LAMPIÃO
CONTRA O MATA SETE (V)
Clerisvaldo B.
Chagas, 6 de julho de 2012.
Crônica
Nº 813
Lampião, em barro. |
Respondendo
ainda
ao Capítulo 8 do livro “Lampião contra o
Mata Sete”. Zé Lucena criou fama
perseguindo bandidos, desde 1918, em Alagoas. Com a revolução de 30 continuou
fiel ao governador e acabou preso acusado de desviar dinheiro da Caixa
Beneficente da Guarda Civil. Muito sereno, provou sua inocência, foi solto e
passou a ser homem de confiança do governador. Assumiu o comando do 2º Batalhão
de Polícia com sede em Santana do Ipanema, criado para ser o centro de
operações contra cangaceiros. Foi ele quem escolheu seus homens a dedo. Recebeu
carta branca contra cangaceiros, ladrões de cavalos, arruaceiros e malfazejos
em geral que atormentavam a sociedade. Em Santana incorporou-se ao social
fazendo dupla com o padre Bulhões, os dois homens mais prestigiados de todo o
interior. Brincava carnaval com os comerciantes locais e participava ativamente
de todos os movimentos em prol do progresso de Santana. Foi prefeito dessa
cidade, deputado e prefeito de Maceió. Tem razão o juiz Pedro de Morais quando
diz em citação de Archimedes na página 186: “(...)
Lucena foi um militar probo, valente, e seus feitos de glória honraram a briosa
Força Pública das Alagoas, pela retidão de seu caráter, no mister de valoroso
guerreiro, cumpridor de seus afazeres. (...). O resto da citação é loucura.
Zé Lucena foi um dos mais valentes comandantes do Nordeste à caça de
cangaceiros. Deu o prazo de 15 dias para a entrega da cabeça de Virgolino pelas
volantes alagoanas e, o prazo foi cumprido.
Quem fala que Lucena era covarde porque matou inúmeros bandidos em cova
aberta ou não, ainda não apresentou um nome sequer de algum comandante de
polícia ou volante candidato a santo. Estamos aguardando. Esperem mais detalhes
do seu caráter logo, logo em “Lampião em
Alagoas”.
Lucena hoje é nome da
avenida principal da cidade de Santana do Ipanema e do 7º Batalhão de Polícia
sediado nessa cidade de cinquenta mil habitantes, “Capital do Sertão” de
Alagoas. Zé Lucena sempre reconheceu as estratégias militares de Lampião, pois
brigara com ele desde o tempo em que Virgolino era capanga dos Porcino (Antônio,
Manuel e Pedro). Por outro lado, Lampião tinha um cuidado especial com Lucena,
pois já provara da sua coragem e ferocidade nos combates. Desafiar Lucena não
era tarefa para qualquer um, tanto que após a instalação do Batalhão em
Santana, Virgolino nunca mais ali passou por perto. Querer tirar os méritos do
morto Lucena, é querer fazer o que o juiz Pedro de Morais quer fazer com
Lampião.
(Amanhã encerraremos
nossos comentários (série de 6 crônicas) a respeito do livro “Lampião contra o mata Sete”, do
bem-vindo escritor, delegado e advogado Archimedes Marques).
Link para essa postagem
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2012/07/lampiao-contra-o-mata-sete-v.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário