da cidade de Batalha, referindo-se ao nosso trabalho literário “Ipanema um Rio Macho”.

Que saudade dos banhos no Poço dos Homens!

Ipanema, pai dos pobres... E dos arrogantes.

GAZETA DE ALAGOAS ENTREVISTA ESCRITOR CLERISVALDO NO RIO IPANEMA, SECO.